quinta-feira, 10 de junho de 2021

100621 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

"o essencial é viver!" (Carlos Drummond de Andrade)


Quinta-feira, 10 de junho do 2º ano do aparecimento da pandemia mundial do novo coronavírus.

Que dizer neste momento de registro pessoal sobre os acontecimentos da vida? Talvez começar o registro dizendo que estamos na luta para seguir vivendo e para isso estamos o tempo todo buscando significar a existência, tanto pessoal quanto coletiva, da vida humana e da vida no planeta Terra. Dar sentidos às coisas é algo que pode nos dar motivos para suportar as adversidades da existência e seguir lutando pelo viver.

Nesta semana, estou lendo a autobiografia do líder negro sul-africano Nelson Mandela (1918-2013). Hoje não li, mas li centenas de páginas nesses dias. As outras leituras de literatura estão um pouco interrompidas. Em breve, retomo essa atividade que nos humaniza, conforta e fortalece.

Hoje trabalhei algumas horas neste blog de cultura. Eu mesmo fico impressionado com o quanto tive paciência e tempo para postar tanta coisa legal, para compartilhar tanto conhecimento e opiniões. Meu objetivo na época que criei o blog era fazer com que ele fosse uma espécie de Wikipedia (What I Know Is...). Os blogs estavam em seu começo na rede mundial de computadores em meados da primeira década deste século.

Estou revendo o ano de 2008 e ao reler as postagens sobre aulas na Universidade de São Paulo vejo que o conteúdo tem algum valor. Meu blog tem uma certa quantidade de entradas mensais justamente por causa das centenas de postagens com conteúdos de estudos e de cultura em geral.

Hoje e dias atrás, li e estudei sobre Filologia e Morfologia. Bem legais os temas!

Enfim, toda tentativa diária de trabalhar minha mente e minha atenção por algumas horas vale a pena porque querendo ou não é impossível nos desligarmos da realidade trágica na qual vivemos sob a banalidade do mal num país destruído após o golpe de Estado de 2016. E a realidade nos traz sofrimento e temos que suportar isso. Inclusive sabemos que há um genocídio em andamento e a morte virou referência para nossas vidas. A morte iminente é a referência para nós na atualidade...

Brasil paralelo

O regime nazifascista que tomou de assalto as instituições do Estado brasileiro após o golpe da casa-grande e o fim da democracia formal no Brasil em 2016 não será derrotado pelo povo tão facilmente. Diversos fatores apontam para isso. Minha opinião é que as lideranças e forças mais progressistas estão apostando de forma equivocada e ilusória todas as fichas numa hipotética vitória dos democratas em uma eventual eleição em 2022 (estou falando das apostas em Lula). Acho que estão enganados. E espero estar errado quando reler essa reflexão daqui a alguns anos.

Na verdade, nem poderia denominar a banalidade do mal que tomou conta do Brasil e o regime no poder de "nazifascista" porque a história não se repete. A expressão é um empréstimo porque a história cunha os conceitos depois. O hitlerismo, o franquismo, o salazarismo e outros regimes aconteceram com os contextos que os definiram em suas épocas. Talvez no futuro, os livros de história tenham em seus registros sobre o Brasil deste momento denominações como "bolsonarismo" com o mesmo peso trágico e criminoso que o nazismo teve, nazismo que no fundo foi o "hitlerismo".

Enfim, sobre o risco iminente de morte e o genocídio em andamento, registro que hoje morreram de Covid-19 mais de 2,5 mil pessoas no Brasil. Ultrapassamos a marca trágica de 482 mil mortes de brasileiros e brasileiras. Atualmente, um terço dos mortos diários no mundo, nos 200 países, são de pessoas sob o regime do mal do bolsonarismo. A morte por Covid-19 faz parte das estratégias do regime por aqui. É um regime baseado na morte, na retirada de direitos do povo, no favorecimento de algumas pessoas e grupos de bilionários, e baseado na MENTIRA.

A MENTIRA é a base do poder que está destruindo e matando o povo brasileiro e o país. O MENTIROSO sabe dizer as mentiras que os alienados e os manipuladores querem acreditar e enganar os outros.

Mas se até o nazismo - o hitlerismo - que queria durar mil anos não durou para sempre, durou 12 anos (matou milhões de pessoas, é verdade), não seria um regime de gente tão medíocre e tão desprezível como o que temos neste momento no Brasil que duraria dezenas de anos. Eu sei que o salazarismo durou décadas... esperemos que o contexto atual não permita isso, porque a história não se repete e porque estamos vivos e nos opomos a tudo o que significa esse regime do mal.

Por que coloquei o subtítulo de "Brasil paralelo" nesta parte da postagem? Porque impressiona o quanto as pessoas ao nosso redor foram capturadas pelas mentiras do regime do mal no poder. Nossos amigos, familiares e conhecidos estão morrendo por causa da Covid-19 e estão lutando para sobreviver às consequências da infecção pelo vírus mortal. Mas uma parte da sociedade humana foi captura pelas abstrações mentais do bolsonarismo (como nos explica o neurocientista Miguel Nicolelis sobre o cérebro e as abstrações de O Verdadeiro Criador de Tudo). 

Os bolsonaristas ou simpatizantes ao regime não têm medo de pegar o vírus! Eles não têm medo! Têm medo da abstração "comunismo", mas não têm medo dos efeitos da infecção pelo vírus. Cara, fico vendo as pessoas ao meu redor sem máscara e acreditando em tudo quanto é mentira que é repetida mil vezes por dia nos grupos e redes sociais desse mundo paralelo em que eles vivem e eles não têm medo... Temos um Brasil paralelo com essa gente... é assustador!

William

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