domingo, 24 de maio de 2009

Artigo - Evoluímos? A barbárie diminuiu?


Com minha mamãe, papai e tio Jorge.

Refeição Cultural

Sigo aprendendo com tudo ao meu redor: pessoas, livros, encontros e congressos do movimento sindical, filmes, músicas... com o silêncio e com o som do vento.

Na maior parte das vezes que me vêm ideias de textos ou frases, estou em momentos onde não é possível escrever, como ocorre quando estou caminhando. Depois, é mais difícil recuperar exatamente as palavras que haviam construído aquele pensamento. E palavras são tijolos que compõem a construção do pensamento. Pode ser uma construção sólida ou frágil dependendo do tipo de tijolo, da disposição dele e da argamassa.

Antes da construção textual, algumas coisas de minhas lacunas culturais:

Eu não entendo muito bem sobre as Internacionais Comunistas. A primeira, segunda, terceira e quarta (polêmica). Pela revista que comprei da Liga Bolchevique, dizem ser a primeira a Associação Internacional dos Trabalhadores, criada por Marx em 1864. A polêmica é se houve ou não a chamada 4ª internacional. Vou ler o texto completo e avaliar depois.


Agora vamos às reflexões:

A sociedade humana evolui sempre? E a barbárie, diminuiu também, ou não?

Entre os diversos debates feitos com meus companheiros do coletivo de diretores do Banco do Brasil, um que me chamou a atenção é sobre se a sociedade evoluiu ou não nos últimos séculos em relação à barbárie. E se a sociedade sempre evolui ou se isso é um determinismo falso.

Eu tenho tendido a acreditar que nós humanos não deixamos de ser bárbaros nunca. Digo isso em relação a todo o tempo de nossa história.

Desde que adquirimos a habilidade que nos diferenciou dos demais animais, nossa habilidade serviu para construirmos o conhecimento e a tecnologia, é verdade. Mas essa tecnologia e esse conhecimento sempre, sempre, serviram para nos matarmos uns aos outros e estabelecermos a dominação e a escravidão do derrotado ou do mais fraco, ou do menos adaptado.

Também é verdade que a habilidade e o conhecimento serviram para preservar mais a vida e salvá-la das mais diversas formas. Mas eu continuo achando que isso também é relativo, pois esse salvamento é preferencialmente para a classe dominante e os mais protegidos e não o povo em geral (e sei que aqui me contestarão dizendo das vacinas etc e tal).

Ser humanista é ser necessariamente otimista?

Outra questão que não me sai da cabeça em relação a evolução permanente é quando penso que os povos "primitivos" (ou de fases anteriores à atual - ou mais conhecidos por indígenas ou aborígenes) viveram no planeta terra por cerca de 200 séculos e, de certa forma, não alteraram substancialmente o ecossistema.

Nós, os mais evoluídos, conseguimos alterar de forma talvez irreversível o ecossistema planetário em pouco mais de 3 séculos. Vai ser evoluído assim no inferno!

Aí me vem um companheiro dizer que existe a questão do humanismo, que segundo ele, no final das contas, a gente sempre acaba se unindo para salvar a coletividade de algum fatídico fim. E que eu não poderia ser um humanista se for um pessimista em relação a isso.

Penso diferente. Acredito que me tornei mais humanista nos últimos anos. Devo isso ao convívio com o movimento social organizado - sindical e partidário. Mesmo assim, vez por outra, acho que ainda estou longe de ser um humanista. Atualmente, voltei a ter dúvidas se pessoas que praticam alguns tipos de crimes merecem viver. Por exemplo, estupradores.

Acredito que não seja uma relação direta afirmar ser humanista aquele que é otimista ao sonhar e lutar diariamente para mudar o mundo em nome de mais igualdade e justiça para todos.

Acredito que lutar para mudar e melhorar o mundo para todos é o mais correto a fazer. Neste sentido, acho que sou humanista, porque a prioridade das coisas do mundo deve ser o ser humano na sua totalidade, inclusive com o seu habitat, planeta Terra.

Só isso!

William Mendes

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