domingo, 9 de novembro de 2008

Soluções que se impõem ante o problema da polissemia da palavra filologia




A experiência mostra que é impossível impor o uso dessa palavra apenas num único sentido, pois não há como deixar de reconhecer a polissemia que a caracteriza em âmbito internacional e pois o direito de cada um dos especialistas em ciências da linguagem fazer a escolha que julgar conveniente. Assim sendo, devemos conformar-nos com a ambiguidade do sentido da palavra, não alimentando qualquer ilusão de que se resolva tal problema com a adoção de uma solução única, pois ele é com toda a certeza insolúvel. 

Maximiano diz que Eugênio Coseriu é linguista e não um filólogo: “não é admissível nos dias atuais dar a denominação de filologia aos estudos puramente de teoria da linguagem ou de linguística geral, como os que compõem a obra principal de Eugênio Coseriu”. 

FILOLOGIA E CRÍTICA TEXTUAL – CRÍTICA TEXTUAL E ECDÓTICA 

Como não se resolve o problema de polissemia, tem-se ao menos buscado termos que designem de forma mais atual os especialistas em críticas textuais. 

Crítica textual, crítica dos textos, crítica de textos, ecdótica (com a variante edótica, de uso discutível), crítica verbal, textologia e filologia textual. 

Ivo Castro, professor da Universidade Clássica de Lisboa, tem usado o termo CRÍTICO TEXTUAL. 

Algumas conclusões que Maximiano de Carvalho e Silva chega a respeito das várias denominações: 

- os termos crítica textual, crítica de textos e crítica dos textos parecem realmente os que definem melhor os métodos e objetivos da ciência. 

- a expressão crítica verbal não teve maior acolhida. 

- Salomon Reinach (1883) definiu Crítica dos Textos como ciência das alterações a que os textos estão sujeitos, dos meios de reconhecê-las e de corrigi-las. Também lançou mão da palavra ecdótica para indicar a arte de publicar os textos, ou seja, seria a parte culminante da crítica textual. 

Maximiano critica o termo no Brasil ter sido mudado para edótica: “A forma edótica tem sido usada em São Paulo por alguns dos antigos alunos da USP, como os professores Segismundo Spina e Edith Pimentel Pinto, apesar dos protestos bem fundamentados da crítica especializada.” 

- o termo textologia seria mais destinado ao tratamento de textos modernos transmitidos por via tipográfica e inseridos no processo de comunicação de massa. 

Bibliografia: 

CONFLUÊNCIA. Revista do Instituto de Língua Portuguesa. N.23 – 1º semestre de 2002, Rio de Janeiro.

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