Refeição Cultural
"Teoclimeno a vozes profetiza:
'Misérrimos, que noite vos rodeia
De alto a baixo! Que lúgubre ululado!
Estou já vendo lagrimosas faces,
Em sangue estas paredes e estes postes,
Cheio o vestíbulo e a brilhante sala
De espectros, que ao profundo Erebo descem!
Morre o Sol, e se esparge e adensa a treva!'" (LIVRO XX, v. 280-287, p. 342)
A leitura dos livros XX e XXI da Odisseia, de Homero, foi muito prazerosa. Não tive dificuldades com os decassílabos de Odorico Mendes.
As notas do professor Medina auxiliam muito os leitores pouco familiarizados com a linguagem e com as referências históricas.
No início do Livro XX, Medina comentou: "Os antigos chamavam este livro simplesmente de 'Antes do Massacre dos Pretendentes'...". (p. 333)
Já no início do Livro XXI, Medina diz: "Este livro nos põe diante da célebre prova do arco, que antecipa o massacre dos pretendentes e que para Austin é o centro de todo aquele processo de autoconhecimento representado na Odisseia..." (p. 345)
O DESAFIO DE PENÉLOPE
"Vós que, pretexto de esposar-me, ausente
Meu marido, estragais toda esta casa,
Ouvi-me. O arco eis aqui do nobre Ulisses,
E eu proponho um certame: quem mais fácil
O atese e freche atravessando os olhos
Das machadinhas doze, hei de segui-lo
Da conjugal estância, farta e bela,
Da qual me lembrarei té nos meus sonhos'." (LIVRO XXI, v. 51-58, p. 347)
Faço só mais uma citação deste Canto, a da humilhação de um dos pretendentes, Eurímaco:
" O arco Eurímaco ao lume aquenta e vira,
Mas nem sequer o verga; no orgulhoso
Peito suspira, e suspirando fala:
'Ai de mim e dos mais! Bem que as deseje,
Não choro as núpcias, que Ítaca e outras ilhas
Têm muitas belas; choro a clara prova
De superar-nos tanto o grande Ulisses:
Oh! Futuro desdouro!'..." (CANTO XXI, v. 179-186, p. 350)
É isso! Os últimos três livros trarão o desfecho dessa epopeia homérica. Quem tiver interesse em ler a postagem anterior, é só clicar aqui. Quem tiver interesse em ver um vídeo onde comento essa leitura dos livros XX e XXI é só clicar aqui.
Abraços! Leiam e salvem seus cérebros e a essência do homo sapiens.
William
Bibliografia:
HOMERO. Odisseia. Tradução de Manuel Odorico Mendes. Edição de Antonio Medina Rodrigues. - 2. ed. - São Paulo: Ars Poetica: Editora da Universidade de São Paulo, 1996. - (Coleção Texto & Arte; 5).
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