segunda-feira, 9 de novembro de 2020

091120 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

Segunda-feira, 9 de novembro do ano do aparecimento da pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19). 

A pandemia não acabou ainda. Os números mostram que ela avança em diversos países naquilo que chamam de segunda onda. Governos estabelecem formas de isolamento social através de decretos e determinações de fechamento de estabelecimentos comerciais, uso obrigatório de máscara e demais medidas que já conhecemos desde o início da pandemia.

Os números oficiais das vítimas são bem expressivos: 50,6 milhões de infectados pelo vírus e 1.258.817 mortos. Durante a pandemia, os profissionais de saúde aprenderam a lidar melhor com ela e agora morrem menos pessoas nos casos de internações, quando há estrutura de saúde para atender as vítimas. Mas não há um remédio para combater o vírus. Não há vacinas. As subnotificações voluntárias e involuntárias são enormes, variando de um lugar pra outro.

No entanto, nessa terra miserável em que moro, tudo é diferente, inclusive em relação à pandemia mundial de Covid-19. Aqui somos um país jabuticaba, o lugar das coisas únicas. Aqui pretos votam em racistas, pobres votam nos bilionários e seus indicados, mulheres votam em machistas e sexistas, gays votam naqueles que odeiam e pregam a morte dos não-héteros. Aqui, a religião é a ferramenta do crime organizado e em nome de Deus e Jesus se prega o ódio, a intolerância, a violência e se arrecada o dinheiro dos miseráveis para encher as burras de salafrários que se dizem pastores, bispos, padres e coisas do tipo. E o Estado deixa rolar tudo isso...

Nessa terra miserável, eterna colônia de imperialismos, os números oficiais devem ser bem inferiores aos números reais de vítimas do Sars-Cov-2. Como a pandemia virou uma guerra política entre a ultradireita e a ciência, além de aqui ser um dos países que menos realizam testes na população, alguns especialistas dizem que os números reais da pandemia podem ser algumas vezes maiores que os números oficiais. É comum, por exemplo, as pessoas morrerem de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e não de "Covid-19", que é causa de mais de 90% dos casos de SRAG. Enfim, isso é o Brasil após o golpe de Estado em 2016.

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Outras pandemias estão destruindo o presente e as perspectivas de futuro do Brasil: ignorância, destruição da natureza e violência contra vulneráveis, por exemplo. Viramos párias do mundo após a eleição dos inumanos do clã de milicianos que capturou os espaços de poder do país. As denúncias e provas dos crimes cometidos por eles saem pelo ladrão, mas de nada serve isso. Tudo segue na mais completa "normalidade" bárbara. A mídia golpista organiza as pautas e agendas de manipulação invisibilizando os temas que não interessam à banca e à casa grande e super dimensionam as pautas que captam a atenção das multidões idiotizadas. É uma festa!

O país terá eleições no próximo fim de semana. A esquerda e os ditos setores progressistas não se uniram. Em vários locais, os segundos turnos serão entre ultradireita e direita e os combativos e revolucionários partidos e candidatos "progressistas" passarão o próximo período se atacando uns aos outros, e a vida seguirá do jeito que está, uma festa para a casa grande brasileira. Os parlamentos municipais estarão entupidos de militares, pastores, trubufus violentos e fascistas, e um gato-pingado de "esquerda" pra dizer que a luta continua.

Ah, e os candidatos de esquerda ou de movimentos populares que talvez sejam eleitos têm toda a chance do mundo de não terminarem seus mandatos, se tomarem posse, porque as técnicas de lawfare disponíveis na sociedade humana destruída pelo novo normal necrocapitalista é assim, se a política não atender aos interesses do 1%, golpe resolve rapidinho a questão.

É isso! Registrado o instante.

William


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