quarta-feira, 24 de julho de 2024

60 de 100 dias



60. Dia de poucas ações pessoais que pudessem mudar alguma coisa na minha vida. Li uma parte da revista CartaCapital desta semana. A leitura sequenciada de uma revista com a qualidade de Carta nos faz tomar consciência sobre a condição de decadência da sociedade humana. Percebo que o mal está vencendo pelo uso da força e da manipulação, a injustiça vai se impondo sobre as grandes maiorias de miseráveis, a vigarice prevalece e a consequência disso é a destruição do planeta pelo modelo que impera, o capitalismo neoliberal plutocrático, e os direitos criados pelos seres humanos ao longo de milênios vão se desfazendo. O mundo caminha para trás, como se estivéssemos voltando aos tempos das sociedades primitivas, primitivas no sentido de serem sociedades iniciais dos grupos humanos, sem os avanços das ciências tecnológicas, filosóficas e humanistas. Me lembro de um professor da Faculdade de Letras da USP que dizia que ler as notícias dos jornais era o mesmo que ler os grandes clássicos das eras passadas, com a diferença que os clássicos eram melhores pela qualidade da escrita. Ver filmes ou histórias de bárbaros como as criadas por Robert E. Howard (Conan) e ver a realidade bárbara retratada pela revista semanal CartaCapital, vendo a impunidade, a violência e a manipulação prevalecendo no Brasil, um dos países com a elite mais violenta do mundo, uma burguesia bárbara, me faz concordar com o professor da USP. O meu dia passou sem uma grande ideia e uma grande ação. O indivíduo que termina o dia não é muito diferente do indivíduo que começou o dia. Corri um pouco, as dores no quadril seguem. Li a autobiografia do roqueiro Bruce Springsteen. Estou escrevendo no blog sobre os dois filmes do Conan. Sigo tentando resolver os problemas das assinaturas em meu cartão cancelado por ter sido clonado. Essas merdas dão um trabalho da porra! Que será do dia de amanhã? Que será?

William, uma pessoa que escreve algumas coisas hoje em dia (já fiz grandes coisas coletivas, mas o passado não existe, quem prova o contrário?)


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