2 - As abreviaturas, alfabéticas ou não (7brº), serão desenvolvidas, marcando-se, em itálico, as letras omitidas na abreviatura, obedecendo os seguintes critérios:
a) respeitar, sempre que possível, a grafia do manuscrito, ainda que manifeste idiossincrasias ortográficas do escriba, como no caso da ocorrência ‘mundo’, que leva a abreviatura m.to a ser transcrita ‘munto’; (to pequeno acima da linha)
Ex: pa = para (a do pa pequeno acima da linha, complemento em itálico)
b) no caso de variação no próprio manuscrito ou em coetâneos, a opção será para a fora atual ou mais próxima da atual, como no caso de ocorrências ‘Deos’ e ‘Deus’, que levam a abreviatura D.s a ser transcrita ‘Deus’. (s pequeno acima da linha)
3 - Não será estabelecida fronteira de palavras que venham escritas juntas, nem se introduzirá hífen ou apóstrofo onde não houver. Exemplos: epor ser; aellas; daPiedade; omninino; dosertão; mostrandoselhe; achandose; sesegue.
4 - A pontuação original será rigorosamente mantida. No caso de espaço maior intervalar deixado pelo escriba, será marcado: (espaço). Exemplo: que podem perjudicar (espaço) Osdias passaõ eninguem comparece.
5 - A acentuação original será rigorosamente mantida, não se permitindo qualquer alteração. Exemplos: aRepublica; docommercio; edemarcando tambem lugar; Rey D. Jose; oRio Pirahý; oexercicio; He m.to conveniente.
6 - Será respeitado o emprego de maiúsculas e minúsculas como se apresentam no original. No caso de alguma variação física dos sinais gráficos resultar de fatores cursivos, não será considerada relevante. Assim, a comparação do traçado da mesma letra deve propiciar a melhor solução.
7 - Eventuais erros do escriba ou do copista serão remetidos para nota de rodapé, onde se deixará registrada a lição por sua respectiva correção. Exemplo: nota 1. Pirassocunda por Pirassonunga; nota 2. deligoncia por deligencia; nota 3. adverdinto por advertindo.
8 - Inserções do escriba ou do copista na entrelinha ou nas margens superior, laterais ou inferior entram na edição entre os sinais < > na localização indicada. Exemplo: .
9 - Supressões feitas pelo escriba ou pelo copista no original serão tachadas. Exemplo: todos ninguem dospresentes assignarom (ninguem riscado no meio); sahiram sahiram aspressas para oadro (sahiram riscado no meio). No caso de repetição que o escriba ou o copista não suprimiu, passa a ser suprimida pelo editor que a coloca entre colchetes duplos. Exemplo: fugi[[gi]]ram correndo [[correndo]] emdireçaõ opaco.
10 - Intervenções de terceiros no documento original, devem aparecer no final do documento informando-se a localização.
11 - Intervenções do editor hão de ser raríssimas, permitindo-se apenas em caso de extrema necessidade, desde que elucidativas a ponto de não deixarem margem a dúvida. Quando ocorrerem devem vir entre colchetes. Exemplo: naõ deixe passar neste [registo] de Areas.
12 - Letra ou palavra não legível por determinação justificam intervenção do editor na forma do item anterior, com a indicação entre colchetes [ilegível]
13 - Trecho de maior extensão não legível por deterioração receberá a indicação [corroídas + ou – 5 linhas]. Se for o caso de trecho riscado ou inteiramente anulado por borrão ou papel colado em cima, será registrada a informação pertinente entre colchetes e sublinhada.
14 - A divisão das linhas do documento original será preservada, ao longo do texto, na edição, pela marca de uma barra vertical | entre as linhas. A mudança de fólio receberá a marcação com o respectivo número na sequência de duas barras verticais: ||1v.|| ||2r.|| ||2v.|| ||3r.||.
1 fólio = folha
1r. = reto
1v. = verso
15 - Na edição, as linhas serão numeradas de cinco em cinco a partir da quinta. Essa numeração será encontrada à margem direita da mancha, à esquerda do leitor. Será feita de maneira contínua por documento.
16 - As assinaturas simples ou as rubricas do punho de quem assina serão sublinhadas. Os sinais públicos serão indicados entre colchetes. Exemplos: assinatura simples: Bernardo Jose de Lorena; sinal público (documentos cartoriais com selo): [Bernardo Jose de Lorena].
Bibliografia:
MEGALE, Heitor & TOLEDO NETO, Sílvio de Almeida (Orgs). “Normas para transcrição de documentos manuscritos para a História do Português do Brasil”. In: Por minha letra e sinal: documentos do ouro do século XVII. Cotia: Ateliê Editorial.
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