Foto divulgação |
Assisti ao filme Milk. Uma bela interpretação de Sean Penn, como de hábito.
A pessoa que sou hoje e que assistiu ao filme é outra pessoa em relação àquela de dez anos antes. Acredito que todos somos outros dez anos depois. Digo isso porque venci o preconceito que tinha devido à minha total ignorância sobre os temas "Orientação sexual" e "Amor" - em todas as suas formas e possibilidades.
Em uma década, deixei de ser preconceituoso e acho que me tornei uma pessoa um pouco mais tolerante. O movimento sindical me mudou como pessoa. Mesmo que saia em 2011 ou mais adiante, agradeço muito ao Sindicato dos Bancários e à CUT por terem me ajudado a ser um pouco melhor como ser humano.
Aliás, quando penso em tolerância, em respeitar as diferenças e conviver com elas, penso também na corrente política e sindical que tive a sorte de conhecer e militar durante esta década – a Articulação Sindical. Nela, aprendi a buscar o consenso e evitar ter como foco a destruição de quem pensa diferente. Aprendi a buscar agregar e somar naquilo que é consenso para lidar com o diferente. Buscar a unidade por objetivos maiores.
Lembro-me de quando jovem, nos anos 80, da intolerância que todos tínhamos com os gays, bem como com qualquer grupo onde você próprio não estivesse inserido.
Que belo homem foi Harvey Milk!
Não sei se ele era determinado premeditadamente ou se apenas foi fazendo o que tinha que ser feito. Me parece mais a segunda hipótese. E essas são as grandes pessoas!
Não acredito em heróis e não acho que as pessoas nascem para serem heroínas. Mas acredito muito que todas as pessoas têm um combustível dentro de si, que após aceso, pode levá-las a lutar e lutar e lutar por aquilo que acreditam. Muitas vezes, até lutam por algo errado, moral ou eticamente, mas lutam. É uma questão de direcionamento para o bem ou o mal.
Outra coisa muito forte na mensagem de Harvey Milk é a proposta para as pessoas se assumirem como são. No caso específico da orientação sexual, que cada um nasce com ela, é uma questão de respeito ao ser humano.
Para aqueles que têm ou acham que têm a orientação sexual "padrão", estabelecida por grupos dominantes, a questão principal é de educá-los para o respeito à alteridade e ao diferente. A vida no planeta só sobrevive porque há diversidade, há diferença. Se a vida fosse de homogeneidade, já não haveria vida, pois seríamos frágeis como uma espécime toda igual que perece com qualquer mudança no seu habitat.
O filme Milk é um filme leve para um tema ainda difícil para parte das pessoas que não aceitam o diferente.
O filme é um bom momento para se lembrar que a educação para a liberdade e o respeito à diversidade pode revolucionar o nosso mundo, tão intolerante, às vezes.
Será que os milhares de militantes que se dizem progressistas, liberais e de esquerda já viram o filme? Se não viram ainda, não percam tempo e vejam. Vale a pena!
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