Refeição Cultural
Osasco, 8 de março de 2024. Sexta-feira.
Tentei escrever por mais de uma hora. Não rolou um texto como queria. Deixei pra lá. Minha cabeça estava a mil com um monte de coisas. O texto misturava alhos com bugalhos.
Aí pensei em sair para caminhar. Faço isso quando preciso espairecer as ideias. O céu carregado com nuvens negras me avisava que poderia me pegar no meio de uma tempestade.
Sentei-me de novo em minha máquina de escrever digital e pensei novamente o que poderia registrar, já que sinto necessidade de escrever alguma coisa. Humanos são animais que contam coisas, narram histórias, sentimentos, ideias, que por enquanto leem e escrevem.
Nesses dias ando lendo e escrevendo sobre Cuba, voltei de lá semana passada, estou deglutindo e digerindo informações e impressões a respeito do país que resiste bravamente há mais de seis décadas ao bloqueio econômico assassino do império do norte, bloqueio que vai alcançando o objetivo de causar uma miséria insuportável a 11 milhões de pessoas que optaram por outro modo de organização comunitária: o socialismo.
Tenho uma birra enjoada de pessoas que começam a questionar o regime socialista do povo cubano destacando a dificuldade econômica atual do país... então, tá! Viva a desgraça do capitalismo, da farsa da democracia liberal dos poucos ricos fodendo as multidões de miseráveis "livres" para virarem novos bilionários!
A maior parte das críticas é de um simplismo que desconsidera o mais básico do básico: foder um povo economicamente é inviabilizar a vida daquele povo, seja no capitalismo, seja no socialismo, seja no regime que for.
Por esses dias, também terei que me dedicar a leitura e atualização de meus conhecimentos a respeito de sistemas e modelos de saúde suplementar porque me pediram para contribuir sobre o tema com uma palestra e eu não teria como negar porque é um compromisso ético que assumi comigo mesmo de passar adiante o que aprendi enquanto era representante da classe trabalhadora.
Compartilhar conhecimento de forma honesta e gratuita é o mínimo que posso fazer aos meus pares do mundo do trabalho por terem me dado tudo o que tenho hoje.
DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
Durante muito tempo, datas importantes para nós do mundo do trabalho eram datas nas quais eu tinha agenda cheia porque pertencia a algum tipo de organização social formalmente.
Por mais que minha realidade hoje seja outra - sou um cancelado do movimento sindical que ajudei a fortalecer -, o corpo e a mente da gente ficam com o cacoete de seguir achando que a gente deve cumprir aquelas agendas que as organizações sociais definem em dias como hoje, 8 de março.
Aí eu me pergunto: deixo de utilizar meu parco tempo de preparação para falar sobre um tema que estou desatualizado e devo estudar para contribuir de forma satisfatória no evento ao qual me comprometi ou devo ir fazer volume de mais um ser humano na manifestação paulistana do 8 de março na Avenida Paulista?
Para mim, essa questão sempre foi um dilema, mesmo quando eu tinha mil coisas sob minha responsabilidade em mandatos de representação e me sentia culpado se não fosse às atividades de rua do movimento.
ATO NA PAULISTA
Enfim, acabei registrando alguma coisa sobre os sentimentos que vão em minha cabeça neste momento.
Vou comer alguma coisa e fazer volume na manifestação do 8 de março. Respeito muito a longa trajetória de lutas das mulheres. Era sobre isso que iria escrever, mas hoje não rolou.
William
Post Scriptum: estive na manifestação do dia internacional das mulheres por cerca de três horas. Choveu bastante. Gostei do ato.
Post Scriptum II: a questão do tempo e das escolhas... eu iria no sábado 9/03 a uma reunião itinerante nas bases do diretório do PT do Butantã, são reuniões nas comunidades para levantar demandas, ouvir as pessoas e organizar politicamente o povo. Vou ter que priorizar meus estudos para o bate-papo sobre autogestão em saúde que farei na semana que vem.
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