quarta-feira, 24 de junho de 2009

A pena de morte




Refeição Cultural

Assisti a outro filme sobre pena de morte que me pôs a pensar: "Os últimos passos de um homem", de 1995, com Sean Penn e Susan Sarandon, com direção de Tim Robbins. No enredo, porém, não nos é apresentado um condenado no corredor da morte que pareça ser inocente. Desde o início, sabemos que ele teve alguma participação no assassinato brutal de um casal de jovens namorados.

O filme é muito bom e mostra o sofrimento de todas as vítimas da violência - a violência humana. Sofrem todos: as vítimas, a família das vítimas, a família do acusado, o acusado...

Como esse tema é difícil!

Ao longo de minha existência, já variei entre ser favorável à pena de morte e ser contrário a ela.

A opinião das pessoas ou dos governos, em geral, é bastante influenciada por eventos pontuais que acabam exponenciando decisões no calor dos acontecimentos.

Uma pessoa humana lesada por outra tem o direito de lhe tirar a vida?

Uma pessoa jurídica como o Estado pode matar alguém para puni-lo por crimes cometidos?

Tempos atrás, escrevi um artigo me posicionando contrário à pena de morte (em 6.11.2006 no blog A Categoria Bancária). Dizia que não achava correto o Estado tirar a vida das pessoas. Mas refletindo um pouco acerca do mérito que pensei para o artigo - o fato da pena capital não ser reversível em caso de erro no julgamento do acusado, pois havia assistido ao excelente filme "A vida de David Gale", lançado em 2003 - acabo concluindo que o fato em si de se matar humanos legalmente não foi por mim repudiado.

Quando me posicionei na época, vi pouco depois uma cena que me deixara chocado: a execução do ditador iraquiano Saddan Hussein, que foi enforcado às pressas em 30.12.2006 por ordem dos EUA de George W. Bush.

A história de David Gale, inclusive, acabou por balizar minha opinião sobre o "reparo impossível do equívoco possível".

Fiquei pensando em outros casos sobre penas de morte oficiais ou não-oficiais. Filmes como "Abril Despedaçado", lançado em 2001 e que trata da tradição local de "olho por olho, dente por dente"; textos maravilhosos como o julgamento de Sócrates, em Platão; julgamentos como o do homem chamado Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus...

Não é fácil decidir sobre o tema, não é fácil.


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