Natal de 2022, Uberlândia, MG. |
Refeição Cultural
Para os cristãos o Natal é uma data na qual se comemora o nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus. Mais que um simples nascimento, a data tem uma simbologia religiosa na qual Deus se fez presente no mundo humano, através de seu filho em carne e osso.
Jesus, o filho de Deus, esteve entre nós por cerca de três décadas e suas mensagens foram de amor ao próximo, solidariedade ao se dividir o pão e de paz na terra. As elites da época não concordaram com ele e o crucificaram por isso.
Foi numa comunidade com esse tipo de cultura religiosa que eu nasci em 1969.
Ano passado, após ausências por causa da pandemia mundial de Covid-19, passei o Natal com meus pais, irmã, sobrinhos, esposa e filho, tia e primo e respectivos/as cônjuges.
Como Natal significa nascimento, no Natal de 2022 também houve uma expectativa na comunidade onde nasci, o Brasil, do nascimento de uma nova era, um período de mais esperança para o povo brasileiro por estarmos vivendo o fim de um período macabro do qual sobrevivemos ao genocida e miliciano que ocupou a presidência do país, e por estarmos começando um período que seria comandado por Lula e pela frente ampla que venceu as eleições.
É sabido por todos, até pelos adversários minimamente honestos do presidente Lula, que o foco do governo ao longo do mandato de quatro anos será seguir algumas das mensagens que o filho de Deus pregou durante sua passagem pela Terra: amor e acolhimento ao próximo, solidariedade ao incluir o pobre no orçamento público e diminuir a desigualdade social, trazendo um pouco de paz nesta terra.
Estamos terminando o primeiro ano do governo Lula, um cristão daqueles que podemos dizer que faz de sua vida prática o critério da verdade. Lula correu o mundo pregando a paz entre os povos, a distribuição da riqueza produzida pelos seres humanos e a proteção aos biomas do planeta Terra.
O risco de suas propostas serem desconsideradas pelas elites do mundo segue alto, como aconteceu com Jesus dois milênios atrás.
Sigo apoiando e torcendo pelo sucesso de nosso querido presidente Lula nesta tarefa de melhorar a vida dos pobres e despossuídos do Brasil e do mundo, pois sabemos que Lula é um legítimo cristão.
Repito, sabemos que as elites vão tentar crucificá-lo por tentar dividir o pão (o orçamento público)... essa história é bem antiga... nós temos que estar alertas e preparados para defender pessoas como o presidente Lula, pessoas que defendem um mundo mais justo e solidário para todas as pessoas e seres vivos.
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Como terá sido o Natal de meus pais em 1968?
Eu não sei. Eu estava no ventre de minha mãe, havia sido concebido mais ou menos em julho e nasceria no início de abril do ano seguinte.
O que sei é que o Brasil passava por um momento duro de sua história política. Não havia democracia.
O imperialismo financiava golpes em toda a América Latina. A ditadura civil-militar havia começado em 1º de abril de 1964, dia da mentira, e naquele mês do Natal de 1968 o regime ditatorial havia decretado o Ato Institucional nº 5 (AI5) e tudo seria pior para o povo trabalhador brasileiro.
Meus pais e a pequena filha adotiva com pouco mais de 1 ano de idade faziam parte do povão que sofreria as consequências daquela desgraceira toda promovida pela elite tupiniquim com apoio dos Estados Unidos.
Por lá, Martin Luther King havia sido assassinado a tiros em 4 de abril, na cidade de Memphis, Tennessee. King era uma liderança do movimento negro, pastor batista e um pacifista e defendia a igualdade de direitos entre todas as pessoas, independente de origem, etnia, gênero, crenças, visões de mundo.
Por aqui, os metalúrgicos de Contagem (MG) desafiaram patrões e ditadores e realizaram greve histórica. Em Osasco, na grande São Paulo, uma greve iniciada em julho na Cobrasma e depois expandida para outras fábricas enfrentou o regime fascista dos militares e endinheirados e deixou para a classe trabalhadora brasileira grande exemplo que cresceria mês após mês num movimento que daria origem ao Novo Sindicalismo.
Pensei na foto que tenho de minha mãe aos 22 anos com aquele barrigão de uns 6 a 7 meses de gestação. Seu olhar me passa a impressão de preocupação. Eram tempos duros para a classe trabalhadora brasileira.
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Começo aqui uma nova série de postagens no blog. Imaginar e relembrar os natais que vivi e que vivemos neste mundo mundo vasto mundo.
William
Post Scriptum: o capítulo seguinte desta série pode ser lido aqui.
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