sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Diário e reflexões



Refeição Cultural 

Ipojuca (PE), 31 de janeiro de 2025.


JANEIRO

O primeiro mês do ano vai terminando. Mês de reflexões para mim. Mês de viagens e de busca de sentidos. 

O que fazer? O que não fazer?

LEITURAS 

Em janeiro, assim como em dezembro, li bastante poesia. Li outras coisas também. No fundo, busco diminuir as lacunas culturais. 

Quando era jovem queria ser intelectual. Envelheci sem sê-lo. Grande sertão: veredas... Minhas veredas foram as que foram.

Na minha condição atual - retirado da política, fora do dia a dia do mundo do trabalho e com 55 anos de idade -, estudar e aprender coisas novas diariamente é uma espécie de birra. Confesso ser algo meio inútil, mas leio e estudo todo dia. Birra!

Tá, conheci novos autores... e daí? Alguém que não me ouvia antes vai me ouvir por isso? Pai, filho, algum leitor, por exemplo? Fiquei menos ignorante (menos lacunas culturais)? Pra que serve aquele conhecimento novo? O que mudou com tudo que li nas últimas semanas?

Estou mais reflexivo, é verdade. Pode ser pelas leituras que fiz. A cultura tem esse efeito de tornar as pessoas mais reflexivas. 

O INCÔMODO COM A DESCONSIDERAÇÃO 

A falta de consideração no mundo atual só tende a piorar. Utilitarismo. 

Sinto um desconforto incômodo por não ser mais útil como fui antes. 

Ainda não me adaptei totalmente a isso.

SINDICALIZAÇÃO: NÃO SEREI SÓCIO REMIDO DO SINDICATO

Neste mês, não recebi boletos para seguir pagando a mensalidade do sindicato. 

Por anos, eu corri atrás do sindicato para manter minha sindicalização. 

Tenho a impressão que o sindicato não me quer mais como sócio após três décadas de associação. 

Durante minha vida de politização como bancário sindicalizado, aprendi que a filiação à casa do trabalhador era o melhor cartão de visita de um sindicato e de uma categoria. 

Tenho uma longa história como sindicalizador. Eu nunca perdia uma oportunidade de filiar um/a bancário/a.

Durante meus mandatos de representação sindical era conhecido por sempre chegar da base com fichas de sindicalização.

Quando saí do BB por estar sofrendo perseguição política entre 2018/2019 e passei a ser um beneficiário de nosso fundo de pensão, descobri um tempo depois que não tinha me tornado sócio remido porque faltava a aposentadoria da Previdência Pública. 

Para regularizar minha condição de sindicalizado precisei pagar mais de cinco mil reais em dezembro de 2021 (contei essa história aqui).

Desde essa época, sou eu que monitorava minhas mensalidades. Cansei de correr atrás do sindicato. 

Sinceramente, essa direção não tem a menor consideração por alguns militantes e dirigentes que fizeram parte da construção de nosso sindicato. Pelo menos é o acontece há anos comigo.

Enfim, sem ser associado até o dia que um milagre ocorresse e eu conseguisse me aposentar pela Previdência Pública (cada dia mais impossível), não poderei envelhecer como sócio remido do sindicato para o qual dediquei parte da minha vida.

SINDICALIZAÇÃO: APÓS DÉCADAS DE FILIAÇÃO, PROFESSORA É SÓCIA REMIDA 

Neste janeiro, passamos uma semana na Colônia do Sinpro SP na Praia Grande. 

Felizmente, a professora Ione após ser sindicalizada a vida toda é sócia remida do Sindicato dos Professores.

Que orgulho a professora tem de seu sindicato. Ela também sempre sindicalizou as colegas de trabalho. 

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Nem sócio remido serei do Sindicato ao qual contribuí por décadas de minha vida.

Que pena!

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PRESENTE E FUTURO

Enfim, o que fazer? O que não fazer de fevereiro adiante?

Sigo fazendo volume nas ruas ou não, quando a esquerda convoca alguma mobilização?

O que fazer para mudar a minha insatisfação com o mundo injusto e ruim no qual vivo?

Por mais que tenha refletido nos últimos meses, estou no mesmo cotidiano. 

Desafio grande o meu e o de muita gente que quer mudar a realidade e não encontrou respostas factíveis e realizáveis. 

Vou seguir buscando respostas e sentidos. 

Tudo está mudando. Lógico! Tudo muda o tempo todo. É a natureza, é o mundo material se impondo como realidade.

William


Post Scriptum: uma cena me emocionou bastante neste mês que se encerra: as bandeiras do Sindicato, da CUT e do PT na urna funerária do amigo e companheiro Cezinha. Uma justa homenagem a uma pessoa que dedicou sua vida às causas da classe trabalhadora. Companheiro Cezinha, presente! (Pela forma como nosso sindicato me trata, isso jamais aconteceria comigo)

Post Scriptum (II): estava agora ouvindo a mensagem do grande Chorão, do Charlie Brown Jr, na música "Um lugar ao sol". Espero que consiga neste ano me libertar dessa tortura que sofro por não conseguir apagar esse desprezo imposto a mim por algumas pessoas em posição momentânea de poder na entidade de grande significado na minha vida. Só quero esquecer isso e tentar me libertar dessa tortura. 

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