sábado, 18 de dezembro de 2021

Retrospectiva política 2021


#29M na Paulista.

Em 2021 estive em algumas atividades populares que pautaram as grandes questões políticas do Brasil. A pandemia mundial de Covid-19 e a falta de vacinas no país por causa da estratégia do regime genocida de não seguir as recomendações mundiais de combate e prevenção ao vírus dificultaram as atividades de mobilização, mas aos poucos os movimentos de esquerda foram organizando atos país afora.

#29M

#29M com Deise.

O ato do dia #29M foi o primeiro que participei em 2021. O receio de contrair o vírus era real, pois grande parte de nós não estava vacinada ainda. Não consegui ficar em casa. Meu coração falou mais alto e fui ao evento me somar ao povo nas ruas.

#19J

#19J com Sandra e Carlão.


Escrevi no dia nas redes sociais - Novamente, meu coração martelou forte me dizendo que era preciso estar nas ruas com o povo lutando pelo fim desse regime genocida e pelo resgate dos direitos do povo. Sei que o risco é grande, mas me somei ao povo nas ruas. Temos que libertar o Brasil e o povo desses manipuladores canalhas. São 500 mil mortos sob responsabilidade desse regime. Só com milhões de pessoas nas ruas vamos mudar a situação e frear essa minoria violenta e armada contra o povo. Lutar pela vida de tod@s!

#3J

#3J com Toninho, Sílvia, Rodrigo e uma
companheira que não sei o nome.


Julho - Cheguei à Paulista pouco depois das 15 horas, horário definido para o ato #ForaBolsonaro. Mais uma vez, foi encantador ver a quantidade enorme de jovens ocupando os espaços públicos de lutas. Além dos jovens, foi bom voltar a ver os movimentos organizados. Foi bom demais ver as gerações que tanto lutaram antes de nós e nos legaram direitos que estão ameaçados ou sendo retirados. A Paulista estava lotada! No fim da noite, as matérias apontavam que aquela foi a maior das 3 manifestações na Paulista: a de #29M, a de #19J e a #3J.

#24J

#24J com Roseli.


No dia da manifestação, postei avaliação do dia de luta e encontrei pessoas conhecidas: "Encontrei companheiros e companheiras de lutas mais uma vez, coisa que não é fácil por causa da multidão e por causa das máscaras de proteção contra a Covid-19. Encontrei a companheira Roseli, grande lutadora da área da educação e companheir@s dos bancários, Deise Recoaro e Edvaldo, da Caixa. Conversamos bastante sobre a organização do movimento sindical, estratégias de lutas nos bancos públicos BB e Caixa Federal, dentre outras questões."

#2Out

#2Out com militância de luta, entre ela amig@s
dos tempos de Contraf-CUT: Alice, Plínio, Coelho e Dulce.


A Av. Paulista estava lotada de pessoas que fazem a gente acreditar que a vida no planeta ainda pode ter uma chance. Parte do povo brasileiro esteve nas ruas do país por isso: em defesa de pautas progressistas, solidárias e em defesa das coisas públicas, pautas de esquerda e por um mundo coletivo melhor.

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2022, 2023...

Minha participação política nas lutas sociais tem sido modesta desde que deixei de ser dirigente sindical e representante da classe trabalhadora em 2018. 

Em 2021 participei desses eventos de rua chamados por grupos e organizações sociais e participei de alguns fóruns e debates do movimento sindical e da comunidade Banco do Brasil. 

Registro o que sempre disse e repito: nunca fui de me oferecer a cargos e funções (não acho isso errado), nunca me coloquei candidato e me convidei a nada no movimento social estudantil e sindical, minha participação nas estruturas de poder popular sempre se deram por convite e não por me colocar candidato. Contribuí com a luta organizada enquanto acharam interessante. Isso é normal.

Ao longo do ano fui convidado a falar para algumas diretorias de sindicatos e militância bancária a respeito de questões inerentes à Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Cassi. Como fui gestor eleito da associação, acumulei algum conhecimento técnico e político a respeito da autogestão.

Nos últimos dias do ano fui surpreendido mais uma vez por não ter participado dos fóruns de base que debateram projetos e perspectivas de lutas para 2022 nas duas caixas - de assistência à saúde e previdência - às quais participo na comunidade Banco do Brasil como associado e beneficiário - a Cassi e a Previ. 

Política é assim mesmo, conheço por dentro essas questões de "esquecimento", exclusão e cancelamento de lideranças por certos grupos no poder momentâneo. Às vezes incomodamos demais (rsrs)! Fico na torcida pelo bom êxito de nosso lado da classe. Alguns mais velhos no movimento sempre nos alertam que o movimento é assim mesmo, não há gratidão nem reconhecimento de nada, tudo é momento e o poder se define com quem está no poder.

Se for para registrar um parágrafo sobre o que penso de 2022 no campo político da luta de classes, diria que não compartilho do otimismo que meu lado da classe deposita numa suposta democracia em funcionamento com uma eventual eleição de Lula à presidência. Francamente, na minha opinião, dessa vez estão enganados: não haverá conciliação de classes como a CUT e o PT fizeram nos últimos 40 anos - de forma acertada, na minha modesta opinião (pois nunca vi por aqui perfil algum de revolução popular). No entanto, os tempos são outros e as técnicas de golpes e lawfare vieram pra ficar. As conciliações duradouras acabaram. 

Sem eventos disruptivos (construídos ou por acaso) que interrompam os efeitos do golpe de Estado em 2016 e a ascensão do regime político que assumiu as instituições do Brasil durante esse período de Temer e Bolsonaro e seus comparsas nos 3 (três) poderes, falo da dominação total dos espaços de poder nacional tomados por uma canalha da casa-grande e do imperialismo estadunidense, nada mudará em 2022, 2023 e talvez nunca mais.

Não é o que parece acreditar grande parte das lideranças do PT, da CUT e do Novo Sindicalismo nascido no final dos anos oitenta. A aposta é numa nova conciliação com essa canalha que nos colocou nessa desgraça na qual afundamos em 2016. Temerário demais! Somos apenas mortais. Mas desejo sucesso nessas frentes amplíssimas com nossos inimigos de classe. Sucesso que só se realizará se trouxer benefícios para os 99% do povo à margem dos direitos da cidadania neste momento.

William

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