sábado, 1 de março de 2025

O nome da rosa: arquitetura



Refeição Cultural 

Umberto Eco, um grande pensador


"Pois a arquitetura é dentre todas as artes a que mais ousadamente busca reproduzir em seu ritmo a ordem do universo, que os antigos chamavam de kosmos, isto é, ornado, enquanto parece um grande animal sobre o qual refulge a perfeição e a proporção de todos os seus membros. E seja louvado o Nosso Criador que, como diz Agostinho, estabeleceu as coisas em número, peso e medida." (p. 34)


O noviço beneditino Adso de Melk estava impressionado com o conjunto arquitetônico que via na abadia que acabara de adentrar em companhia de seu mestre, o sábio franciscano frei Guilherme de Baskerville, mais ou menos entre 1324 e 1327 quando pensou a ideia acima.

Ao pegar o clássico de Umberto Eco para ler semanas atrás, parei quando estava chegando à metade do livro. Percebi que não estava lendo com a devida atenção. 

Paulo Freire nos ensina lição importante sobre leitura: devemos prestar atenção e compreender cada palavra e sentença do texto que estamos lendo. Ler é compreender o texto lido, é refletir sobre a leitura e seu significado. Não importa a quantidade de leitura, mas a qualidade da leitura. 

Para se ter uma ideia do quanto minha leitura anterior estava inadequada, ao ler a descrição sobre a impressão que os personagens tiveram ao se depararem com a abadia, eu não havia criado em minha mente a imagem da descrição que Adso fez da entrada pelo único portal da muralha, não tinha imaginado a alameda até a igreja, o horto à esquerda e outras descrições do cenário. Eu havia lido sem ler.

Adso diz ser a abadia em questão a mais bela que viu na vida, citando outras famosas para comparar. 

Enfim... se for para ler, devemos ler corretamente. 

William 


Bibliografia:

ECO, Umberto. O nome da rosa. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: O Globo; Folha de São Paulo, 2003.

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