Refeição Cultural
"Para nós, tais lutas - por óculos, calças compridas, privilégio para estudo, alimentos iguais - eram corolários para a luta que promovíamos fora da prisão. A campanha para melhorar as condições na prisão era parte da luta contra o apartheid. Era, nesse sentido, tudo igual, lutávamos contra a injustiça onde quer que a encontrássemos, não importando se era grande ou pequena, e lutávamos contra a injustiça para preservar a nossa humanidade" (MANDELA, 2012, p. 498)
Lutávamos contra a injustiça para preservar a nossa humanidade
Quando eu ia dar as boas-vindas aos novos funcionários do Banco do Brasil, no dia da posse deles em seus cargos de escriturários concursados do banco público, eu transmitia a eles uma mensagem muito parecida com o conceito acima descrito por Nelson Mandela.
Eu era dirigente sindical dos bancários paulistas, representava os trabalhadores e ao sindicalizá-los dizia para nunca aceitarem violência contra eles (física e psicológica), assédio moral, humilhações ou qualquer forma de injustiça. Deixava claro para eles que assédio moral e injustiça nunca poderiam ser considerados coisas normais. Injustiça não é algo "normal", algo "natural".
Hoje, temos que trabalhar esse conceito mais que nunca no mundo do trabalho, no Brasil e no planeta Terra! Lutar contra a injustiça é uma forma de preservar a nossa humanidade.
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Nesta segunda, 7 de junho, tivemos em Osasco, São Paulo, um dia chuvoso e nublado. A natureza agradece.
Reli e estudei um pouco as postagens que fiz sobre a leitura do clássico Odisseia, de Homero. Já passei da metade da leitura da epopeia em versos de minha edição a cargo do professor Medina e na tradução de Odorico Mendes. Estudar os clássicos da literatura mundial também é uma forma de fortalecer nossa humanidade.
Retomei a leitura da autobiografia de Nelson Mandela. Sinto que a leitura sobre a história de luta do povo negro sul-africano é necessária para mim neste momento de desesperança em relação ao presente e ao futuro por causa da dura realidade em nosso país, neste momento da história dominado pela banalidade do mal e nas mãos de um regime nazifascista, racista e contra o povo e a classe trabalhadora, regime corrupto, violento e genocida.
A história de Mandela, seus companheiros e companheiras e a derrota do regime racista do apartheid imposto pela minoria branca é um exemplo de que a luta vale a pena e que não podemos normalizar a injustiça, temos que preservar a nossa humanidade. O bolsonarismo e a extrema direita, representantes do capital financeiro mundial, atuam para destruir nossa humanidade. Não podemos permitir isso. Eles usam inclusive o ódio e o medo para isso, idiotizam as pessoas e devemos combater isso porque é nosso dever lutar contra esse mal.
O povo está sofrendo sob a dominação desse regime genocida, cuja pauta do governo é destruir tudo que existia. Temos que resistir. Você que me lê aqui no blog e que pode estar se sentindo só e desanimado também, saiba que você não está sozinho. A vida vale a pena, a igualdade e a justiça, o amor e a solidariedade são abstrações criadas pelo animal humano e essas abstrações nos humanizam. Não desistam de viver e de lutar para sermos felizes.
Estamos juntos, mesmo que de forma singela como aqui neste blog de um militante de um mundo melhor para todos. Leiam bons livros e bons autores, boas histórias de luta e histórias de culturas, leiam e se humanizem.
Meu coração está apreensivo com a internação do amigo e companheiro Jacy Afonso, um dos militantes das causas do povo para o qual tenho um amor fraterno antigo. Ele está lutando para vencer os efeitos da infecção pelo vírus Covid-19. A cada notícia positiva como ouvi agora há pouco, sentimos alegria e esperança em sua recuperação.
Amigas e amigos leitores, não desistam da vida, não desistam das lutas. Cada momento vivo vale a pena porque o imponderável pode nos surpreender positivamente, assim como sabemos que a vida é um instante para todo ser vivo.
William
Bibliografia:
MANDELA, Nelson. Longa caminhada até a liberdade. Tradução de Paulo Roberto Maciel Santos. Curitiba: Nossa Cultura, 2012.
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