quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado (XXXII)

Quinta Parte

Economia de transição para um sistema industrial (século XX)

XXXII. Deslocamento do centro dinâmico


"Desta forma, a política de fomento da renda, implícita na defesa dos interesses cafeeiros, era igualmente responsável por um desequilíbrio externo que tendia a aprofundar-se. A correção desse desequilíbrio se fazia, evidentemente, à custa de forte baixa no poder aquisitivo externo da moeda. Essa baixa se traduzia numa elevação dos preços dos artigos importados, o que automaticamente comprimia o coeficiente de importações." (p. 209)

O ajuste nas contas nacionais se dava no Brasil sempre em função de beneficiar os caras do agro "pop". A depreciação do câmbio aumentava o preço interno dos produtos. O equilíbrio se dava por diminuição do consumo de produtos importados.

Essa consequência de aumento dos preços das coisas importadas acabou melhorando o mercado interno para se produzir aqui algumas coisas.

"O crescimento da procura de bens de capital, reflexo da expansão da produção para o mercado interno, e a forte elevação dos preços de importação desses bens, acarretada pela depreciação cambial, criaram condições propícias à instalação no país de uma indústria de bens de capital." (p. 210/11)

Não é comum em países periféricos às metrópoles imperialistas ter-se oportunidade para o desenvolvimento de um setor industrial. O papel desses países é ser pasto e exportador de commodities. 

Furtado nos conta que nos anos trinta do século vinte essa lógica de terceiro mundo acabou não ocorrendo aqui e o Brasil conseguiu desenvolver uma indústria nacional muito em função da economia interna.

"(...) Ora, as condições que se criaram no Brasil nos anos trinta quebraram este círculo. A procura de bens de capital cresceu exatamente numa etapa em que as possibilidades de importação eram as mais precárias possíveis." (p. 211)

Enfim, o consumo interno foi uma das soluções para a crise de 1929 e a grande depressão.

"(...) É evidente, portanto, que a economia não somente havia encontrado estímulo dentro dela mesma para anular os efeitos depressivos vindos de fora e continuar crescendo, mas também havia conseguido fabricar parte dos materiais necessários à manutenção e expansão de sua capacidade produtiva." 

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BRASIL DE LULA (PT) APOSTOU NA ECONOMIA INTERNA NA CRISE DO SUBPRIME E SE SAIU BEM EM FAVOR DO POVO

Neste século 21 vimos a crise do subprime afundar economias mundo afora a partir de 2008.

O Brasil do governo Lula (PT) conseguiu se sair muito melhor que a maioria dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos com políticas anticíclicas e forte atuação dos bancos públicos.

Mesmo assim, anos depois, viria o golpe de Estado contra os governos do PT e contra o povo brasileiro. Afundamos a partir de 2016 numa fossa de merda com o crime organizado se apoderando do Estado e destruindo tudo.

Enfim, estou terminando a leitura do livro clássico de Celso Furtado.

Espero estarmos também caminhando para o fim do caos e destruição do Brasil elegendo Lula no domingo 2 de outubro e encerrando o período nefasto da máfia no poder.

É isso!

#LulaNo1ºTurno

William


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Bibliografia:

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Grandes nomes do pensamento brasileiro. 27ª ed. - São Paulo. Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000.


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