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Papa Francisco e Presidente Lula. Roma, jun/2024. Foto: Stuckert. |
Refeição Cultural
Osasco, 26 de fevereiro de 2025. Quarta-feira.
Papa Francisco
Ao assistir ao filme "Dois papas" (2019), de Fernando Meirelles, fiquei reflexivo, talvez saudoso.
Sei o que é ser religioso, ter fé e basear sua vida através dos dogmas da religião católica. Fui cristão até uns trinta anos de idade. Fui criado e aculturado em ambientes dominados por concepções religiosas e esse acontecimento formativo deixa marcas no seu ethos para sempre.
O Papa Francisco está doente e eu estou na torcida por sua recuperação. Eu o considero uma pessoa importante para o mundo no qual nos encontramos neste momento da história. Um mundo em desfazimento civilizacional.
Enquanto assistia ao filme, fiquei refletindo sobre diversas questões de nosso tempo. Não me saía da cabeça as figuras do Lula, do Pepe Mujica e do Papa Francisco. Tenho uma leitura que eles são os últimos representantes de uma espécie de ser humano em extinção, os últimos de nossa geração.
Esses três homens são figuras que alcançaram uma expressão global, que ultrapassaram as fronteiras de suas nacionalidades e grupos de representação local, e que representam bandeiras que estão perdendo a batalha para a incivilidade e para a destruição do próprio planeta onde vivemos.
Me dá um aperto no peito pensar no desaparecimento dessas três figuras. Não vejo substitutos para o que eles representam e com a grandeza que eles representam bandeiras como a luta contra a fome, a busca da paz e um mundo mais justo e sustentável. Um mundo tolerante com o diverso.
Coração apertado porque tenho grande apreço pelo Papa Francisco, por nosso presidente Lula e pelo querido Pepe Mujica. O dia que essas figuras não estiverem mais entre nós será um dia de mais pessimismo da razão e menos otimismo no amanhã.
É o que estou sentindo.
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Pensando sobre essas coisas, também ando ressabiado pelo que tenho sentido em relação a mim mesmo, à minha própria existência e sobre perspectivas de futuro.
A cada dia, mais sinto as limitações que meu corpo vai me impondo a partir do meu sistema locomotor. Sou uma pessoa bastante naturalista, sempre fui. Cheguei até aqui sem fazer conta de grandes intervenções no corpo que me conduz.
Ao fazer uma caminhada qualquer e imaginar que não vou melhorar a ponto de fazer uma corrida de São Silvestre, uma romaria como fiz a vida toda, talvez nem andar por aí nos próximos anos... sinto uma tristeza incômoda. Sigamos!
Vivo o agora como se fosse o último instante. Estou firme nestes dias no que defini para o mês de fevereiro. Vou terminar a revisão do texto do livro de memórias, fiz revisões em meus blogs e avancei em alguns cadernos. Não terminei livro algum que estou lendo, mas a prioridade foram as que falei acima.
Meu pensamento está na torcida pela saúde do Papa Francisco e do presidente Lula e pelo conforto do querido Pepe Mujica.
William
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