sábado, 13 de novembro de 2021

Leitura - Robinson Crusoé (I) - Daniel Defoe



Refeição Cultural

Comecei a leitura do clássico As aventuras de Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe. Apesar do romance fazer parte de nossos conhecimentos culturais por estar inserido na cultura literária mundial (sabemos de ouvir dizer) e ilustrar histórias de aventuras há três séculos, não conheço praticamente nada sobre a narrativa.

Li duas vezes o primeiro capítulo e li o segundo capítulo hoje. O livro é grande, mais de 500 páginas com fonte pequena. Levarei semanas para ler o clássico.

---

CAPÍTULOS I e II

"Nasci na cidade de York no ano de 1632, de uma boa família, mas não originária deste país. Meu pai era estrangeiro, natural de Bremen. Montou o seu primeiro estabelecimento comercial em Hull, onde adquiriu muitos bens com o negócio; e veio finalmente residir em York e aí casou com minha mãe, cujos parentes se chamavam Robinson. Essa família é uma das mais consideradas do condado; dela me veio o nome de Robinson Kreutznaer, mas por corrupção de vocábulo, muito usual na Inglaterra, chamam-nos Crusoé - nome por que somos conhecidos e assim assinamos. Também os meus companheiros nunca me trataram por outro apelido." (p. 9)

O início das aventuras se dá com o personagem principal se apresentando e dizendo quem é, de onde vem, por que as coisas aconteceram em sua vida da forma como se deram etc.

Pelo que Robinson Crusoé nos conta, percebe-se que ele atribui à providência divina ou à fatalidade e ao acaso/sorte tudo o que lhe acontece. 

"parecia que uma espécie de fatalidade me arrastava misteriosamente para o estado de sofrimento e miséria em que mais tarde havia de cair..." (p. 10)

Ele decide se aventurar pelos mares do mundo à contragosto de seus pais, que clamam para que ele fique em casa e desfrute de uma vida calma, sem faltas ou necessidades básicas, pois num discurso premonitório, seu pai lhe diz que eles são da classe média, o estamento social que mais chances teria de alcançar a felicidade, pois os extremos - miseráveis e abastados - são os de maior propensão à infelicidade. Se aventurar por aí como um miserável só lhe traria infelicidade.

"pois pertencia à classe média, ou quando muito ao primeiro grau da vida burguesa; - que por sua longa experiência havia reconhecido que essa situação era a melhor de todas, a que estava mais ao alcance da felicidade humana, isenta das misérias, dos trabalhos e sofrimentos da classe operária e ao mesmo tempo inacessível ao luxo, ao orgulho, à ambição e inveja dos grandes da terra (...) - e que os sábios faziam consistir a verdadeira felicidade no estado da vida em que não haja pobreza nem riqueza." (p. 10)

O jovem Crusoé sente um desejo incontrolável de se lançar ao mar pelo mundo, mesmo tendo tido a experiência trágica em família ao perder os dois irmãos, um morto em batalhas navais e outro sumido.

"meti-me a bordo do tal navio que ia para Londres. Este dia, o mais fatal da minha vida, foi o 1º de setembro de 1651. Não creio que tenha havido moço aventureiro, para quem os infortúnios hajam começado mais cedo e durado mais tempo, do que os meus..." (p. 13)

-----------------------

DESTINO E PROVIDÊNCIA - "Mas o meu péssimo destino arrastava-me com uma força irresistível, e conquanto o são critério e a razão muitas vezes me gritassem bem alto que devia voltar para casa, nunca podia resolver-me a tal solução. Não sei que nome deva dar a isso! Não posso afirmar que seja um decreto inviolável da Providência o que nos impele a ser os instrumentos da nossa própria desgraça e a lançar-nos no precipício que está a nossos pés, diante dos nossos olhos..." (p. 19)

------------------------

E assim começam as aventuras de Crusoé. Logo de cara enfrenta uma tempestade no mar que lhe mete um medo incrível. Ele e a tripulação do navio escapam à tormenta. Mas outra tempestade afunda a embarcação e Crusoé escapa junto com alguns companheiros. 

O jovem é do interior do país e se dirigia a Londres. Após o naufrágio, ele chega a Londres por terra e de lá se lança a outra viagem, agora para a África. 

"Embarquei num navio que ia para as costas da África, ou, para falar a linguagem usual dos marinheiros, para uma viagem da Guiné (...) mas nisso como em tudo estava destinado a escolher o pior..." (p. 21)

O jovem Crusoé chega a conhecer um capitão e amigo que o ajuda a virar um mercador. Mas o capitão e amigo morre e os infortúnios seguem.

O navio é interceptado por piratas e ele vira escravo em Marrocos. A essa altura, ele já está vinculando toda a desgraça que tem enfrentado às previsões que seu pai havia feito ao deixar uma vida tranquila com a família.

E assim começaram as aventuras de Robinson Crusoé, saindo de sua terra natal - York - aos 19 anos e se aventurando pelo mundo através dos mares. Vira mercador, depois escravo por dois anos e vamos seguir vendo o que acontece com o rapaz.

---

NAVEGANDO E VIAJANDO NA LITERATURA MUNDIAL

Hoje conheço a história do capitão Acab (Ahab em inglês), a embarcação Pequod e sua perseguição ao cachalote, a baleia Moby Dick. Foi uma grande leitura feita por mim neste ano de 2021.

Daqui a algumas semanas conhecerei toda a história de Robinson Crusoé, história de trezentos anos que não conheço ainda. Mas sempre é tempo de se conhecer coisas novas, conhecimento e cultura não ocupam espaço, pelo contrário, preenchem espaços em nossas vidas, nos dando mais subsídios para seguir vivendo.

William


(ver aqui a postagem seguinte)


Bibliografia:

DEFOE, Daniel. As aventuras de Robinson Crusoé. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.


Nenhum comentário: