quarta-feira, 10 de junho de 2020
Instantes (12h42)
Aprender algo novo todos os dias. Aprender enquanto existimos, enquanto somos. Algo por sinal breve (o ser, o estar), a considerar o tempo das coisas no planeta e no universo. Poeira é o que somos.
Estudando a diferença de usos das partículas NI (に) e DE (で) na língua japonesa. Aprendendo algo novo dessa língua todos os dias. Meu cérebro agradece o esforço que estou impondo a ele.
Aprendendo a ler poesia. A linguagem poética é um dos tipos de linguagem que existe. Aprender poemas novos, ou melhor, conhecer, porque algumas coisas, se aprende; outras, se toma conhecimento. Estou conhecendo algum poema novo todo dia. Isso é bom.
Roberto Bolaño perseguia muito a ideia de criar algo novo na literatura; experimentar. Conhecer o já realizado e realizar algo novo. Tomar conhecimento de Bolaño no ano passado, me fez pensar bastante a respeito de algumas coisas. Gostaria de criar ou encontrar o novo, a novidade, o diferente. Mas não sei como. Ainda.
Até o pôr-do-sol de hoje, terei aprendido algo novo. Uma palavra, uma informação histórica, uma razão. Gostaria de descobrir o novo, de criar o novo em algum momento, porque ainda estou aqui, ainda vivo, existo, mesmo sendo como poeira.
--------
Ontem, foi a segunda vez em quase dois meses que saí para fora do condomínio para tentar correr na rua, atividade necessária e que me dá alguma sensação de existir (durante e depois do ato quando nos sentimos bem). Na primeira, dias atrás, não consegui manter a máscara de tuaregue no nariz, sufoca e dá uma sensação de falta de ar tremenda. Ontem, com uma máscara mais fininha, elástico amarrado nos óculos, consegui manter essa porcaria na cara até o fim. Fiquei dialogando comigo mesmo que era como se eu estivesse realizando o sonho de escalar alguma grande montanha e o ar rarefeito exigisse de mim um esforço extra em respirar e cumprir meu objetivo. Coisas de si para si mesmo nesses momentos únicos de superação. Enfim, me esforço para estar aqui, talvez pelas pessoas queridas, talvez por mim mesmo que ainda busco, ainda procuro algo, talvez aquela palavra que sonhava na juventude, a paz, talvez o novo, a compreensão do que seja tudo isso que está, que é. (aliás, vou me iludindo ou me superando porque as dores dos desgastes no quadril vão se acentuando e algo me diz que não poderei mais realizar sonho algum de subir, correr, escalar, correr, fazer kung fu, correr uma maratona, subir numas dez montanhas, fazer longas caminhadas...)
Marcadores:
Cultura,
Diário,
Educação e formação,
Esporte e saúde,
Ética,
Ideologia,
Instantes,
Leituras de livros,
Osasco,
Pandemia,
Roberto Bolaño,
Tempo,
William Mendes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário