Cuba: Patria o Muerte! |
Refeição Cultural - Cuba (XXI)
Osasco, 24 de maio de 2023. Quarta-feira.
Estou refletindo a respeito da experiência de viajar para Cuba e lá ficar por 15 dias, conhecendo Havana, a capital do país socialista, e mais 3 cidades: Trinidad, Santa Clara e Varadero (ver aqui a 1ª postagem).
Estivemos em Cuba entre 27 de abril e 11 de maio. Nosso grupo paulista de 8 pessoas ficou hospedado em casas de cidadãos cubanos e não em hotéis - fomos acolhidos metade na Casa de Isabel e outra metade numa casa próxima -, o que dá outra característica à nossa experiência. Além de tornar a viagem muito mais barata, o contato com as pessoas é de outra natureza.
Nosso domingo começou pegando o ônibus na Pça. Central, em frente ao Gran Teatro Alicia Alonso. |
Cada viagem é única e como disse em outras postagens, não acho correto dar hierarquias a viagens e roteiros, dizendo que umas são melhores ou piores que outras. Cada pessoa deve avaliar em qual tipo de roteiro de viagem se sente melhor.
Eu, por exemplo, não acho que faria hoje uma viagem na porraloquice, sem programação, sem informação alguma, no estilo deixa o vento me levar... viagem assim não é mais pra mim, que já passei dos 50 anos. Acreditem, já fiz muita viagem na porraloquice. Hoje, não mais.
Pai e filho na Praça da Revolução, La Habana, Cuba. |
Nossa viagem a Cuba foi um sucesso, correu tudo como planejado, não passamos nenhum perrengue desses que estragam o passeio, e deu tudo certo porque foi organizada pela companheira Miriam, colega aposentada do BB, e com o suporte da educadora Maria Leite e porque toda a viagem teve a Casa de Isabel como referência em Havana e para as locomoções pelo país. Até o fato de ninguém ter tido nenhum problema de saúde ou alguma ocorrência policial e política tem relação com planejamento. É o que avalio.
Casa de Isabel e Luis, ao fundo em azul, situada na quadra do Capitólio Nacional. |
Eu vejo esses viajantes que têm milhões de visualizações em perfis de YouTube contando suas experiências sobre Cuba e sobre o povo cubano e confesso que fico entre triste e curioso. É triste ver pessoas às vezes despolitizadas e "neutras" igualando as razões ideológicas do governo socialista cubano com os desejos do império de tomar de volta a Ilha para seu bel-prazer e exploração. Fico curioso também para ver o que contam sobre Cuba, afinal sempre tem algo interessante para se saber sobre hábitos e costumes de outros países.
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Monumento a José Martí, Praça da Revolução, Havana. |
30/4/23, DOMINGO, TEMPORAL EM HAVANA
O domingo, véspera do 1er de Mayo em Cuba, foi o dia que o grupo definiu para conhecer a Praça da Revolução, local histórico e conhecido por grandes aglomerações humanas em datas e eventos importantes do país. Discursos históricos já foram proferidos ali pelas lideranças revolucionárias do povo cubano.
Já sabíamos que as atividades do Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras não seriam como nos anos anteriores, com uma manifestação gigante pelas ruas de Havana terminando na Praça da Revolução.
Dias antes, o governo havia definido que cada província realizaria seu 1er de Mayo porque a questão da falta de combustíveis estava muito séria e o deslocamento de grandes massas para Havana seria muito custoso para a República Socialista. Na capital, o evento seria no Malecón, na avenida beira-mar de Havana.
(O 1er de Mayo seria transferido naquele domingo 30 para o dia 5, sexta, por questões climáticas e nosso grupo participou dos atos em Trinidad)
Nosso 1er de Mayo foi em Trinidad porque o governo mudou a data para a sexta 5, por causa do risco de temporal. |
Tomamos o Habana Bus Tour (10 dólares/euro) e descemos na Praça da Revolução. Eu fiquei emocionado por estar lá. Para quem é de esquerda e socialista e estuda um pouco de história, estar na Plaza de la Revolución em Cuba é um momento único na vida. Além das clássicas imagens de Che Guevara e Camilo Cienfuegos (murais), temos o Monumento a José Martí - Torre e Estátua do herói revolucionário.
Ainda no local, vimos a mudança do tempo, com nuvens negras tomando conta da cidade e meia hora depois caiu uma tempestade imensa. Já estávamos dentro do ônibus na hora da tormenta, para nossa sorte, e ficamos quase duas horas circulando por Havana sob forte tempestade com ruas alagadas e árvores caídas.
Após a tempestade, almoçamos no La Roca, restaurante com preços muito bons, perto do Hotel Nacional de Cuba. |
Soubemos após a tormenta que as estruturas no Malecón para o 1er de Mayo foram seriamente comprometidas. O ato do dia seguinte foi transferido para a sexta-feira 5 de maio em todo o país. Em outra postagem falarei sobre a nossa experiência do 1er de Mayo em Trinidad, Cuba. Foi um evento fantástico!
Entrada do Hotel Nacional de Cuba. |
Após a tormenta, almoçamos em um dos restaurantes estatais, cujos preços são bem populares e mais baratos em relação aos restaurantes privados. Fomos ao Restaurante-bar La Roca, próximo ao Hotel Nacional de Cuba, que visitamos na parte da tarde.
Olha o nosso querido grupo voltando para nossas hospedagens após as aventuras do dia em Havana. |
Terminamos o passeio pegando o ônibus de volta ao Capitólio Nacional, região onde estávamos hospedados.
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Vista do Malecón, a partir do Hotel Nacional de Cuba. |
VIVA A REPÚBLICA SOCIALISTA DE CUBA!
Uma observação sobre o tema comunicação e informação:
Desde o início do ano, tenho lido algumas notícias de Cuba diretamente nas páginas de internet disponíveis para qualquer pessoa no mundo. Sites como Granma.cu e Cubadebate.cu e mais alguns. É notório que o ponto de vista das notícias é o do governo socialista do país.
Se alguém de fora do Brasil der uma "googlada" sobre o nosso país, os algoritmos das big techs disponibilizarão aos leitores as notícias e os pontos de vista dos veículos de comunicação de nossos inimigos de classe, as páginas da mídia empresarial e da casa-grande brasileira, manipuladora e mais canalha que tudo na sociedade humana.
Aí algumas pessoas de boa-fé vão avaliar que em Cuba não há liberdade de imprensa e que no Brasil há... é um longo e legítimo debate a ser feito, diria eu, que já fui secretário de imprensa em confederação de trabalhadores e que mantenho blogs há mais de 15 anos na internet.
Enfim, como disse, tenho lido sobre Cuba e o povo cubano. E me interesso mais a cada dia e torço para que o povo cubano resista aos ataques do imperialismo e do capitalismo.
O capitalismo está destruindo o planeta Terra e as possibilidades de manutenção da vida humana e das demais formas de vida.
Seguimos refletindo sobre Cuba, o socialismo, o capitalismo, o imperialismo, e o destino dos povos do mundo.
William
Post Scriptum: para ler o texto anterior, é só clicar aqui. O texto seguinte pode ser lido clicando aqui.
Post Scriptum II: um amigo escritor me disse dias antes de ir que se tivesse oportunidade de ir a Cuba iria perguntar ao povo se eles eram felizes. Fiquei pensando nisso... cara, é impossível destrinchar essa coisa de pegar alguém e perguntar "você é feliz?". Quem é feliz? Se sim, em que circunstância, onde, como, por quê? Aliás, qualquer pessoa pode se aproveitar de contextos específicos para conseguir respostas diametralmente opostas, do mais feliz ao mais infeliz momento da vida. Enfim, pensei nisso, mas não rola perguntar algo assim para as pessoas, na minha opinião sincera.
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