quarta-feira, 29 de julho de 2020
Nossos "Eichmann" também serão julgados
Leitura feita sob a máscara do imprecador...
"(...) e quanto a sua consciência, ele se lembrava perfeitamente de que só ficava com a consciência pesada quando não fazia aquilo que lhe ordenavam - embarcar milhões de homens, mulheres e crianças para a morte, com grande aplicação e o mais meticuloso cuidado. Isso era mesmo difícil de engolir. Meia dúzia de psiquiatras haviam atestado a sua 'normalidade' - 'pelo menos mais normal do que eu fiquei depois de examiná-lo', teria exclamado um deles, enquanto outros consideravam seu perfil psicológico, sua atitude quanto a esposa e filhos, mãe e pai, irmãos, irmãs e amigos, 'não apenas normal, mas inteiramente desejável'..." (ARENDT, 2019, p. 37)
Refeição Cultural
Negar água para as comunidades indígenas; "passar a boiada" frase dita num contexto de se aproveitar da tragédia humanitária da pandemia de coronavírus para facilitar a destruição da Amazônia; vetar projetos que facilitem o acesso a medicamentos por parte de pessoas do grupo de risco de morte pela Covid-19; não utilizar sequer os recursos disponíveis no orçamento público para combater a pandemia que já infectou 2,5 milhões de pessoas no país, e já matou perto de 88 mil...
São muitas as ações desumanas e criminosas da burocracia do mal que se instalou no poder do país chamado Brasil, um país que sofreu um golpe de Estado para interromper um processo político e democrático que vinha melhorando a vida do povo brasileiro (Gini do Brasil havia melhorado de 58,6 em 2002 para 52,9 em 2013) e havia melhorado a imagem do país perante o mundo.
A soberania nacional e orgulho de ser brasileiro foram destaques da política pacifista de um partido criado nos anos oitenta para representar a classe trabalhadora sem revoluções ou rupturas, um partido criado para apostar na organização das pessoas e a partir de processos eleitorais implantar medidas que incluíssem os pobres no orçamento e na política de municípios, estados e do país. O Partido dos Trabalhadores vinha fortalecendo a democracia como nunca se vira, e em paz, repito.
Não vou me alongar. As pessoas descentes e honestas sabem do que estou falando. Os cínicos vão dizer o que já sabemos... "mas o PT..."
Solto minha imprecação. Os burocratas no poder, que estão praticando o mal contra as pessoas e contra o nosso país, vão pagar pelo que estão fazendo. Nossos "Eichmann" estarão em bancos de réus no amanhã. Afinal, o amanhã sempre vem, enquanto o mundo existe. Após as noites, longas ou curtas, vêm as manhãs...
Aliás, nossos conhecidos que apoiam, endossam, têm gozo ao ver o mal praticado por essa gente no poder, eles também serão julgados. Nem que seja pela história, serão julgados amanhã pelo olhar, pelo desprezo daqueles que saberão que eles apoiaram todo esse mal.
William
O imprecador
Bibliografia:
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal. Companhia das Letras, São Paulo, 2019.
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