terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Leitura de poesia (51) - Canção mínima, Cecília Meireles



CANÇÃO MÍNIMA - CECÍLIA MEIRELES


No mistério do Sem-Fim,

equilibra-se um planeta.


E, no planeta, um jardim,

e, no jardim, um canteiro;

no canteiro, uma violeta,

e, sobre ela, o dia inteiro,


entre o planeta e o Sem-Fim,

a asa de uma borboleta.


De Vaga Música, 1942.

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COMENTÁRIO:

Que poema da esperança!!! Que lindo! Que necessário!

E pensar que quando a poeta anunciou ao mundo este poema, "entre o planeta e o Sem-Fim" a morte ocupava jardins e canteiros do planeta na luta contra o nazifascismo. 

E hoje, "No mistério do Sem-Fim", entre trumps, bilionários e mentirosos nazifascistas, "equilibra-se um planeta"...

Que os deuses do Sem-Fim privilegiem as borboletas, lançando suas fúrias sobre esses prexenetas!

William 



Bibliografia:

MEIRELES, Cecília. Poesia completa. Coordenação André Seffrin; apresentação: Alberto da Costa e Silva - 1° ed. - São Paulo: Global, 2017.


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