sexta-feira, 25 de junho de 2021

250621 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

Sexta-feira, 25 de junho.


OS CEM MELHORES CONTOS BRASILEIROS...

Ontem e hoje, li contos de um livro de coletâneas. Já faz um tempinho que não lia contos. Na madrugada de ontem, a mais fria do ano em Osasco (12º), não consegui dormir mais a partir das 4 horas da manhã. Fui para a sala e não quis pegar nada que já estava lendo. Peguei o livro Os cem melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi.

A coletânea foi organizada há duas décadas e adquiri o livro pouco depois de seu lançamento. Estava em meus primeiros anos como aluno de Letras na USP. Até hoje não li mais que 30 contos do livro, justamente os contos da primeira metade do século XX, pois o livro é organizado de forma cronológica em relação aos contos. Ou seja, ainda tenho dezenas de contos para ler e conhecer, tanto textos quanto autores. Um dia eu termino o livro.

Li os contos abaixo, da seção "Anos 40/50 - Modernos, maduros, líricos":

- "Um cinturão", de Graciliano Ramos;

- "O pirotécnico Zacarias", de Murilo Rubião;

- "Gringuinho", de Samuel Rawet;

- "O afogado", de Rubem Braga;

- "Tangerine-Girl", de Rachel de Queiroz;

- "Nossa amiga", de Carlos Drummond de Andrade;

- "Um braço de mulher", de Rubem Braga;

- "As mãos de meu filho", de Érico Veríssimo;

- "A moralista", de Dinah Silveira de Queiroz;

- "Entre irmãos", de José J. Veiga;

- "A partida", de Osman Lins.

De cara, gostei do conto de Osman Lins. Me lembrei de minha avó Deolinda, com quem morei um tempo quando voltei para São Paulo na adolescência. E jovem tem dessas coisas de não ser amoroso e carinhoso com as pessoas mais velhas. Creio que fui assim também. Quase todos são assim.

Eu não conhecia nenhum texto do excelente escritor José J. Veiga quando comprei o livro de contos. Agora conheço bem o autor goiano porque já li mais da metade de sua obra. O conto "Entre irmãos" tem a pegada dele, é muito bom.

Adorei os dois contos de Rubem Braga. O autor é muito bom. "O afogado" dá uma agonia grande quando estamos na leitura. Já a personagem com medo de avião é uma cena que todos nós já vimos algum dia.

Que posso dizer do conto de Graciliano? Que merda é a realidade ontem e hoje das crianças espancadas em casa! Eu vi isso na minha infância. Nunca apanhei, mas vi muita criança sendo espancada. Na verdade, tomei uma surra na infância, mas minha pena era o castigo. Moriconi nos informa na introdução que o texto está contido no livro Infância, de G. Ramos. É um livro autobiográfico. Tenho ele na estante, mas não o li ainda.

Gostei de todos os contos que li, mas esses acima me cutucaram mais, me incomodaram ou me despertaram mais lembranças. O de Veríssimo e de Rachel de Queiroz também me chamaram a atenção.

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Seguimos lutando para sobreviver à pandemia mundial de Covid-19 no país que mais morre vítimas no mundo (509 mil mortos), porque temos um regime genocida que adotou a estratégia de contaminar a população toda com a ilusão de atingir uma suposta imunidade de rebanho às custas de alguns milhões de mortos. Tudo em nome de uma ideia equivocada de manter a "economia funcionando". Mentiras, mentiras, mentiras. O regime bolsonarista é o regime da mentira e dos mentirosos genocidas.

Vivemos num mundo onde ninguém quer conselhos nem dicas de nada. É o mundo do capitalismo, do individualismo, da ilusória autossuficiência. Então nem vou sugerir que as pessoas leiam, estudem e procurem preservar e ampliar suas inteligências e culturas. Os tempos são de loas a ignorância e não de homens e mulheres cultivados na cultura geral.

William


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