terça-feira, 30 de abril de 2024

Diário e reflexões - Abril



Refeição Cultural - Abril

Osasco, 30 de abril de 2024. Terça-feira.


O mês de abril vai terminando. Foi um mês desafiador para nosso núcleo familiar. A saúde das pessoas queridas anda meio complicada. Depois de cuidados com pai e mãe tentando descobrir o que eles têm, irmã com dengue e pneumonia na família, no último dia do mês acordo com a notícia de nossa pequena Olga internada ainda sem sabermos o que ela tem. Saúde é a melhor coisa do mundo! 

Ainda sobre a saúde de pessoas queridas e referências para nós que lutamos por um mundo mais justo e solidário, causou grande tristeza a notícia sobre Pepe Mujica, que revelou ontem a descoberta de um tumor de difícil tratamento no esôfago. Ao ler as palavras poéticas do ex-presidente uruguaio em redes sociais, meus olhos encheram-se de lágrimas. Que figura extraordinária!

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"En mi vida, más de una vez anduvo la parca rondando el catre, pero me siguió pastoreando. Esta vez me parece que viene con la guadaña en ristre...

Mientras pueda, seguiré militando y entretenido con las verduras. Mientras el rollo aguante, voy a seguir..." (Mujica)

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Ainda é noite de 30 de abril e não sei se vou amanhã ao 1º de maio em São Paulo. Estou com a cabeça em Uberlândia, nos problemas de saúde de minha família.

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APRENDIZADOS AOS 55 ANOS

Relações humanas serão cada dia mais difíceis

Neste mês de abril fiz aniversário e fiquei impressionado ao perceber que fui muito mais longe do que poderia imaginar nas fases anteriores do viver. Talvez por isso, e não só por isso, tenha sido um mês no qual me peguei pensando muito na vida. E ainda calhou de ser um período de complicações na saúde das pessoas mais próximas, o que me fez pensar mais ainda sobre a vida.

O período me permitiu pensar mais sobre aquela questão que tem me feito refletir sobre a existência humana: a vaidade. E enquanto refletimos sobre a vaidade humana, vamos experimentando as oportunidades para testar nossa humildade, e talvez a gente compreenda o quanto somos impotentes e o quanto dependemos uns dos outros. Tentei ser humilde em alguns momentos difíceis neste mês de abril.

Nas conversas ao longo do mês, compreendi que a gente não conhece as pessoas, ou não conhece mais as pessoas (ou achava que conhecia as pessoas). É verdade que tudo muda o tempo todo, que todo mundo muda, que mudança é uma das certezas da natureza, mas quero dizer que hoje, mais que nunca, não conhecemos as pessoas, nem as mais próximas a nós. Essa percepção não é uma tragédia. É só um alerta para sermos cuidadosos no trato com qualquer pessoa, conhecida ou desconhecida. 

Entendi e devo me esforçar para tratar as pessoas, mesmo as conhecidas, como se desconhecidas fossem - como se as contatasse pela primeira vez -, porque devemos tratar com respeito e civilidade qualquer pessoa. Se tratarmos com cortesia e amor as pessoas, talvez consigamos estabelecer uma relação cordial. Opiniões sobre qualquer coisa devem ser evitadas, ou devemos avaliar a necessidade de opinar sobre qualquer coisa. 

As duas últimas décadas mudaram os seres humanos. Tenho uma teoria de que fomos experimentos dessas big techs e suas ferramentas de manipulação do comportamento humano. Todo cuidado é pouco nos diálogos com as pessoas. É melhor dizer o que pensa só se for estimulado a isso. Pelo menos em diálogos. 

Outra coisa é dizer o que pensa em textos de contribuição ao debate em espaços como este blog, as pessoas que lerem o que penso aqui terão lido por espontânea vontade, não porque tiveram que ouvir o que penso num espaço de diálogo presencial ou virtual.

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Estudos e cultura podem salvar pessoas e o mundo

Ao longo do mês, mesmo com dificuldade de tempo dedicado à leitura, tentei ler e estudar para aprender coisas novas e para ver se consigo avançar na compreensão das coisas a partir de novas informações culturais.

Nos últimos dias, dei uma focada em acabar a leitura de alguns livros que estavam pela metade. 

Vi alguns filmes interessantes e estudei um pouco de línguas estrangeiras.

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É fim de noite e não estou com cabeça para escrever mais. Ainda não temos notícias definitivas sobre o diagnóstico da filhinha de minha sobrinha.

Abril acabando. 

William


Post Scriptum: o registro do meu mês de março pode ser lido aqui.


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