Refeição Cultural
COMENTÁRIO: Após a leitura do prefácio de Antonio Candido, li o primeiro capítulo do ensaio de Holanda. Posso afirmar uma coisa com tranquilidade: o intelectual é ousado! Fiquei surpreso com a linha de argumentação dele.
Mais uma vez, ao seguirmos lendo e tentando conhecer as teses e linhas de pensamento da intelligentsia brasileira, compreendemos os porquês daquilo que somos e de porque não chegamos ainda aonde achamos que merecemos estar.
Quase sempre, nossa realidade e nossa situação presente é o resultado de nosso passado, de nossa gênese. Ah! E como é triste o fato de nossos jovens viverem numa espécie de “presente contínuo”, como diz Hobsbawn, e não se interessarem por conhecer o passado para compreender que o tecido do presente é o resultado da tecelagem do ontem, para o bem e para o mal.
Às vezes, fica fácil até para compreender o porquê de nossa elite branca ser tão desgraçadamente egoísta e de pensamento medíocre. Às vezes, fica fácil até para compreender por que os cidadãos pobres e humildes paulistas votam nos candidatos da direita reacionária e conservadora, elite essa que segue adestrando a massa em escolas técnicas somente para que os futuros trabalhadores não estraguem suas máquinas industriais.
O capítulo primeiro apresenta o seguinte temário, que fala por si mesmo:
FRONTEIRAS DA EUROPA
- Mundo novo e velha civilização
- Personalismo exagerado e suas consequências: tibieza do espírito de organização, da solidariedade, dos privilégios hereditários
- Falta de coesão na vida social
- A volta à tradição, um artifício
- Sentimento de irracionalidade específica dos privilégios e das hierarquias
- Em que sentido anteciparam os povos ibéricos a mentalidade moderna
- O trabalho manual e mecânico, inimigo da personalidade
- A obediência como fundamento de disciplina
Bibliografia:
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Companhia das Letras, 26ª edição, 27ª reimpressão 2007.
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