domingo, 23 de setembro de 2012

Filme: “A árvore da vida” (2011) de Terrence Malick

Poster do filme.


Sentidos em “A árvore da vida” (2011) de Terrence Malick

SINOPSE (Wikipedia)

The Tree of Life é um filme estadunidense de 2011, escrito e dirigido por Terrence Malick e estrelado por Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain. O filme mostra as origens e o significado da vida através dos olhos de uma família da década de 1950 noTexas, tendo temas surrealistas e imagens através do espaço e o nascimento da vida na Terra. The Tree of Life estreou no dia 16 de maio no Festival de Cannes, vencendo a Palma de Ouro de Melhor Filme, depois de ter sido desenvolvido por Malick há décadas e ter sido adiado várias vezes. Foi lançado no dia 27 de maio de forma limitada nos Estados Unidos, recebendo críticas muito positivas e elogios aos seus aspectos técnicos e méritos artísticos.


SENTIDOS...

Imagem, imagens, sons, perguntas...


Qual seria o sentido do filme A árvore da vida? Qual seria o sentido da vida?

Eu não sei por que tanta gente não compreendeu o filme. Ou melhor, o filme é para ser sentido e, ao longo dos seus 140 minutos, o telespectador vai contatar sua árvore da vida em suas reminiscências e visões de mundo e da existência.

Foram 140 minutos em que vi imagens na tela que me levaram às imagens e perguntas de minha existência.


“Na vida há dois caminhos a seguir: o da Graça e o da Natureza” foi o que ensinaram na infância para aquela típica mulher de família (Jessica Chastain) e mãe de três filhos num Estados Unidos dos anos 50 (American way of life e self made man).


Este telespectador que vos fala ficou vidrado no filme o tempo todo.


VIAJEM NAS IMAGENS!

Espaço sideral, fundos de rios e mares, interior dos corpos, da Terra...


Durante 2/3 de minha existência, acreditei na concepção da vida com explicações metafísicas das religiões. Hoje, entendo tudo isso como mitologias necessárias aos humanos em diferentes estágios de suas vidas.

Até vinte e poucos anos, alimentei o desejo de deixar meu corpo físico e sair em busca do conhecimento de tudo, de todo o Universo. Na época, eu cria em vida após a morte, que éramos mais que corpo físico, que tinha um corpo astral etc.

O tempo inteiro, o filme me permitiu viajar – como se fosse aquele ser consciente sem corpo físico que desejei no passado. Viajar pelos lugares que sonhava. Fui no espaço, fui no interior dos corpos, viajei no tempo, vi dinossauros, mergulhei, vi vulcões, a Terra em formação. Viajei!

Poster do filme.

A ÁRVORE DA (MINHA) VIDA

Em família, em sociedade. Os porquês, why?...


Além de me proporcionar a viagem pelos mundos possíveis, durante os 140 minutos de filme também busquei respostas às perguntas ecoadas na cabeça do filho mais velho Jack (Sean Penn), da mãe (Jessica Chastain), do próprio diretor (Malick)...

Minha criação com meus pais, meus problemas adolescentes com meu pai, os problemas adolescentes de meu filho, os choros de minha mãe, de meu pai, os meus, os do meu filho, os da mãe dele... A árvore da vida segue...


A MUDANÇA TRAUMÁTICA NA INFÂNCIA

Na minha, na de meu pai, na de meu filho, na de todo mundo...


Aquela cena da família O’Brien deixando a casa e os garotos olhando para trás... o mundo deles mudando.

Meu pai já me contou isso em sua vida: a partida e a mudança na infância e adolescência.

Nunca me esqueci de minha partida deixando meu mundo aos 10 anos de idade, meus amigos, minha casa. Aos 17 anos deixei de novo meu mundo, meus pais...

Meu filho deixou seu antigo mundo aos 5 anos...

Um mundo de partidas. Uma vida de mundos partidos.

Poster do filme.

AS FRUSTRAÇÕES DE NÃO TER SIDO

O Sr. O’Brien não foi músico, não fui intelectual nem professor...


Me lembro de quando era garoto de meu pai dizendo que eu deveria sempre andar com os bons pra vencer na vida.

O conceito que aquele homem simples que fora padeiro, vendedor de enciclopédias da Barsa e taxista tinha de ‘os bons’ significava que era pra eu andar com os burgueses.

Eu tentei por algumas vezes, mas eu sempre tive nojo de burguês. Acabei indo andar com gangues e com a molecada pobre de onde vivi na adolescência.

Meu pai queria que eu fosse presidente (acho que presidente de alguma coisa). O Sr. O’Brien (Brad Pitt) queria ser músico. Eu quis ser uma espécie de intelectual (talvez um professor universitário).

Na verdade acabei sendo bancário e depois sindicalista. Não fui contador. Não fui professor de educação física. Não fui professor de letras.


O ENCONTRO DE PASSADO E PRESENTE NO FILME

Visões entre pais e filhos no ontem e no amanhã...


O filme encontra o filho Jack no presente com seus pais no passado. A busca da compreensão. A busca do perdão.

Na viagem, no tempo, na nossa árvore da vida, é possível ver meu jovem pai, meu velho filho olhando pra trás e vendo o jovem pai, as tristezas... a compreensão tardia, a dor..., o perdão. O mundo, o Universo, a eterna árvore da vida...


PS (POST SCRIPTUM)
Gostei muito de uma crítica que encontrei na internet de Thiago Siqueira do site Cinema com Rapadura. Vale a pena a leitura.
http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/221712/a-arvore-da-vida-o-poder-da-setima-arte-em-obra-existencialista/

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