Refeição Cultural
Nos anos oitenta, em Uberlândia, Minas Gerais, quando cresci no bairro Marta Helena entre os dez e os dezessete anos de idade, tive a oportunidade de ler vários livros de literatura, muitos deles emprestados pelo meu primo Jorge Luiz - que comprava lançamentos no "Círculo do Livro" -, e outros que eu conseguia de alguma forma. Eram livros "best sellers" dos anos setenta e oitenta.
Um dos autores de romances de suspense e terror do qual cheguei a ler alguns livros à época foi o norte-americano Stephen King. Tenho alguns dos livros dele guardados em minha biblioteca até hoje. São edições antigas, amareladas e manchadas pelo tempo. Não consegui me lembrar ainda a origem dos volumes, quais deles ganhei depois de meu primo e quais adquiri em algum sebo por aí.
De uma forma ou de outra, a literatura que tive acesso à época foi essa, de romances de autores estrangeiros, pois me lembro de ter lido poucos autores brasileiros na adolescência. Talvez tenha lido aqueles livros de leitura obrigatória por causa da escola formal, um Machado de Assis ou um José de Alencar, por exemplo.
Os livros que mantenho na estante são livros ou autores que gostei, e não teria por que me desfazer dos livros. O que li nos anos oitenta e noventa fez parte da minha formação literária, mesmo não sendo leituras consideradas engajadas ou de alta cultura.
Pensando nas lições de Italo Calvino sobre a importância de ler os clássicos da literatura universal, poderia dizer que até a literatura de suspense e terror tem seus clássicos. Stephen King tem os seus. Alguns eu leria novamente, como foi o caso de Carrie.
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LEITURAS DOS ANOS OITENTA E NOVENTA
1. Christine (1983) - Stephen King
O nome original do romance é o mesmo "Christine". Eu considero o romance um clássico. É a história de um triângulo amoroso entre Arnie Cunningham, Leigh Cabot e Christine. Tem ainda o amigo de Arnie, Dennis.
Christine é um carro, um Plymouth Fury 1958, vermelho. Desde o primeiro momento em que Arnie viu o carro, ficou apaixonado por ele. Quer dizer, por ela, o carro foi nomeado de Christine.
O livro tem 552 páginas. Virou filme à época.
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2. O Iluminado (1977) - Stephen King
O título original do romance é "The Shining" e eu diria que é um dos maiores clássicos de Stephen King. O romance ficou mundialmente conhecido por ter virado filme estrelado por Jack Nicholson e dirigido por Stanley Kubrick.
É a história de Jack Torrance, um homem desempregado e em crise com a sua pequena família, que aceita o emprego de zelador de um hotel nas montanhas do Colorado. O que era para ser um período de tranquilidade e sossego para a família isolada pela neve, se transforma num cenário de suspense e terror que vai deixar leitores e espectadores alucinados do início ao fim.
O livro tem 445 páginas. Esse é um dos livros que comecei a leitura e não terminei. Depois acabei assistindo ao filme. Um dia, vou pegar para ler de uma vez.
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3. O Cemitério (1983) - Stephen King
Com título original "Pet Sematary", esse romance foi um dos quais nunca mais me esqueci. O enredo conta a estória da família de Louis Creed, composta por Rachel, Eileen (Ellie), Gage e Church, o gato de Eileen. O livro também virou um filme clássico.
A cena de Louis Creed voltando cansado do cemitério indígena de animais e caindo na cama todo sujo virou referência de cansaço para mim desde a adolescência.
Minha edição tem 380 páginas com fonte bem pequena. É um livrão, como os outros do autor.
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4. A Incendiária (1980) - Stephen King
O título original do romance é "Firestarter". Uma das lembranças que tenho sobre a leitura desse livro de King é que o li numa sentada, de uma vez. Não sei por que isso ficou na minha memória. Ao ver a grossura do livro hoje, imagino que deve ser uma falsa lembrança, não é possível ler essa estória de 432 páginas com fonte pequena em um dia. Mas devo ter lido em pouco tempo. O enredo é alucinante.
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5. Carrie (1974) - Stephen King
O título original tem o mesmo nome. Foi o primeiro romance de King e foi um sucesso imediato. Conta a estória da jovem Carrie, uma garota com poderes paranormais que sofre em casa com o fanatismo religioso da mãe e sofre na escola, por causa do bullying dos colegas de classe.
O livro virou filme dirigido por Brian de Palma em 1976 e o destaque vai para a excelente interpretação de Sissy Spacek. Esse foi um dos romances de King que reli após os quarenta anos de idade. O comentário sobre a leitura pode ser lido aqui.
O livro tem 200 páginas.
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6. Zona Morta (1979) - Stephen King
Com o título original de "Dead Zone", esse é o livro de King que eu menos me lembro da estória. Mas eu li. John Smith é um rapaz como tantos outros. Um dia sofre um acidente de carro, ficando longos anos em coma. Ao acordar, percebe que detém o poder de perscrutar as mentes das pessoas.
Minha edição tem 389 páginas.
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7. A Entidade (1978) - Frank de Felitta
Com o título original "The Entity", esse livro foi duro de ler. Me lembro até hoje o quanto fiquei impressionado com a estória de uma entidade diabólica que violentava Carlotta Moran, mesmo diante dos filhos dela e com uma violência cada vez maior. É angustiante imaginar tudo aquilo que o enredo descreve no romance.
O livro é outro bichão de 478 páginas.
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8. Assassinato no campo de golfe (1923) - Agatha Christie
O título do livro é "Murder On The Links". Anotei no livro que o li em agosto do ano dois mil. Já era outro período de minha vida. Havia voltado para São Paulo. Mantive na fase adulta o hábito de leitura. É um romance policial de Christie com o clássico personagem Monsieur Hercule Poirot. Eu não me lembro do enredo. Teria que ler de novo.
O livro tem 215 páginas.
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Enfim, aos poucos vou organizar meu centro de documentação, o que inclui a minha biblioteca.
William
Post Scriptum: o texto anterior sobre meu cedoc pode ser lido aqui.
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