terça-feira, 28 de julho de 2009
Vivo penço
Sou mais pensar que agir.
Agir no sentido de escrever.
Penso, penso, repenso, tripenso
e nem sei pra que lado pendo.
Procuro, procuro... no escuro.
Procuro... no escuro... e não sei.
Não sei como acho a forma, que não sei.
Se não sei, como acho?
-Diacho!!
Olho por onde já fui.
Vejo por onde acho que ando.
Mas não acho o caminho, o rumo.
Desse jeito, como me aprumo?
Acordo. Levo meu dia pragmático.
Por mais que penso e repenso,
não tem jeito, sou dogmático.
Procuro cá fora um modo, um jeito,
de olhar pra dentro, no centro.
Vivo entre outonos e invernos.
Nunca me assento nas primaveras,
nos verões. Só mesmo no inverno,
-Inferno!!
Sempre digo que não desisto.
Insisto.
Pior é que não me convenço,
e sigo:
procuro e não acho.
-Diacho!!
Penso e não entendo.
Penso... penso...
Vivo... penço.
Wmofox, 23.11.2003
PS: a palavra "penço" aqui é um neologismo para a forma conjugada "pendido". É a forma que uso para diferenciar do verbo "pensar" conjugado na 1ª pessoa do singular no presente do indicativo "penso".
A forma padrão para o sentido semântico que quero seria "viver pendido", mas não traduziria o que o eu poético transmitiu ao encerrar o poema.
É isso. A língua é minha, é nossa. Eu a uso como achar melhor!
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