segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Fast Food Nation (EUA - 2006) de Richard Linklater

Foto divulgação

NAÇÃO FAST FOOD – 2006


Eu sempre digo às pessoas que tudo o que comemos é porcaria. Mas, tudo tudo mesmo!

Tem gente que não consegue comer mais quando encontra uma larvinha na salada; ou um cabelinho ou pedrinha na comida; quando vê um cisco de cor estranha no pão ou rosca fazem aquela cara de “ai, que nojo!”.

Aí essas mesmas pessoas se acham as tais quando comem no fast food da moda. Ou ainda quando vão a um restaurante. Ledo engano. Aliás, essas pessoas praticam o autoengano. Adoram fazer cena quando acham alguma coisa na comida, mas fazem de conta que não comem um monte de porcarias no enlatado, no cereal, nas farinhas, nas verduras, nos temperos, nas pizzas, nas bebidas... e em tudo mais que comem ou bebem.

Eu já trabalhei em diversas lanchonetes e por mais que os donos e funcionários se esforcem, sempre haverá problemas com a limpeza. Sem contar que, na maioria delas, os funcionários são mal remunerados e odeiam o que fazem, dando margem a um serviço insatisfatório.

Também trabalhei de fazer entrega de mercadorias nos restaurantes mais chiques e caros de São Paulo. Vocês não queiram saber do nojo que é o porão, adega e local de armazenamento desses bam-bam-bans: é uma nojeira só! A começar por você não conseguir ficar em pé pelo chão ensebado.

Isso tudo é pra dizer o quanto o filme Nação Fast Food é real e dá uma chacoalhada no pessoal que se autoengana cotidianamente. Aquilo ali é isso tudo aqui: é a sociedade nojenta em que vivemos. Sem contar a denúncia aos velhos problemas da exploração dos imigrantes no país mais nojento do capitalismo.

As cenas do matadouro, seção de abates, é de cortar o coração e embrulhar o estômago. Mas, huumm... que delícia uma picanha mal passada, heim!

Gente, o mundo e a sociedade moderna é esse fast food. Sinto muito, sorry, but... é isso!

2 comentários:

Anônimo disse...

O Hugo observou com bastante perspicácia o momento em que os jovens trabalhadores da lojinha de hamburgueres resolvem protestar contra a empresa, e utilizam-se dos maus tratos ao gado bovino como bandeira política, por falta de uma. Logo que eles abrem as porteiras para os animais fugirem, o gado não sabe pra onde ir, o que fazer, e resolve ficar ali parado, sem entender nada, porque aquela situação não está "configurada" no seu comportamento... Alguma semelhança?!!

Getúlio - Fetec/SP

William Mendes disse...

Cara, essa é a grande questão! Quando olho ao meu redor, me assusta o que vejo: as pessoas bo-vi-na-men-te configuradas. É desanimador seguir, mas temos que fazê-lo sempre. Abraços,