Quinta Parte
Economia de transição para um sistema industrial (século XX)
XXXII. Deslocamento do centro dinâmico
"Desta forma, a política de fomento da renda, implícita na defesa dos interesses cafeeiros, era igualmente responsável por um desequilíbrio externo que tendia a aprofundar-se. A correção desse desequilíbrio se fazia, evidentemente, à custa de forte baixa no poder aquisitivo externo da moeda. Essa baixa se traduzia numa elevação dos preços dos artigos importados, o que automaticamente comprimia o coeficiente de importações." (p. 209)
O ajuste nas contas nacionais se dava no Brasil sempre em função de beneficiar os caras do agro "pop". A depreciação do câmbio aumentava o preço interno dos produtos. O equilíbrio se dava por diminuição do consumo de produtos importados.
Essa consequência de aumento dos preços das coisas importadas acabou melhorando o mercado interno para se produzir aqui algumas coisas.
"O crescimento da procura de bens de capital, reflexo da expansão da produção para o mercado interno, e a forte elevação dos preços de importação desses bens, acarretada pela depreciação cambial, criaram condições propícias à instalação no país de uma indústria de bens de capital." (p. 210/11)
Não é comum em países periféricos às metrópoles imperialistas ter-se oportunidade para o desenvolvimento de um setor industrial. O papel desses países é ser pasto e exportador de commodities.
Furtado nos conta que nos anos trinta do século vinte essa lógica de terceiro mundo acabou não ocorrendo aqui e o Brasil conseguiu desenvolver uma indústria nacional muito em função da economia interna.
"(...) Ora, as condições que se criaram no Brasil nos anos trinta quebraram este círculo. A procura de bens de capital cresceu exatamente numa etapa em que as possibilidades de importação eram as mais precárias possíveis." (p. 211)
Enfim, o consumo interno foi uma das soluções para a crise de 1929 e a grande depressão.
"(...) É evidente, portanto, que a economia não somente havia encontrado estímulo dentro dela mesma para anular os efeitos depressivos vindos de fora e continuar crescendo, mas também havia conseguido fabricar parte dos materiais necessários à manutenção e expansão de sua capacidade produtiva."
---
BRASIL DE LULA (PT) APOSTOU NA ECONOMIA INTERNA NA CRISE DO SUBPRIME E SE SAIU BEM EM FAVOR DO POVO
Neste século 21 vimos a crise do subprime afundar economias mundo afora a partir de 2008.
O Brasil do governo Lula (PT) conseguiu se sair muito melhor que a maioria dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos com políticas anticíclicas e forte atuação dos bancos públicos.
Mesmo assim, anos depois, viria o golpe de Estado contra os governos do PT e contra o povo brasileiro. Afundamos a partir de 2016 numa fossa de merda com o crime organizado se apoderando do Estado e destruindo tudo.
Enfim, estou terminando a leitura do livro clássico de Celso Furtado.
Espero estarmos também caminhando para o fim do caos e destruição do Brasil elegendo Lula no domingo 2 de outubro e encerrando o período nefasto da máfia no poder.
É isso!
#LulaNo1ºTurno
Bibliografia:
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Grandes nomes do pensamento brasileiro. 27ª ed. - São Paulo. Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário