Refeição Cultural
Manhã de sábado, dia frio em Osasco, São Paulo.
Não tive ânimo de registrar os sentimentos e acontecimentos pessoais e os fatos da política no Brasil e no mundo nos últimos dois dias.
A vida humana na atualidade é marcada pela velocidade das informações, sobretudo pautada pelo tsunami de mentiras disseminadas de forma consciente e racional para manipular o comportamento de multidões de seres humanos como se gado fossem, rebanhos manipulados por berrantes tocando a boiada rumo ao matadouro.
O ministro da economia do regime de destruição do Brasil, o Paulo Ipiranga Guedes, disse nesta semana que a elite, que come bem demais, deveria dar seus restos de comida para os pobres comerem... ele diz isso e ninguém faz nada em relação a isso. Esse sujeito desprezível já disse tanta coisa nojenta a respeito do povo e dos pobres... esse legítimo representante da casa-grande brasileira só diz o que sua turma pensa. Ele tem história, aprendeu a ser o que é na ditadura chilena de Pinochet.
O genocida no poder mostra para todos que não vai sair do lugar onde nunca deveria ter estado porque é criminoso e porque foi colocado lá por diversas fraudes já comprovadas. Ele comete ilegalidades, contravenções, quebras de decoro, crimes e demais arbitrariedades previstas em lei e legislação, di-a-ri-a-men-te, e ninguém faz nada em relação a isso. Ele prepara uma guerra civil de consequências imprevisíveis e nada parece apeá-lo do poder. As instituições que poderiam interromper a tirania e guerra civil em andamento não tomam a atitude por serem covardes ou por serem corruptas e coniventes e se locupletarem com a situação trágica.
498.499 brasileiras e brasileiros morreram em decorrência da estratégia do regime genocida de incentivar que o povo brasileiro se infectasse logo com o Sars-Cov-2, o novo coronavírus. A decisão do regime liderado pelo clã miliciano equivale a fazer uma roleta russa com a vida do povo. Se temos mais de 200 milhões de pessoas, a estratégia equivaleria a morrer de 2 a 3 milhões de cidadãos. O genocida no poder diria: "E daí..." e "não sou coveiro". Essas informações não são coisa da minha cabeça, são informações das audiências da CPI sobre a pandemia de Covid-19, abertas ao público na internet.
Nossos entes queridos falecidos, os 498.499 mortos - oficialmente - em decorrência dos efeitos da infecção por Covid-19, poderiam estar vivos e com saúde, os estudos apontam que de cada 4 mortos 3 poderiam ter se salvado caso as medidas existentes tivessem sido tomadas: vacinação, auxílio emergencial para o povo e para os micro e pequenos empresários e uma campanha nacional de informação massiva sobre isolamento social, uso de máscara e medidas de higienização. O regime no poder matou mais de 300 mil cidadãos, nossos conterrâneos.
A Covid-19 não é uma infecção por vírus semelhante a uma gripe, o que o genocida chamou de "gripezinha". Os estudos em andamento apontam que 20 a 30% das pessoas infectadas pelo vírus, mesmo quando foram pacientes assintomáticos e com sintomas leves, desenvolvem doenças crônicas e sequelas que podem durar para sempre. O professor e neurocientista Miguel Nicolelis, em seu podcast "Diário do front", episódio nº 9, citou um estudo feito nos Estados Unidos com 2 milhões de infectados pelo vírus que aponta que 23% (ou seja, quase meio milhão de pessoas) tiveram sequelas da doença: desenvolveram sintomas crônicos em órgãos os mais diversos possíveis - algo como uma "Covid crônica" (ouvir a partir do minuto 14 do podcast). A Covid-19 NÃO é uma merda de uma gripezinha!
Enfim, são tantas informações verídicas e factuais de ilegalidades e ações do regime no poder, ações que estão levando o povo brasileiro à morte e à miséria, que sofremos de forma insuportável ao vermos que a situação se perpetua a cada dia. Cada dia é um absurdo!
Teremos apagão. O povo ficará sem luz e sem água. O povo do Amapá foi salvo do apagão - após semanas de caos - pela nossa Eletrobras, que vai ser privatizada (dada) pelo regime nazifascista aos abutres que apoiam o projeto em andamento de destruição do Brasil. Não teremos luz, água, internet. Mas teremos um povo revoltado, com raiva, fome e medo. A parte que apoia o regime do mal está armada e é perigosa, é irracional e ignorante. As forças de repressão talvez matem mais ainda o povo, que já morre como nunca por ser povo, de pele parda ou escura, preta, marrom.
Como eu poderia comemorar ter chegado a minha faixa etária da vacina contra a Covid-19 em Osasco nesta semana? Eu e a esposa fomos vacinados. Mesmo esperando a nossa vez, eu me sinto um privilegiado ao lembrar de dezenas de pessoas que conhecia que já faleceram porque não tiveram essa chance básica de serem vacinadas pelo Estado. E as trabalhadoras da padaria aqui do lado? Que pegam ônibus lotado todo dia e ficam o dia inteiro atendendo gente sem estarem vacinadas?
Estou nas últimas partes do livro autobiográfico do líder negro sul-africano Nelson Mandela. São quase 800 páginas. Vi Mandela descrever mais de 75 anos de lutas do povo por sua liberdade e por seus direitos à igualdade. O regime no poder era uma minoria branca - os africânderes -, mas tinha o poder da força armada do Estado. O CNA e os negros lutaram décadas através das diversas formas de protestos e mobilizações não violentas enquanto entenderam que elas tinham algum efeito. Os nacionalistas reagiam com violência armada do Estado (o apartheid era lei). Mandela nos ensina que É O INIMIGO OPRESSOR QUEM DEFINE AS ARMAS. A liberdade do povo negro sul-africano só veio depois de mais de duas décadas de enfrentamento armado, da forma que dava, é claro (atentados contra estruturas do governo e guerrilhas)! Lutar contra as forças letais do Estado não é fácil. A África do Sul é um exemplo a ser estudado pelos povos do mundo que lutam por liberdade, justiça e igualdade.
É isso o que tinha para registro neste modesto blog de um ex-dirigente sindical. Sou um cidadão e tenho meus direitos humanos, direitos civis, políticos, sociais.
Mandela, quando começou o período de diálogo com o inimigo, tinha como uma de suas premissas para a deposição do enfrentamento armado uma sociedade não racial, na qual todos tivessem direitos políticos iguais: um homem, um voto. Até o golpe de Estado em 2016, eu acreditei na democracia mequetrefe que o Brasil tinha. As elites nunca perderam o poder, mesmo quando perdiam algumas eleições. Depois do golpe que interrompeu o melhor momento do povo brasileiro na história, eu não acredito mais na democracia que o Brasil tinha. Não acredito. "Cada pessoa, um voto" não funciona mais aqui, nem em outros lugares do mundo. As formas de manipulação de massas já superaram isso. Não sei mais em que acreditar. Não sei mesmo! O regime criminoso no poder já deixa claro que não vai sair do poder, independente do número apurado de votos em eventual eleição... como vamos resolver isso? A democracia não existe mais.
William
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