quinta-feira, 6 de junho de 2024

12 de 100 dias



12. A cada dia de avanço dos bárbaros e suas formas diversas de violência e autoritarismo, aumenta a responsabilidade da parcela humanista e civilizada de resistir ao mal e defender os direitos criados pelos homo sapiens ao longo de milhares de anos de evolução da espécie. 

Como disse o professor e jurista Pedro Serrano em artigo em uma edição de CartaCapital (comentário aqui), o direito não é algo natural, é uma criação humana, e se não defendermos os direitos da pessoa humana - direitos civis, políticos e sociais - os bárbaros da extrema-direita vão eliminar direitos civilizatórios que conquistamos em séculos e milênios. 

Entenderam o que quero dizer?

O que vem ocorrendo nos parlamentos brasileiros, principalmente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal - o fim do diálogo e do decoro parlamentar por parte do bolsonarismo et caterva -, tudo sob os olhares complacentes dos presidentes daquelas casas legislativas, é projeto, tem método. O nazismo e o fascismo fizeram isso para vencerem a civilização daquela época, as primeiras décadas do século vinte.

O experimento ("case") de tomada à força das terras da Palestina, eliminando dois milhões de seres humanos daquele "espaço vital" para os sionistas é projeto, tem método (não é mera coincidência com a questão nazista de "espaço vital" de um século antes).

A normalização da violência extremada (sempre contra grupos marginalizados no capitalismo) e naturalização da barbárie e dos atos e ideias da extrema-direita bolsonarista no Brasil por parte da mesma mídia empresarial dos donos do poder (P.I.G.) que envenenaram o povo brasileiro até tornar-se "normal" carros circularem com a imagem da presidenta do Brasil de pernas abertas em bocais de tanque de gasolina dos veículos é projeto, tem método. 

Estou retirado do movimento sindical ao qual fiz parte por ao menos duas décadas. Não sei o que as lideranças da classe trabalhadora estão debatendo. Não sei. Nunca mais fui convidado a participar de fóruns nos quais contribuí por décadas.

Se estivesse nos debates como dirigente, pautaria debater novas formas e estratégias de enfrentamento aos nossos inimigos. Inimigos! Com o fim da política de diálogo e conciliação e da democracia "liberal" como nós aprendemos nas últimas décadas, é responsabilidade das lideranças da classe trabalhadora propor estratégias de enfrentamento aos inimigos. Sem isso, seremos presas fáceis no presente e futuro próximo. 

Na gravidade da atual conjuntura brasileira e mundial, não se pode seguir fazendo o mesmo que se fazia no passado, pois isso seria alienar a classe trabalhadora representada pelos movimentos sindicais e partidários da esquerda. 

É o que penso sendo cidadão do presente cenário mundial.

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EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO POLÍTICA

No momento, avalio que escrever seja uma forma de compartilhar o que leio, estudo e reflito sobre o nosso mundo e a nossa sociedade humana. 

O que possibilitou a nossa espécie chegar até o ponto extraordinário no qual chegamos em relação às ciências diversas foi a educação, a transmissão dos saberes acumulados. 

Nossos inimigos objetivam destruir a educação porque ela pode mudar as pessoas e as pessoas podem agir e mudar o mundo. Quanto mais ignorância, miséria, medo e raiva, mais fácil a manipulação das massas humanas.

Por enquanto, seguirei estudando, lendo, refletindo e escrevendo para as pessoas que tenham interesse em manter a tecnologia milenar da educação, ferramenta que desenvolvemos para trocar conhecimentos, experiências e ideias para mudar as realidades naturais e não naturais nas quais nos vemos envolvidos: as comunidades humanas.

William Mendes 


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