terça-feira, 3 de setembro de 2019

O novo regime no Brasil segue os passos da Alemanha nazista





Refeição Cultural

"Em Mein Kampf, Hitler, ao tratar de educação, coloca o preparo físico em primeiríssimo lugar. Sua expressão predileta é Körpeliche Ertüchtigung (capacitação física), que ele tomou emprestada do léxico dos conservadores de Weimar. Ele valoriza o Exército do imperador Guilherme como a única organização saudável e vital de um Volkskörper (corpo do povo) apodrecido. Vê no serviço militar, sobretudo ou exclusivamente, uma educação para o desenvolvimento físico. A formação do caráter é uma questão nitidamente menor: dominar o corpo é mais importante do que receber educação. Nesse programa pedagógico, a formação intelectual e seu conteúdo científico ficam por último, sendo admitidos a contragosto, com desconfiança e desprezo. A todo momento se expressa o temor diante do ser pensante e o ódio contra o pensar..." (p. 39/40)


A leitura e o estudo do livro LTI A Linguagem do Terceiro Reich (1947), de Victor Klemperer, é uma oportunidade para que o leitor brasileiro tome ciência do processo linguístico ocorrido na língua alemã durante o nazismo, desde a ascensão de Adolf Hitler até a derrota da Alemanha em 1945.

Durante décadas, os povos do mundo civilizado se perguntaram, geração após geração, como foi possível um monstro como Hitler conquistar corações e mentes de praticamente todo o povo alemão.

Klemperer é um filólogo judeu que analisou as transformações na língua alemã durante o regime nazista. Sobreviveu graças ao heroísmo de sua mulher alemã e pode publicar seus diários e estudos e contribuiu para que a língua alemã passasse por um processo de desnazificação.

Amigos, a linguagem move os humanos, que movimentam o mundo. A palavra salva, a palavra condena. A palavra cria, a palavra destrói. A palavra aproxima, acolhe, e também afasta, dissemina o ódio, a discórdia. 

Com a língua se pensa. Com a linguagem bem aplicada, se manipula e se faz agir sem pensar. Isso foi feito em nosso país como nunca antes na história, depois da chegada de Lula (PT) à Presidência da República, em 2003. Eu adquiri este livro nesta época e vi as transformações ocorrendo. É impressionante a semelhança com o processo nazista!

Eu tive a felicidade e a tristeza de adquirir o conhecimento deste livro ao ter acesso a ele no momento em que a mídia empresarial e secular brasileira (PIG) iniciava o processo de destruição da imagem de Lula, do PT, dos movimentos sociais organizados e passaria a atuar para criminalizar o governo, a esquerda e a política.

Hoje vivemos o resultado do processo de envenenamento do povo brasileiro para que se interrompesse a democracia e a ascensão das classes populares após as seguidas eleições do Partido dos Trabalhadores. O Brasil e o povo nunca tinham vivido momento tão intenso de avanços para as classes populares e também de sua imagem junto aos países do mundo.

A democracia brasileira foi destruída. Hordas de canalhas ocuparam setores dos poderes estatais, tomando o país para eles de forma nunca antes vista, mesmo se compararmos o momento com outros regimes duros em mais de um século de república. Parte da população está idiotizada, vive uma espécie de demência coletiva, faz vista grossa para o mal e os crimes cometidos pelos golpistas no poder. É o caos.

Chegamos num ponto em que não há saída democrática, pacífica. Não há. Talvez houvesse se multidões de pessoas ocupassem as ruas do país e não saíssem mais até os direitos voltarem ao povo, até o patrimônio público ser devolvido, até a pauta do ódio ser substituída pela pauta do amor e da solidariedade. Isso não vai acontecer.

A citação inicial na postagem mostra exatamente o que o novo regime está fazendo. Fim da educação, do livre pensar, do acesso à cultura e à ciência. Querem reproduzir a estratégia do nazismo no Brasil pós golpe. Povo ignorante. Povo fanático. Povo gado.

Chega, já falei demais para o momento.

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