sábado, 30 de maio de 2020

Instantes (1h20)




Não foi possível estudar língua japonesa naquele dia. A sexta-feira não foi produtiva em termos de novos conhecimentos. Afazeres diversos o desviaram do desejo de leitura e aprendizado de algo novo. A renovação do seguro do carro teve algum problema e foi preciso tratar do assunto. A bateria do carro arriou por ficar desligado durante a pandemia e foi necessário acionar a assistência para ligar o veículo. Queria correr um pouco no estacionamento do condomínio, mas também não deu certo. 

Leu um pouco de Hobsbawm, mas a leitura foi truncada, toda hora tinha que interromper; nem acabou o capítulo em que estava. Leu mais uma novela do Decamerão, de Giovanni Boccaccio; ele se propôs a ler uma por dia durante cem dias. Leu um pouco a respeito dos povos originários das Américas - Guatemala e México. O texto sobre o México foi um texto de Carlos Fuentes, o prefácio do livro Los cinco soles de México, escrito no ano 2.000. Se não estudou japonês, ao menos leu vinte páginas de língua espanhola moderna. Já é alguma coisa. O texto trouxe um pouco de reflexões a ele também. Leu um pouco do Popol-Vuh, sobre os povos maias-quiché. 

E assim se foi mais um dia em sua vida. As notícias do mundo lá fora foram as mesmas más notícias do novo cotidiano de pandemias. Muitas mortes e contágios causados pelo vírus e o pior momento político da história daquele pedaço de mundo. Ele havia previsto que o dia seria assim, como o famoso romance de Remarque, Nada de novo no front.

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