Cerejeiras na avenida da FFLCH-USP. |
Esta postagem se refere a anotações feitas por mim durante as aulas do Professor Ariovaldo Vital, da disciplina de "Teoria Literária II", matéria na qual estamos estudando a leitura de poesias ao longo do semestre.
A interpretação dos ensinamentos, consubstanciada nestas anotações, é de minha inteira responsabilidade. Qualquer equívoco conceitual que eu tenha cometido pode ser sanado pelo(a) leitor(a) buscando-se outras fontes para esclarecer a dúvida ou informação conflitante.
Este é um espaço de compartilhamento gratuito de conhecimento, informações e opiniões, dentro do conceito Wiki (What I Know Is).
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Aula de 20/08/19
Leitura do poema "Encomenda", de Cecília Meireles, poema que pertence à obra Vaga música (1942).
Antes de entrarmos na leitura do poema, o professor continuou as explicações que vinha fazendo na aula anterior a respeito da metodologia de leitura de poemas.
Relembrando: o(a) leitor(a) que pretende interpretar o poema lido para além do prazer da leitura, deve seguir procedimentos e metodologia adequados.
- Comentário
- Análise
- Interpretação
COMENTÁRIO
É um esclarecimento do texto, ele deve ser o mais objetivo possível. É prévio. É o início de tudo após as primeiras leituras de contato com o poema.
Antes de mais nada, devemos ir ao léxico e consultar um dicionário para saber os sentidos das palavras que tenhamos dúvidas ou que não conheçamos.
Referências históricas ou biográficas podem ser importantes na leitura do poema ou mesmo do livro em que o poema está contido.
ANÁLISE
É o momento seguinte ao comentário. É compreender o objeto e suas partes e a função que elas desempenham na estrutura do poema. Momento de detalhar o poema.
"O poema é feito de pequenos nadas" (o Professor nos disse que essa expressão seria de Manuel Bandeira)
Na análise já começa a existir a subjetividade do leitor crítico.
INTERPRETAÇÃO
A interpretação é o que há de mais subjetivo na leitura do poema. Interpretar é dar sentido ao poema.
No entanto, a interpretação não é uma viagem desconectada de tudo. Ela deve se basear na análise e nos comentários relativos ao poema.
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A análise é o momento das partes; a interpretação é o momento do todo. Uma obra pode ter várias leituras, mas a leitura tem que ter unidade.
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O leitor que vai analisar o poema será uma espécie de anatomista do poema.
ANÁLISE-COMENTÁRIO - é um comentário mais ligado à estrutura do verso como, por exemplo, o verso conter "x" sílabas poéticas, com acento tônico em tais e tais sílabas etc.
ANÁLISE-INTERPRETATIVA - já é um passo adiante. É uma leitura concatenando os versos e as estrofes com uma ideia do todo.
Identificar uma rima é uma análise-comentário; ver o sentido da rima é uma análise-interpretativa.
FUNÇÃO POÉTICA DA LINGUAGEM - o Professor cita Roman Jakobson sobre as diferentes funções da linguagem. A função poética tem um eixo da similaridade que se projeta no eixo da contiguidade.
O discurso da poesia é feito de equivalências que formam sequências. Ou seja, o poeta diz várias vezes o que está querendo dizer. Uma palavra, uma imagem, um verso vão se repetindo ao longo do poema. As palavras e imagens vão sendo retomadas.
É um discurso circular.
A leitura de um poema é muito baseada em compreender as suas tensões.
Na próxima postagem vamos entrar na leitura em classe do primeiro poema: "Encomenda", de Cecília Meireles.
William
- Comentário
- Análise
- Interpretação
COMENTÁRIO
É um esclarecimento do texto, ele deve ser o mais objetivo possível. É prévio. É o início de tudo após as primeiras leituras de contato com o poema.
Antes de mais nada, devemos ir ao léxico e consultar um dicionário para saber os sentidos das palavras que tenhamos dúvidas ou que não conheçamos.
Referências históricas ou biográficas podem ser importantes na leitura do poema ou mesmo do livro em que o poema está contido.
ANÁLISE
É o momento seguinte ao comentário. É compreender o objeto e suas partes e a função que elas desempenham na estrutura do poema. Momento de detalhar o poema.
"O poema é feito de pequenos nadas" (o Professor nos disse que essa expressão seria de Manuel Bandeira)
Na análise já começa a existir a subjetividade do leitor crítico.
INTERPRETAÇÃO
A interpretação é o que há de mais subjetivo na leitura do poema. Interpretar é dar sentido ao poema.
No entanto, a interpretação não é uma viagem desconectada de tudo. Ela deve se basear na análise e nos comentários relativos ao poema.
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A análise é o momento das partes; a interpretação é o momento do todo. Uma obra pode ter várias leituras, mas a leitura tem que ter unidade.
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O leitor que vai analisar o poema será uma espécie de anatomista do poema.
ANÁLISE-COMENTÁRIO - é um comentário mais ligado à estrutura do verso como, por exemplo, o verso conter "x" sílabas poéticas, com acento tônico em tais e tais sílabas etc.
ANÁLISE-INTERPRETATIVA - já é um passo adiante. É uma leitura concatenando os versos e as estrofes com uma ideia do todo.
Identificar uma rima é uma análise-comentário; ver o sentido da rima é uma análise-interpretativa.
FUNÇÃO POÉTICA DA LINGUAGEM - o Professor cita Roman Jakobson sobre as diferentes funções da linguagem. A função poética tem um eixo da similaridade que se projeta no eixo da contiguidade.
O discurso da poesia é feito de equivalências que formam sequências. Ou seja, o poeta diz várias vezes o que está querendo dizer. Uma palavra, uma imagem, um verso vão se repetindo ao longo do poema. As palavras e imagens vão sendo retomadas.
É um discurso circular.
A leitura de um poema é muito baseada em compreender as suas tensões.
Na próxima postagem vamos entrar na leitura em classe do primeiro poema: "Encomenda", de Cecília Meireles.
William
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