quarta-feira, 17 de novembro de 2010

FLC0383 - Literatura Portuguesa IV - A jangada de pedra

A JANGADA DE PEDRA – JOSÉ SARAMAGO


Aula do professor Helder 5/11/10

Questões de metalinguagem e Iberismo

Questões sobre a vida de Saramago (ver mais detalhes no texto de Maria Alzira Seixo)



Diferente de Lobo Antunes, José Saramago não era acadêmico. Ele nasceu em 1922, ou seja, na madurez literária foi contemporâneo de Lobo Antunes – mas este esteve um tempo na África.

Saramago sempre esteve envolvido com o meio comunista.

Em 1975, após a Revolução dos Cravos, Saramago vai trabalhar na imprensa. Ele ataca muito Mário Soares, chefe do primeiro governo constitucional de Portugal. Um pouco depois toda a equipe do jornal é demitida.

O cidadão Saramago é bastante polemista, tanto com a política e o poder como com a igreja. Recentemente, anos 2000, ele também falou muito sobre os ataques de Israel ao Líbano, chegando a comparar os israelenses aos nazistas.

Saramago escreve “Terra do pecado” em 1947 e nem gosta muito de citar essa obra em sua bibliografia.

Na década de 60, ele retoma a atividade literária com livros de poemas.

Saramago e Lobo Antunes têm um trato refinado com a palavra, mesmo quando não estão fazendo poesia.

Nos anos 70, Saramago publica quatro livros de crônicas.

A ideia da crônica é uma constante em Saramago. Mesmo em "A jangada de pedra" (1986) o narrador e personagens assumem um papel meio característico do jornalismo. Entretanto, em seguida às descrições jornalísticas e factuais, ele passam a sonhar e viajar ao estilo de crônicas com reflexões e ficções.

Ainda nos anos 70 Saramago publica um livro de contos.

A década de 80 vai marcar a entrada definitiva de Saramago no mundo da literatura com uma poética e um estilo todo próprio como, por exemplo, sua forma peculiar de pontuar, ou seja, não pontuar.

• Levantado do Chão, 1980

• Memorial do Convento, 1982

• O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984

• A Jangada de Pedra, 1986

• História do Cerco de Lisboa, 1989

Nesse núcleo de sua obra nos anos 80, há um diálogo com a ideia de império português. "A jangada de pedra" discute o futuro de Portugal.

Os personagens principais dessas obras são, em geral, da classe proletária. Ele recria a história de Portugal com alguns personagens reais misturados a histórias alucinantes e alucinadas de reinvenções do país.

Mensagem:

COMO O DOM DA PALAVRA PODE MUDAR E RECONTAR O PASSADO E POR CONSEGUINTE O FUTURO.

O livro "A jangada de pedra" é uma proposta ibérica.

Com várias citações do livro em sala de aula, ficou a questão levantada: ser ibérico ou não? Europeu ou ibérico? (lembrar que na época da publicação da obra, Portugal estava se filiando a CEE)

ALEGORIA DA OBRA:

IDENTIDADE IBÉRICA X IDENTIDADE EUROPEIA

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