Refeição Cultural
1. O que está em jogo nesses 25 dias que faltam para decidir o destino do Brasil e do povo brasileiro nas eleições em 2º turno no próximo dia 30?
2. Qual a estratégia do inimigo para nos derrotar?
3. Tem como combater milhões de mentiras repetidas milhões de vezes, como ensinou aos extremistas e poderosos o nazista Goebbels?
1. O que está em jogo é tentar superar numericamente a quantidade de eleitores que votarão no líder da extrema-direita somado com a quantidade de eleitores que não votam nele, mas que serão convencidos a também não votarem em Lula e no Partido dos Trabalhadores por rejeição maior do que o gesto de tentar impedir o genocida de continuar no poder. Isso pode se dar aumentando os nem-nem por votos brancos, nulos e não comparecimento no dia das eleições.
A estratégia está clara para mim. Comecei a estudar um pouco de comunicação e linguagem desde que fui secretário de imprensa da confederação dos bancários. Sou testemunha viva da aplicação no Brasil de Lula (PT) desde o início de 2003 da técnica usada por Goebbels e os nazistas no 3º Reich para convencer milhões de alemães a embarcarem no genocídio e na guerra total da Alemanha contra o mundo no século 20.
As ferramentas usadas para mudar o comportamento das pessoas e transformá-las naquilo que se pretende são as ferramentas da época. Na primeira metade do século 20, as ferramentas foram o rádio, o cinema, fotos, a imprensa adesista ao regime, discursos em grandes áreas para massas de pessoas. E os líderes de massas conseguiram levar multidões a segui-los até a morte em suas ideias justas ou criminosas. Não só Hitler usou dessas ferramentas. Os norte-americanos foram convencidos a irem à guerra com as mesmas técnicas.
O sobrevivente do Holocausto Victor Klemperer, filólogo e estudioso da linguagem, deixou para nós o livro LTI A Linguagem do 3º Reich para que as gerações futuras na Alemanha e outras nações entendessem como as massas foram enganadas e manipuladas através da linguagem do ódio, da intolerância e do ufanismo em um grupo em detrimento do restante do mundo. Hoje, sabemos que o ódio e medo engajam seis vezes mais nas redes sociais do que sentimentos do tipo amor e bondade. Vejam o documentário premiado "O dilema das redes".
Quando Lula e o Partido dos Trabalhadores chegaram ao poder político em 2003, os donos do poder econômico e financeiro derrotados (o capital) passaram a aplicar técnicas de linguagem que depois fui entender que se tratavam daquilo que Klemperer registrou ao longo de 12 anos de ascensão do nazismo (acho até melhor dizer Partido dos Trabalhadores do que "PT" após a aplicação da técnica nazista da linguagem LTI aplicada no Brasil).
São milhões e milhões de vezes ao longo de duas décadas de associações negativas das palavras Lula, PT, esquerda, sindicalismo, movimentos sociais etc em praticamente todos os meios formadores de opiniões dos donos do poder - os jornalões, revistas, rádios e TVs - criminalizando um segmento da sociedade em favor das pautas deles próprios da elite, da casa-grande. Klemperer explica como se dá essa mudança na linguagem e na mente das pessoas. Palavras, imagens, símbolos, cores ligadas à esquerda e suas pautas passaram a ser rejeitadas consciente ou principalmente inconscientemente pelo conjunto da sociedade. É muito forte isso!
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"Não, o efeito mais forte não foi provocado por discursos isolados, nem por artigos ou panfletos, cartazes ou bandeiras. O efeito não foi obtido por meio de nada que se tenha sido forçado a registrar com o pensamento ou a percepção conscientes. O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases que foram impostas pela repetição, milhares de vezes, e foram aceitas inconsciente e mecanicamente..." (Victor Klemperer)
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Amig@s, eu fui vendo o efeito do que fez a grande imprensa canalha ao longo de anos no primeiro e segundo governo de Lula e do Partido dos Trabalhadores e no governo de Dilma Rousseff. Cito o que Pulitzer fala sobre uma imprensa cínica, demagógica, mercenária e corrupta que cria um público tão vil quanto ela mesma. Pulitzer e Klemperer explicam bem o poder da linguagem totalitária martelando ininterruptamente mentiras, ilações, insinuações, fake news, maledicências sem prova alguma. É uma merda! Francamente!
Hitler e o nazismo associavam seus alvos inimigos a ratos, coisas nojentas, corrupção, sujeira, coisas abjetas. Judeus, outros povos, adversários políticos, todos foram coisificados, desumanizados. Feito isso, agredir e matar judeus, pessoas com deficiência, adversários políticos como socialistas, comunistas, social-democratas não era nada de mais grave, já que não eram humanos ou eram sub alguma coisa. Deu no que deu.
No Brasil, ao longo de duas décadas, foi feito a mesma coisa conosco, com a esquerda, com os movimentos sociais, sindicalistas, Lula, Dilma, PT, CUT etc. Quem começou fazendo isso foi a grande imprensa dos donos do poder. Agora é pior. Antes a gente via as mentiras e as merdas que eles inventavam contra nós, faziam as fake news publicamente. Dava até para tentar entrar na justiça por danos morais. Hoje, não. É nas redes sociais, direto pra cada indivíduo, é no Zap e no Telegram. E isso custa caro, milhões de dinheiro, mas tem quem financia e deve pagar em dinheiro vivo, não contabilizado. É foda!
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2. Qual a estratégia do inimigo para nos derrotar?
A estratégia até 30 de outubro é aumentar a rejeição ao Lula, ao Partido dos Trabalhadores e a tudo que se relacione às ideias centrais que são base da extrema-direita e dos grupos de manipulação e fanáticos.
Com os algoritmos e os grupos de influência que a extrema-direita tem as mensagens de criação de rejeição chegam para cada um de acordo com o que a pessoa mais pode ser convencida, ódio, medo, fanatismo religioso etc.
Vocês acham que não tem muito dinheiro por trás das eleições do Congresso neste domingo 2 de outubro? Na última semana e nos últimos dois dias praticamente todos os milhões e milhões de visualizações de vídeos no YouTube e nas demais redes sociais eram vídeos abertos com propagandas favoráveis ao genocida no poder e seus candidatos. Mesmo para pessoas como eu que só acessam sites progressistas. Toda visualização minha começava com o cara que defendia passar a boiada (eleito), com um ou outro extremista e fascista, o astronauta da terra plana etc... é muito difícil derrotar esse sistema.
Então, conversem com aqueles que já votaram em Lula no primeiro turno para não caírem em mentiras e para irem votar de novo: não acho simples manter os 57 milhões de votos em Lula. E tem os nem-nem, esse é o segmento que está sendo manipulado para a rejeição ao PT e ao Lula ser maior que a do inominável e o que ele significa.
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3. Tem como combater milhões de mentiras repetidas milhões de vezes, como ensinou aos extremistas e poderosos o nazista Goebbels?
É uma pergunta na qual eu não tenho resposta. Ficaria aliviado se ao menos os pensadores e coordenadores de nosso lado estiverem desenvolvendo estratégias para isso, pois o nosso lado nestas eleições é o da civilização que está lutando para tentar barrar a barbárie.
Só uma questão a se pensar: acho que estão certos aquel@s que têm dúvidas se a estratégia de campanha baseada no amor e na paz tem efeito neste cenário que descrevi acima. O inimigo tem a estratégia do ódio e da mentira e o foco em aumentar a rejeição ao Lula e ao PT. Se a rejeição for maior que os votos do genocida, perdemos a eleição e o Brasil.
Enfim, o texto já ficou longo.
#LulaPresidente
William