Refeição Cultural - Janeiro
Osasco, 31 de janeiro de 2024. Quarta-feira, noite fresca após as chuvas de verão.
Nesta postagem, irei refletir sobre alguns fatos e acontecimentos pessoais ocorridos no mês de janeiro. Também a respeito do meu ponto de vista sobre o caminhar da humanidade, seja neste espaço de terra chamado Brasil, seja na própria esfera rodopiante chamada por nós de planeta Terra.
A espécie humana seguirá sendo sábia? (homo sapiens...)
Tenho dúvidas.
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FATO OU FAKE? ESTAMOS VIVENDO O FIM DA DEMOCRACIA E DAS RELAÇÕES HUMANAS?
Neste mês de janeiro, estivemos por uma semana na Praia Grande (SP), na Colônia do Sinpro São Paulo, Sindicato dos Professor@s. É um dos locais que mais me sinto à vontade pela simplicidade do ambiente e praticidade em tudo. A colônia fica na Vila Caiçara. Mesmo sendo uma semana chuvosa, foi muito boa a nossa estadia lá. Caminhei, corri, nadei, li, fizemos novas amizades.
Uma observação feita na rua, ao voltar da praia, me fez refletir sobre a nossa realidade e para onde caminhamos. Ao passar por um grupo de pessoas na calçada, ouvi a garota com o celular na mão noticiar espantada que o Sílvio Santos havia morrido. As pessoas em volta começaram a comentar a notícia do falecimento daquela figura bastante popular na televisão.
Por algum censo de observação que devo ter, falei na hora para minha esposa que aquilo deveria ser falso, uma notícia de bolhas virtuais. Boa parte das pessoas hoje não se informa mais através das fontes mais tradicionais de informação como os meios jornalísticos em qualquer tipo de mídia. Se "informam" pelos grupos (bolhas) onde vivem nas redes sociais.
Sendo alguém que estudou bastante sobre o papel político e ideológico da imprensa tradicional, quase toda ela pertencente a poucas famílias através de propriedade cruzada e com laranjas, poderia ter colocado aspas já no primeiro "informa" do parágrafo acima, deixando claro minha opinião de que os jornalões e revistas são os principais criadores de notícias falsas, ou feitas para manipular seus leitores, invisibilizando temas e trabalhando matérias de forma canalha para ludibriar seus leitores.
Ou seja, as causas da desinformação geral são diversas, sendo a imprensa comercial e "tradicional" uma delas - no Brasil a imprensa é o PIG, o Partido da Imprensa Golpista -, por atuar contra os interesses do país e do povo, e as redes sociais pertencentes às big techs são outras responsáveis pela desinformação das pessoas, porque atuam manipulando seriamente os dados dos usuários com o objetivo agressivo de lucro a qualquer custo. Os usuários das redes sociais são commodities negociáveis com quem paga para os algoritmos direcionarem esse "gado" para o objetivo definido pelo comprador. Também vale direcionar o "gado" para votar por algo-alguém e contra algo-alguém....
Voltando à cena na Praia Grande, sobre a "morte" do apresentador de televisão que não morreu.
Quando vi a cena na calçada, imaginei que a notícia era falsa, ela estaria circulando por algum motivo para que pessoas pensassem que o apresentador Sílvio Santos havia morrido e gerar algum tipo de engajamento e compartilhamento massivo daquela notícia inverídica. As redes sociais e os algoritmos da internet funcionam assim: divulgar coisas para gerar engajamento, curtidas, lucro para alguns e manipulação de comportamento de grande contingente de pessoas, às vezes milhões.
Já estamos vivendo a era humana onde não saberemos se uma informação qualquer é verdadeira ou falsa. O leque de mentiras é inesgotável, vão de fake news criadas para confirmar afetos, medos, receios e gostos das pessoas até as fake news que desfazem todos os conhecimentos humanos acumulados ao longo do caminhar da nossa espécie como, por exemplo, referências científicas: o formato do planeta Terra, as vacinas para imunizar a espécie contra ataques de vírus e bactérias etc.
Não são só as bombas atômicas que podem inviabilizar a sociedade humana como nós a construímos ao longo de milhares de anos. Essa ameaça de décadas atrás - época da guerra fria - ainda contou com homo sapiens (sábios) suficientes para conseguir sensibilizar o próprio ser humano que se algo não fosse acordado globalmente a vida na Terra encontraria um fim. Conseguimos pactuar (até o momento) de não acionarmos milhares de ogivas nucleares que existem, a maioria com os EUA e com a Rússia, e mais um monte delas em outras aglomerações humanas mais conhecidas pelo nome de "países" - que são governados por uma ou algumas pessoas influenciáveis -, países que também têm as suas ogivas. Só algumas ogivas já seriam suficientes para acabar com todos nós e as outras formas de vida.
Agora temos uma tecnologia que manipula bilhões de pessoas, altera o comportamento delas, inventa o que quiser e divulga em segundos para influenciar zilhões de pessoas. E mais, o próprio resultado do efeito das manipulações na formação de novas gerações de humanos é algo ainda incalculável, podemos estar eliminando da face da Terra o homo sapiens, o animal racional sábio. As novas gerações estão vivendo uma experiência cotidiana absolutamente diferente da experiência humana vivida ao longo de milhares de anos. Saber ler e escrever, calcular, raciocinar, ter afetos por outras pessoas, conviver pacificamente com o outro e ações humanas do tipo podem estar em vias de extinção.
Acompanhei alguns debates recentemente que refletiram sobre as eleições que ocorrerão em importantes países neste ano. As autoridades e as organizações que de alguma forma regulam o convívio social não sabem o que fazer para impedir a produção em escala inimaginável de mentiras e desinformações, fraudes e crimes praticados utilizando-se a imagem, a identidade, a voz e todas as características dos alvos sem que o alvo jamais tenha feito ou falado o que os vídeos apresentam.
Uma eleição é decidida em dias, talvez horas, e os eleitores recebem o vídeo falso com aquilo que mais lhes incomodem (os algoritmos sabem) e imediatamente têm o seu comportamento alterado. O resultado de uma eleição na qual as pessoas votaram mediante uma mentira criada para influenciar seu comportamento é um resultado legítimo? Isso é democrático? Aferiu-se a vontade do povo?
Hoje, não temos como frear isso! Não temos! Uma pessoa pode ser linchada, cancelada, perseguida, perder uma disputa eleitoral, ser odiada sem sequer saber o motivo daquele sentimento inverso ao sentimento anterior, de uma pessoa ou público com o qual antes tinha uma relação positiva.
Algo precisa ser feito pelas sociedades humanas, por homo sapiens, para evitar essa tendência desastrosa para a sequência da humanidade no mundo.
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CULTURA, SAÚDE E ATIVIDADES FÍSICAS
O mês de janeiro foi de muitas leituras, a maioria de revisão de textos próprios. Mas também de leituras de política, literatura e estudos diversos.
LIVRO - Estou editando o livro de memórias sindicais que fiz ao longo de uns dois anos no blog A Categoria Bancária - InFormação e História. Que trabalhão que dá ler e reler textos para uma edição de livro! No blog leio os textos várias vezes também, quando produzo o conteúdo, mas cada mídia tem suas características. No blog deixo link para tudo que estou me referindo. Em livro, isso é impraticável.
Ainda não sei quando a edição estará pronta e nem sei como farei para disponibilizá-la para as pessoas que tenham interesse na leitura.
LIVROS LIDOS - Li dois livros em janeiro, um de política e outro de literatura.
O livro LulaLivre * LulaLivro foi publicado no calor da prisão política de nosso estadista em 2018. A leitura me trouxe fortes lembranças daquele período (comentário aqui).
O livro de literatura que li foi As aventuras de Tom Sawyer, do norte-americano Mark Twain (comentário aqui). Gostei do romance, escrito no século XIX. A leitura já me pautou para a sequência das aventuras, agora com o garoto Huckleberry Finn, publicado alguns anos depois de Tom Sawyer.
FILMES - Vi alguns filmes que me fizeram refletir sobre diversos temas relacionados à vida humana e ao planeta Terra.
Fomos ao cinema ver Napoleão, com Joaquin Phoenix, de Ridley Scott. Os críticos profissionais, em sua maioria, não gostaram das lacunas históricas na versão de Scott. Eu gostei do filme.
Outro filme que me deixou bem tenso foi Destinos à deriva, com Anna Castillo. Sofri na cadeira em casa! Mas é um filmaço!
A última floresta, com Davi Kopenawa Yanomami, é um alerta imprescindível sobre a destruição acelerada da Floresta Amazônica e dos povos das florestas, protetores ancestrais daquele bioma. Fiz uma postagem sobre esses três filmes: ver aqui.
ESPORTE E SAÚDE
Após conseguir correr a São Silvestre no final do ano passado, busquei manter as atividades físicas em janeiro, pensando principalmente na questão da saúde.
Com muito cuidado para não me lesionar, corri 10 Km duas vezes, e corri 5 Km três vezes. Percebi uma melhora no condicionamento físico. Tenho monitorado minhas corridas. A frequência cardíaca melhorou de dezembro para janeiro. Minha condição respiratória e minha energia melhoraram um pouco também.
Se eu considerar minha condição física quando decidi correr a São Silvestre, lá em outubro, posso dizer que melhorei bastante nesse período. Até semanas atrás, não conseguia correr direto alguns quilômetros sem parar para recuperar o fôlego e diminuir os batimentos cardíacos. Agora já faço o trote de forma ininterrupta. Melhorei. É seguir adiante.
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POLÍTICA
Como cidadão, estive nas atividades políticas para as quais fui convidado ou pelas quais me senti no dever de participar.
A mais importante foi a do 8 de janeiro, data na qual o Brasil rememorou um ano da intentona bolsonarista (comentário aqui).
Também estive nas atividades do Diretório Zonal do PT no Butantã. A militância ali é muito engajada e participativa. Minha zona eleitoral é outra atualmente, mas nasci e vivi muito tempo ali.
CASSI - A autogestão em saúde dos funcionários da ativa e aposentados do BB iniciou seu processo de renovação de parte da direção.
Os fatos na política demonstram bem como as coisas estão na atualidade.
A nossa associação terá 3 chapas disputando o cargo da diretoria de planos de saúde. Todas as chapas são da "situação", não tem nenhuma chapa de oposição. Atípico isso!
Que leitura poderíamos fazer desse cenário? Será que as chapas representam mesmo os reais interesses dos associados e associadas da Cassi?
Alguma delas defende rever a política inviável para a autogestão de apostar nos "parceiros do mercado" e terceirizar tudo, inclusive seu modelo assistencial de Estratégia de Saúde da Família (ESF)? Os "parceiros do mercado", profissionais da área da saúde capitalista, que visam lucro e não saúde, tendem a dar o pé na bunda do parceiro sempre que tiverem propostas ou oportunidades melhores de negócios. Nada como funcionários da própria Cassi com salários e oportunidade de realizarem seus objetivos de cuidar de pessoas.
Alguma delas aceita rever a insensatez de criar um monte de planos de mercado ruins que não conseguem disputar mercado com ninguém e ainda vampirizam o Cassi Família II que é de longe muito melhor que os planinhos para familiares como se eles fossem inferiores aos titulares do Plano de Associados? A ideia não era essa quando criamos um plano para incluir os familiares. Era dar a eles a chance de ter O MESMO atendimento que os titulares teriam... Dá para reduzir a mensalidade do CF II se forem dados descontos para quem quiser aderir à ESF.
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Vamos seguir estudando, lendo e escrevendo, e tentando ser uma pessoa melhor e contribuir de alguma forma para a cidadania e o planeta.
É isso!
William
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