quarta-feira, 5 de junho de 2024

11 de 100 dias



11. Ao ler a história contada por quem a faz, no livro "A geração que criou a CUT", fico pensando o quanto é importante para alguém que não nasceu em berço de ouro, berço burguês, conhecer a história da classe trabalhadora. Entendo que a história do mundo do trabalho é tão importante para nós quanto os mitos são importantes para as pessoas místicas. As histórias, verdadeiras ou inventadas, dão sentido às coisas do mundo humano. 

Ao ler a história da Central Única dos Trabalhadores contada por alguns bancários entrevistados no livro confirmo o quanto fui um privilegiado em fazer parte dessa categoria de trabalhadores que contribuiu bastante para a história dos direitos do mundo do trabalho no Brasil, direitos sociais, e contribuiu para os direitos políticos e civis do povo brasileiro. Que riqueza a história da categoria bancária!

As histórias mexem com a gente! Só para citar um exemplo nesta postagem, tem a do Luizinho Azevedo, companheiro do Banco do Brasil. Ele nos conta que tomou posse em 1974 na agência da Antônio Agú, em Osasco. A mesma agência na qual vivi um dos momentos mais bonitos de minha vida de sindicalista, em 2010. Em uma reunião com dezenas de colegas, após chorarmos juntos, convenci todo mundo a sair do ponto e entrar naquela greve. Marcou minha vida!

Temos no livro as histórias dos companheiros Gilmar Carneiro, Jacy Afonso, Cyro Garcia e dezenas de outras companheiras e companheiros da classe trabalhadora. Já li e escrevi emocionado sobre Avelino Ganzer, figura histórica da Central Única dos Trabalhadores e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG). Ler comentário aqui.

Estou refletindo sobre o que fazer de minha vida e talvez eu avalie que ler e escrever seja a maneira de contribuir para a coletividade neste momento de minha existência. Amigas e amigos leitores, conhecimento é fundamental para libertar a classe trabalhadora da alienação e manipulação por parte dos donos do poder político e econômico em nosso mundo.

Entendo ser de muita responsabilidade o papel de cada bancária e bancário que se encontra neste momento participando dos congressos dos bancos públicos BB e Caixa aqui em São Paulo. É só tomarmos conhecimento do papel que os bancários sempre tiveram na vanguarda do movimento sindical brasileiro para compreendermos a responsabilidade de cada um e cada uma na organização das lutas em nossa categoria.

Desejo sabedoria para o conjunto dos participantes dos congressos de trabalhadoras e trabalhadores.

William Mendes


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