quinta-feira, 19 de março de 2020

190320 - Diário e reflexões



"Asmac", desenho de meu filho, feito em computador quando
ele tinha uns dez anos. Temos que ser como as crianças.

"Mandem uma mensagem de carinho ou liguem para alguém diariamente para confortar as pessoas que estão sentindo medo. Para dar o ombro. Para fazer a pessoa sozinha ser lembrada."


A pandemia do novo coronavírus se espalha pelo Brasil e pelo mundo. O crescimento do número de possíveis novos casos é exponencial. Segundo os dados de hoje do Ministério da Saúde, são 621 casos confirmados do Covid-19, a maioria estando concentrada em São Paulo. O Sudeste registra 391 desses casos confirmados. Existem ainda outros 11 mil casos suspeitos no país. Neste início da pandemia, já temos 7 mortes. (Fonte: página de Carta Capital)

Assim como os demais países do mundo, onde medidas de restrição de circulação são tomadas, o Brasil e os governos estaduais e municipais começam a determinar restrições com o objetivo de manter as pessoas em casa. Fronteiras foram fechadas, aeroportos e terminais rodoviários começam a restringir ou impedir a circulação. Comércio começa a parar. Ficarão funcionando as áreas de alimentação, segurança, saúde, distribuição e manutenção de serviços de utilidade pública.

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), do início da pandemia até 17 de março, foram registrados 191.127 casos e 7.807 mortes em todo o mundo, a maioria na China, Itália (que ultrapassou hoje o número de mortos na China), Irã, Espanha e França (Fonte: página da OPAS). A Itália registrou 3.405 mortes até hoje e a China anunciou que não houve nenhuma nova transmissão local. 

Amig@s leitores, como disse ontem em minhas reflexões (ler aqui), ainda é impensável o que pode ocorrer no Brasil porque não temos governo, vivemos um momento de apagão mental do povo, uma esquizofrenia coletiva que elegeu um bando de lunáticos (eleições marcadas por fatos ilegais como fake news, impedimento do principal candidato à presidência etc). Também foram eleitos país afora gente muito barra pesada, envolvida com o que há de pior em termos de violência e barbárie.

Por mais que não se possa imaginar a dor e o sofrimento dos outros, a todo instante a gente tenta se ver na situação das pessoas (empatia) e percebe o quanto nós que temos casa e alguma fonte estável de recursos somos privilegiados, pois milhões estão em situação de rua. 

Dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras estão concentrados em favelas, em locais sem infraestrutura alguma de saneamento. Talvez metade da população, 100 milhões de pessoas, só terá o que comer à noite se trouxer algum troco do bico que fez de dia. E o "governo" dos ricos segue com sofismas e lero-lero.

A população mais carente sofrerá muito mais como historicamente ocorre em crises econômicas, políticas e humanitárias. Estamos todos com medo, tristes, apreensivos. Mas temos que buscar um equilíbrio interior ou inventar um. Temos que aproveitar para repensar tudo o que vem ocorrendo conosco. 

O ser humano não é nada sem os outros. Então, por que não repensar o mundo agora? Distribuir a riqueza gerada por todos? Repensar o consumo e exaustão do planeta Terra? Até a Idade Média, a fome era uma realidade por falta de tecnologia; hoje é uma realidade da política porque alguns têm tudo e o restante não tem nada.

Deixo aqui o meu abraço virtual e fraterno a todos e todas, o momento é de tentar superar o ódio e a intolerância que nos inocularam para nos cegar e nos dividir, para interromper os processos de avanços para o povão e as chamadas "classes médias" (não gosto do termo). 

Mandem uma mensagem de carinho ou liguem para alguém diariamente para confortar as pessoas que estão sentindo medo. Para dar o ombro. Para fazer a pessoa sozinha ser lembrada. 

Nunca sabemos se o Covid-19 está em nós. Mas temos razão, coração e uma história de vida. Nossa formação política e humana foi de amor ao próximo e solidariedade, não de destruição, ódio e morte ao que pensa diferente de nós.

William

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