segunda-feira, 1 de novembro de 2021

A alucinação de Ulisses - Joseph Strick



Refeição Cultural

O filme de Joseph Strick - A alucinação de Ulisses (1967) é uma adaptação para o cinema do clássico Ulysses (1922), de James Joyce. Gostei demais do filme por ver na tela o resultado do esforço de Strick em ser fiel à obra.

Li o livro de Joyce pela primeira vez em 2002, numa tradução de Antônio Houaiss. Foi uma façanha e tanto para mim à época. Reli o clássico neste ano pandêmico, agora na versão traduzida por Caetano Galindo. Minha compreensão da obra foi bem melhor desta vez, talvez por ser duas décadas mais vivido que antes.

Ao assistir ao filme, eu não esperava uma adaptação tão esforçada em ser fiel ao livro. Em geral, diretores e roteiristas fazem versões bem diferentes do texto original.

Gostei das interpretações de Milo O'Shea como Leopold Bloom, Barbara Jefford como Molly Bloom e Maurice Roeves como Stephen Dedalus.

O filme é rodado em preto e branco. As imagens e cenários nos transportam para o cenário da Dublin de Bloom e Joyce nos anos vinte. Me identifiquei com o filme desde o primeiro minuto ao ver a cena da torre que abre a estória.

Depois vemos diversas cenas muito legais. Para quem leu a obra a identificação é imediata. O enterro de Dignam, as cenas na praia - tanto do monólogo de Dedalus no início, quanto de Bloom e a menina "coxa" no final do dia -, "coxa" como diz o personagem e nosso Brás Cubas (a respeito de Eugênia).

E o fechamento com o monólogo de Molly Bloom: é demais!

Adorei o filme! Filme para rever!

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RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM (1977)

A adaptação para o cinema do romance sobre o jovem Stephen Dedalus, alter ego de Joyce, livro lançado em 1916, anterior ao romance Ulysses, também foi bem fiel à obra. Gostei.

Rodado na Irlanda, o filme nos leva ao cenário descrito por Joyce. 

A cena da palmatória no jovem Dedalus nos revolta, uma violência absurda enquanto regra educacional e mais absurda ainda por ser aplicada de forma injusta ao garoto por causa de seus óculos quebrados, razão para não fazer as lições e com autorização do professor em sala de aula. Mesmo assim, foi punido pelo carrasco...

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Praticamente completei meu percurso com James Joyce. Não pretendo ler Finnegans Wake. Tenho muita coisa na frente para ler e acho que não volto ao escritor para essa tentativa de leitura, até porque sei que a obra é maluca demais para essa fase que estou de leituras na vida. 

Os filmes foram verdadeiros achados (em casa!) porque os comprei faz muito tempo e nem me lembrava direito que tinha filmes baseados na obra de Joyce.

Enfim, seguimos lendo e vendo adaptações para o cinema e televisão de clássicos literários.

William


1. Postagem final sobre a leitura de Ulysses, na tradução de Galindo. Clique aqui.

2. Postagem sobre a leitura de Retrato do artista quando jovem. Clique aqui.

3. Postagem sobre a leitura do Ulisses, na tradução de Houaiss. Clique aqui.


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