Refeição Cultural
Quinta-feira, 23 de setembro, dias de Primavera do 2º ano da pandemia.
Dizem que a Preguiça é um dos sete pecados capitais. Sei lá se essa merda é pecado, sei lá. Antigamente eu me vangloriava em dizer que esse era um dos pecados capitais que menos me afetava. Vai saber se era verdade! Tudo na vida humana são construções de narrativas. A vida é um palco e as pessoas são personas.
É provável que a Preguiça seja hoje uma das principais aliadas da Ira. Essas duas pragas foram muito bem usadas pelo capitalismo e pelos donos do capital e de todos os meios de produção nas sociedades modernas para manipular as massas humanas. Ira e Preguiça. Só de pensar a respeito dá uma preguiça desgraçada. A vontade é de deixar quieto e partir para alguma coisa mais fácil do que pensar.
A Preguiça é grande responsável pela pós-verdade, pelo mundo hoje ser um faz de conta onde a mentira, a fake news, se tornou a verdade do mundo paralelo. Se as pessoas não fossem preguiçosas, as de boa-fé, elas não seriam manipuladas e feitas de idiotas, zumbis ambulantes, semoventes dos donos dos pastos humanos.
É fácil inventar mentiras porque os inventores e manipuladores sabem que as pessoas não vão averiguar nada, só vão receber a mentira e gostar do que a mentira afirma, e assim vão comprar a ideia e repassar a fake news adiante. O animal humano, a espécie homo sapiens, faz isso desde que é gente. O que mudou com o passar do tempo humano na terra foi a tecnologia que aumentou a capacidade de ampliar o alcance da mentira.
E assim chegamos aonde chegamos.
Já deu preguiça de continuar desenvolvendo em texto tudo o que eu gostaria.
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Preguiça? Razão? Talvez eu tenha tosado a cabeleira por preguiça, um sentimento inconfesso. A razão me fez achar que se gasta um tempo enorme para tratar cabelos grandes, e tem a falta de água, e os apagões que vêm por aí, e longas esperas pra dormir quando se lava o cabelo. Sei não, pode ser preguiça mesmo.
Preguiça? Cansaço? Cheguei na página 1000 do Ulysses. Mas tá foda pra acabar a leitura do livro. Estou indo de umas 20 em 20 páginas agora. Já cheguei a ler 200 páginas em dois dias. Faltam umas 30 para chegar ao final do penúltimo capítulo e entrar no capítulo final do monólogo interior de Molly Bloom. Ai... já não vejo a hora de acabar a releitura. Já tive bons e maus momentos na leitura.
Preguiça? Desânimo? Nunca tive preguiça de fazer exercícios físicos. A vida toda corri, fiz musculação, fiz outras atividades esportivas. Agora preciso fazer de verdade. Se não correr, morro. Sangue engrossa, pressão explode, colesterol e outras merdas me matam. Mas não tem sido fácil sair para os trotes. Correr e pedalar... Comecei pedalando mais forte. Agora o eu interior deixa a marcha ficar na levinha só para curtir o vento e o sol. Musculação então... 1000 vezes penso antes de ter coragem de pegar as anilhas em casa pra uma simples rosca direta. Flexões... antes da pandemia fazia umas dezenas... agora... Seria efeito da idade? (não, faixas dos quarenta, cinquenta e sessenta são jovens na atualidade. Não é idade). Seria a situação política terminal do Brasil? (não. Isso não é desculpa. Não é).
Chega. Já despreguicei demais.
William
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