O tempo é Deus.
O demiurgo.
O tempo como um ente... mitológico...
Se ente... consciente.
Então... busca-se nas dobras do tempo,
o passado, o futuro. E o presente?
Já virou passado.
Então o Deus, Deus tempo...
A questão é se autor narrador,
ou ator narrador: primeira pessoa.
Pro meu conceito: é autor distante.
Explico: demiurgo em estilo indireto
livre.
Descreve: passado, futuro. O presente...
não existe. Já virou passado.
Tempo. O Deus tempo.
Stream of consciousness: fluxo de pensamento.
O tempo onisciente. Onipresente.
Estilo irônico: distante.
Não é onipotente: narra, descreve.
Não interfere: observa.
Entretanto influencia: esquecimento.
Dizem que cura: deixa sequelas.
Talvez por isso eu não o encontre,
o Deus. Ele é o tempo.
E ninguém tem tempo.
O tempo passa. Mas falta tempo.
Uns dizem:
“Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.”
Digo: o tempo é Deus.
Tudo está nas dobras do tempo.
Talvez até o amanhã. (que pode ter sido o ontem)
Às vezes são tão iguais!
É por isso que não acho Deus.
É o tempo:
Eu nunca acho tempo.
O tempo é meu Deus.
É preciso tempo.
Tempo para depurar. Tempo para amar.
Tempo para buscar o tempo:
passado, futuro.
Tempo pro presente.
Quando o tempo passa, o Deus tempo,
não volta mais: passado...
como agora, que não existe mais.
Wmofox 9.12.03
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