sábado, 27 de junho de 2020

Nós não somos nada sem os outros




Ao refletir sobre os acontecimentos cotidianos de nossa vida em sociedade podemos permitir que nossa consciência nos demonstre uma coisa óbvia e pouco considerada pela nossa condição de autômatos e seres robotizados: não somos nada sem os outros, sem a ajuda das pessoas.

A pessoa está em casa, cumprindo o isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus e de repente precisa do carro para alguma coisa. Ao tentar ligar o carro percebe que a bateria não funciona porque descarregou por falta de uso. Em poucos minutos você consegue a mobilização de duas pessoas que o ajudam a resolver o problema, trazendo cabos e fazendo uma "chupeta" na bateria para ligar o carro.

A pessoa está fazendo a sua declaração de imposto de renda e está cheia de dúvidas sobre questões diversas. Após falar com dois amigos de longa data, que se dispuseram a dedicar horas de seus dias para auxiliar no preenchimento do documento do fisco, você finaliza a tarefa e já pode cumprir o seu compromisso com o governo nos prazos regulamentares.

Quanta gente precisando de ajuda neste momento dramático de nossa vida nacional por estarmos vivendo uma tragédia por causa do golpe de Estado que destruiu as condições mínimas de vida e cidadania da população brasileira; e quanta gente neste momento está se preparando para na manhã de sábado colocar sua máscara contra Covid-19 e sair cedo para distribuir carinho e cestas básicas a partir de arrecadações de voluntários.

Por mais que estejamos cansados das más notícias oriundas ou a respeito do governo federal que representa o mal, neste minuto tem muita gente que ainda representa e faz o bem, sem esperar nada em troca a não ser o conforto que a ação do bem proporciona a si mesma e ao mundo.

Ajude as pessoas se você puder. Ajude inclusive fazendo o básico, não agredindo as pessoas com palavras, gestos ou violência física, algo que nem precisaria ser pedido aqui, não fosse o fato de termos nos tornado bichos estranhos após o envenenamento pelo ódio inoculado em nossos corpos ininterruptamente pelos meios de comunicação desde que o PT assumiu a presidência da república com Lula em janeiro de 2003, eleito pelo povo brasileiro, que contrariou a elite dona da comunicação nacional e local.

Não ser uma fera odiosa não é mais uma coisa simples, desde que viramos uma espécie de monstros sociais, bestas-feras, todos nós, seres que se acham autossuficientes e melhores que os outros, ou que devem cuidar de si mesmos e não ligar para nada ao redor, injustiças, misérias, violências, como se não precisássemos uns dos outros até para comprar o que comer e papel para limpar nossas bundas.

Nós não somos nada sem os outros

Pensem nisso e pensem também no exercício diário da solidariedade. Outro mundo em sociedade é possível, um mundo mais cooperativo, mais equânime, mais tolerante, com mais amor e amizade.

O que definiu o homem que sou do homem que poderia ter sido foi a oportunidade que tive na vida de ser acolhido e me envolver com os movimentos dos trabalhadores. Essa oportunidade me salvou a vida. Me fez estar hoje do lado certo da história. A educação e a formação política me salvaram de não ser um apoiador do mal que se instalou no país.

Eu vi e vivi uma vida de lutas classistas envolvido com o movimento sindical e sei que a cooperação entre as pessoas é algo possível, que dá frutos e que gera o bem coletivo.

William

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