Dilma Rousseff: mulher guerreira, lutou para que os natais do povo fossem melhores. |
Refeição Cultural
"Em 1970, Dilma foi presa e submetida a torturas em São Paulo (Oban e DOPS), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. As torturas aplicadas foram o pau de arara, a palmatória, choques e socos, que causaram problemas em sua arcada dentária. No total, foi condenada a seis anos e um mês de prisão, além de ter os direitos políticos cassados por dez anos. No entanto, conseguiu redução da pena junto ao Superior Tribunal Militar (STM) e saiu da prisão no final de 1972." (Site Memórias da Ditatura)31 DE MARÇO DE 2024
Nesta série de textos sobre os natais que fizeram parte de minha vida, e os contextos que fizeram parte daqueles natais, me deu vontade de citar a grande mulher brasileira Dilma Rousseff, tanto por ela ter sido uma mulher que enfrentou a violência do regime de exceção e do mundo machista naqueles primeiros anos de recrudescimento da ditadura brasileira, quanto por hoje ser um dia de rememorar essas lutas que fazem parte de nossa história brasileira.
Não podemos jamais apagar a trágica história do golpe de Estado em 1964. Pelo contrário, temos que relembrar, cobrar punição aos golpistas e agentes do Estado que violentaram o povo e nossa democracia.
Nesses 60 anos do golpe, temos que dizer de maneira firme: - Ditadura nunca mais! Sem anistia para os golpistas do passado e do presente!
NATAL DE 1972
Naquele Natal eu tinha uns três anos e nove meses e minha irmã um pouco mais. Não sei como foi o Natal da família. Não me lembro porque era muito novo.
O que sei é que a gente morava no bairro Rio Pequeno, Butantã, região Oeste da Grande São Paulo.
Uma coisa que era muito comum no verão, de dezembro a março, era chuva, muita chuva, e enchentes, muitas enchentes. Nossa rua tinha enchente constantemente por causa do córrego do Rio Pequeno, hoje canalizado em parte e conhecido como Avenida Politécnica, que vai até a Raposo Tavares.
Talvez o Natal da gente tenha sido sob enchente, vai saber.
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TEMPOS DE VIOLÊNCIAS E GUERRAS
Os tempos eram tempos de violência. Imagino meus pais, pessoas simples, ao verem os noticiários naquele ano.
No Brasil, a ditadura havia decidido eliminar qualquer grupo de pessoas que lutasse pela volta da democracia. A ordem naquele momento era executar os opositores ao regime. Vi dias atrás uma entrevista emocionante do José Genoino a Hildegard Angel falando sobre essa época.
OLIMPÍADAS DE MUNIQUE - Naqueles meses finais de 1972 o mundo havia acompanhado o atentado terrorista nas Olimpíadas de Munique, no dia 5 de setembro. Palestinos do grupo Setembro Negro invadiram os aposentos da delegação israelense e o desfecho foi a morte de diversos atletas e treinadores.
REGIME SIONISTA DE ISRAEL E A CAUSA PALESTINA - A questão árabe-palestina havia recrudescido desde 1967, quando o governo sionista de Israel atacou de surpresa Egito, Síria e Jordânia entre os dias 5 e 10 de junho (Guerra dos seis dias), conquistando de forma ilegal a Faixa de Gaza, a Península do Sinai, Jerusalém Oriental, a Cisjordânia e as Colinas de Golã, matando milhares de árabes-palestinos e destruindo as forças militares daqueles países.
MÍDIA MANIPULADORA HÁ DÉCADAS - Se considerarmos a mídia canalha que temos hoje (2024), a mesma daquela época (os mesmos grupos), imaginem como as notícias chegavam para os meus pais e o povo brasileiro... neste momento de genocídio do povo palestino, com a Faixa de Gaza destruída e mais de 40 mil crianças, mulheres e civis palestinos mortos, não sai na imprensa empresarial uma linha contra Israel.
Resumindo, faz mais de 50 anos que meus pais veem a mesma manipulação informativa por parte da imprensa canalha brasileira.
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ACIDENTE NOS ANDES - Outro evento que ficou conhecido no mundo em 1972 foi a queda na Cordilheira dos Andes do avião que levava jogadores de rugby do Chile. Semanas depois, alguns sobreviventes foram encontrados. Para sobreviver, tiveram que comer carne humana.
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