"Sentia-me três vezes desgraçado: meu pelo era mosqueado, haviam-me castrado e os homens imaginavam que eu não pertencia a Deus nem a mim mesmo, como é próprio de todo ser vivente, e sim, a um cavalariço." (Kolstomer - História de um cavalo, Tolstói, 1886)
As relações sociais dão sentidos ao viver
Qual seria o sentido da vida, se não há nada dessas abstrações inventivas do animal humano, aquele que dominou a natureza, inventou a linguagem e ao final se perdeu acreditando em suas próprias abstrações?
Passou o dia envolvido com um texto extraordinário do século XIX, criado por um dos maiores escritores da Rússia, Leão Tolstói. No enredo, o narrador nos conta a história de Kolstomer, um cavalo que sofreu preconceito, violência e abandono, algo comum na vida de milhões de pessoas neste mundo cruel.
A leitura definitivamente é uma das invenções humanas que podem contribuir para dar significados à vida das pessoas. Ler literatura, ciências e história permite aos leitores se libertarem da triste sina da ignorância, o principal motivo para milhões de animais humanos serem escravos manipulados por espertalhões.
Naquele dia, refletiu sobre muitas coisas, todas elas ligadas ao sentido da vida: ao parabenizar seu pai pelo aniversário de 83 anos, agradeceu a ele por tudo que fez para todas as pessoas que ele ajudou a se estabelecerem neste mundo cruel e injusto.
Ainda estava pensativo sobre o sentido da vida do personagem Kolstomer... mas o sentido da vida de seu pai, e de sua mãe, e de sua própria vida era mais compreensível àquela altura da existência.
É notório o sentido de complementaridade e de interdependência que existe na vida da espécie humana na natureza. A vida de seu pai contribuiu para a existência de muitas pessoas da família, assim como sua própria vida naquele momento.
O ser humano é um ser social por natureza. As relações nos dão sentido.
---
Nenhum comentário:
Postar um comentário