sábado, 16 de maio de 2020

160520 (d.C.) - Diário e reflexões





Hoje é sábado, 16 de maio de 2020, pós-Covid-19. Osasco, SP.

Neste momento (14h30), o mundo registra 4,58 milhões de infectados pelo novo coronavírus, sendo 309.184 vítimas fatais. O país mais atingido é os Estados Unidos, com 1,45 milhão de infectados e 87.841 mortos. O Brasil é o sexto mais atingido, mas vai passar a Itália e a Espanha nos próximos dias. Aqui no país jabuticaba, onde o inumano no poder atua contra o combate à pandemia, e somos o país que menos testa no mundo entre os grandes, já temos 222.877 infectados e 15.046 mortos. 

Fico pensando se merecemos tudo o que acontece aqui, afinal de contas, descobrimos que somos mais bárbaros do que jamais poderíamos imaginar um dia. Parece que, a cada dia, mais humanos ao nosso redor demonstram pensarem igualzinho ao monstro que foi colocado no poder. Talvez mereçamos tudo... merecemos, sim.

Apesar de todos os cuidados que temos tomado, as recomendações de higienização, isolamento, quarentena, máscara na cara igual os tuaregues no deserto, álcool gel pra lá, álcool gel pra cá, sabão aqui, sabão acolá, esse inferno todo no qual a vida se transformou, eu sinto que algo dentro de mim está em sintonia com o mundo exterior. O mundo definha. Eu definho. Tem horas que eu penso o seguinte: que se dane!

Quando há luta, lutas, há esperança, algum tipo de esperança. Estou sem esperança. E não sou mais como fui no passado. Eu não ligava pra vida, meu egoísmo não me permitia sequer pensar no sofrimento das pessoas que nos consideravam. Sou menos egoísta hoje, diria que sou, afinal de contas, só faço o que tem que ser feito porque penso que temos alguma serventia para o mundo exterior ao animal que somos.

No entanto, apesar de me alimentar direito, de fazer um esforço grande em praticar alguma atividade física aeróbica para baixar um pouco a pressão arterial e reduzir o colesterol ruim no sangue (em tempos de pandemia que proíbe sair sem máscara na rua), apesar disso, algo me corrói por dentro. Como me conheço há cinco décadas, acredito que o principal fator gerador seja a tristeza que nos abateu após o golpe de Estado, após o mal se instalar no nosso mundo com adesão das pessoas ao nosso redor. 

Por que registro esses diários? Deve ser vaidade. O animal humano é assim. Sigo fazendo o possível, leio em busca de prazer e descoberta, atuo como provedor dos meus entes queridos, não faço nada que seja condenável. Faço meu papel de ator social que tem visão de mundo a partir do espectro da esquerda.

Seguimos. Sigamos. 

William
Um leitor

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