terça-feira, 31 de março de 2020

310320 (d.C.) - Diário e reflexões




O mundo mudou! Nada será como antes. O mundo era um antes do Covid-19 (a.C.) e será outro depois do Covid-19 (d.C.). Ele será como nós o fizermos...


O mundo que conhecíamos não existe mais. O mundo mudou para sempre e vamos ter dificuldades em aceitar isso e compreender a extensão disso a partir de agora.

Ao assistir ontem a mais uma explanação do biólogo Atila Iamarino no programa Roda Viva sobre o que é e quais as consequências da pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, fiquei refletindo a respeito dessa nova realidade. É tudo chocante!

Como disse em outra postagem: - Respire e sinta o quanto é bom respirar, inspirar o oxigênio do ar e seus pulmões realizarem as trocas gasosas necessárias, retirando de si o CO2 e enviando para o seu corpo o O2. Uma coisa tão simples e involuntária que a gente nem percebe o quanto é bom respirar e viver.

O Covid-19 afeta os pulmões e os biólogos, médicos e cientistas explicam que o novo coronavírus é diferente de resfriados e dos tipos de gripes que já conhecemos.

O corpo humano realiza dois tipos de respiração, a celular e a pulmonar. A primeira utiliza oxigênio para sintetizar energia vital e a segunda, nos brônquios e alvéolos pulmonares, troca o gás carbono produzido nas células pelo oxigênio que respiramos. Sem a respiração pulmonar não temos a respiração celular e morremos.

O mundo mudou para sempre. Nós fomos dormir dias atrás e acordamos para uma nova realidade mundial. Os países do mundo já foram afetados independentemente do tipo de economia e sistema político que tenham.

A rapidez com que o vírus se espalha de um vetor ao outro, uma vítima a outra, é muito grande e como nosso sistema imunológico não conhece esse vírus, não temos defesa para ele e parte das pessoas afetadas tem necessidade de auxílios médicos e respiração artificial por duas ou três semanas para tentar reagir ao vírus e sobreviver.

Não é uma "gripezinha". É o que a ciência explica. O Covid-19 se espalha muito rápido e colapsa os sistemas de saúde de qualquer local do mundo, sem ideologia alguma. Ele lota e interrompe a capacidade de atendimento de sistemas de saúde na China, nos EUA, na Rússia, em qualquer cidade grande ou pequena, capitalista, socialista, ou qualquer nomenclatura que queiram usar.

A letalidade é maior ou menor de acordo com as características de determinados grupos de pessoas. Pessoas com mais idade, pessoas com baixa imunidade física, pessoas com certas doenças crônicas são exemplos de grupos que têm letalidade maior. Não é uma doença que só mata pessoas idosas. E lembro aqui que ao colapsar os sistemas de saúde pela demanda altíssima, a pandemia faz vítimas fatais diversas por não ter como atender as outras demandas agudas como AVC, infarto, acidentes etc.

Uma das formas de retardar a expansão do vírus e a rapidez com que ele contagia as pessoas é fazendo isolamento social, é isolando as pessoas que estão com o vírus (quarentenas). Só que em geral não sabemos quem está com o vírus. Como não há sintomas durante muitos dias, a pessoa contaminada vai transmitindo o vírus para um monte de gente. Dali a semanas, uma quantidade enorme de gente vai precisar de auxílio médico para sobreviver: então o sistema de saúde colapsa.

O mundo mudou nesses três meses do aparecimento do novo coronavírus. E ouvindo o biólogo Atila explicar os efeitos desse vírus e de outros que possam aparecer semelhantes a este (que já marcou a gente em seu começo), ficou mais fácil entender que o mundo como o conhecemos morreu, era um mundo antes do Covid-19 (a.C.), em que viajávamos pra lá e pra cá, em que nos aglomerávamos em todo local, em que não temos saneamento básico e, por outro lado, temos hábitos culturais de pouca higiene. Nada será como antes em nosso cotidiano dos comuns.

O mundo agora é desconhecido, é mais arriscado do que já era. É verdade que provavelmente virá alguma vacina contra o Covid-19 como temos vacinas para as gripes comuns, a exemplo do que ocorre com a vacina trivalente, que contém antígenos de dois subtipos de Influenzavírus A e um subtipo de Influenzavírus B, mas uma vacina produzida em um ano pode não ser eficaz para o ano seguinte, porque o vírus evolui substituindo estirpes antigas por novas (fonte: Wikipedia). 

Enfim, avalia-se que nada será como antes. E não sabemos como serão os próximos dias, nem onde vivemos, nem no resto do mundo.

Posso estar com esse vírus em mim há dias e não saber ainda. Posso não estar e pegar do contato que vou fazer com outros para continuar vivendo, comendo, realizando as coisas básicas da vida. Posso pegar o vírus e meu organismo dar conta dele, ou não. 

A gente tem receio até quando a garganta arranha, como acontece normalmente: uma gripe ou um resfriado nesta época de outono. Mas pode não ser uma gripe ou resfriado. Pode ser a peste, o Covid-19. Mas não há testes para todos, sequer para aqueles que apresentam os sintomas conjugados de febre, tosse e dificuldades para respirar.

O mundo mudou. As viagens e contatos humanos não serão mais os mesmos que antes do isolamento social, das quarentenas. Agora vivemos os dias e semanas depois do aparecimento do Covid-19 (d.C.).

Após assistir a entrevista com o Atila eu já peguei o telefone e liguei para meus pais e sobrinhos; fiz ligação com imagem para vê-los. Não sei quando vou abraçar e beijar mais as pessoas queridas.

Respiremos e façamos o dia mais proveitoso, refletindo sobre o que realmente importa no instante de vida que temos. Será que esse evento fará as pessoas mudarem alguma coisa? 

Adianta tanto egoísmo e egocentrismo, não ligando para as pessoas ao nosso redor? Sabendo que todos respiramos o mesmo ar, tocamos as mesmas coisas, que um ser humano não faz nada sem o outro? 

William

2 comentários:

Giulytta disse...

Muito bom seu texto. Realmente, esse vírus veio trazer ao mundo a oportunidade de rever conceitos, modos de vida para quem continuar por aqui. Ou mudamos o jeito de viver, nos respeitando e cuidando do planeta ou pereceremos todos.

William Mendes disse...

Olá prezada Giulytta, como vai? Espero que esteja bem, juntamente com seus entes queridos.

Este momento dramático de nossa história é oportuno para que todos nós façamos reflexões sobre a vida humana, sobre a vida em sociedade, sobre as formas de organizarmos as sociedades.

Vez por outra, nos aperta tanto o coração que temos que por os sentimentos no "papel" virtual, aqui neste blog.

Abraços fraternos e se cuide!

William