Cartaz do filme de 1987. |
WALL STREET 1987 – direção de Oliver Stone
Assistir ao filme dos anos oitenta novamente foi como vê-lo pela primeira vez porque eu era adolescente e não me lembrava de nada sobre ele.
Alguns momentos do filme são bem elucidativos sobre o que viríamos a viver na atual crise financeira e econômica global. Vale lembrar a todos que “ganância” é o nome do sol que ilumina Wall Street e aquele 1% dos americanos que detém a riqueza do país.
O negócio de Gordon Gekko (Michael Douglas) é transferir a propriedade do dinheiro que existe e não produzir riquezas materiais, como ele mesmo diz no filme. Ele dá um dado interessante daquela época: 1/3 da riqueza daquele país vinha da produção e 2/3 vinham circulando através de gerações de famílias, por herança, e eram negociadas em ações em bolsa de valores.
No filme, Gekko compra a companhia aérea em que trabalha o pai do corretor Buddy Fox (nos papéis estão Charlie Sheen e seu pai verdadeiro Martin Sheen). Buddy é o aprendiz de trapaceiro do bilionário Gekko nos negócios da bolsa de valores. Buddy lhe dá inicialmente informação privilegiada por ser filho de sindicalista da companhia. Ao final da história, é caro o custo a pagar pelo excesso de ganância e cobiça pelo dinheiro fácil.
FILME MOSTRA ANTECEDENTES DA CRISE ATUAL DO CAPITALISMO
O que aconteceu nas duas décadas seguintes e que acabou de ferrar os empregos americanos é fruto daquilo que o filme mostra.
Os EUA deixaram de produzir riqueza material nas últimas décadas e passaram a permitir que o 1% que detém o Capital transferisse todo o emprego americano para outras partes do mundo. Fecham os postos de trabalho americano, tiram a riqueza do povo, e trazem de volta somente os lucros criados no exterior diretamente na conta do 1% mais rico.
Os governos americanos democratas e republicanos permitiram que o 1% fodesse toda a população americana.
Em outras palavras, os EUA substituíram a produção material da economia real que gera riqueza para a própria sociedade em favor da especulação financeira daquele 1%.
Agora que assisti novamente ao primeiro filme dos anos oitenta, posso assistir e entender um pouco melhor o filme atual lançado em 2010 – Wall Street, o dinheiro nunca dorme.
COMENTÁRIO FINAL
A cada dia tenho mais convicção de que o mundo caminha para o colapso total produzido pelo Capitalismo, com sua ganância e suas guerras de manutenção.
Com a crise atual, lá vem guerra por aí. Os alvos estão sendo definidos, mas a guerra desta vez será maior que aquelas dos anos noventa e dois mil. A humanidade pode não ser a mesma depois dela.
O pior é que nós e nossos filhos é que seremos as buchas de canhão daquele 1% que detém todo o poder econômico e financeiro – enfim, o poder político.
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