Refeição Cultural
Terça-feira, 19 de novembro de 2024.
Opinião
Pra quem conhece história, o Brasil não tem surpresa alguma!
Fosse o Brasil um país sério, os mandados de prisão emitidos hoje seriam para os verdadeiros criminosos e não para os seus lacaios, segundos, terceiros, laranjas etc.
Tramaram a morte do Presidente da República eleito em 2022, seu vice e um ministro da Suprema Corte e os que tramaram seguem há dois anos de boa, fazendo política e viajando por aí. E tirando sarro da nossa cara.
Eu tenho uma teoria faz um tempo, e a cada dia mais claro fica para mim: as autoridades brasileiras, mancomunadas com a casa-grande desde sempre, não querem prender Bolsonaro e deve ser por medo ou covardia, ou os dois sentimentos juntos.
Vão se acumulando provas, mais provas, mais provas, e o tempo vai passando, passando, passando... por muito menos, prenderam figuras históricas da vida política do país. Em pouquíssimo tempo, atropelando normas e regras, prenderam políticos inocentados depois.
As autoridades brasileiras são covardes, são parciais, são incompetentes, se sua ineficácia não for proposital. Uso "autoridades" como denominação para juntar um monte de gente e instituições da vida nacional que deveriam funcionar de forma isonômica para todas e todos, como prevê a Lei maior, a tal Constituição Federal.
Minha teoria é que por medo ou por covardia, talvez para não mexer muito na casa-grande, onde se juntam os "parças" da elite corrupta do país, querem que os bolsonaros e sua matilha fujam do país, peçam asilo etc. Passaporte não é necessário quando se vai fugir. Sempre há esgotos por onde sair.
Enfim, eu avalio que nós dos segmentos da sociedade que não compartilhamos dos ideais e das ideias da burguesia brasileira, a mais ignorante e corrupta do planeta, temos nossa parcela de culpa por tudo que acontece no país.
A esquerda brasileira - vamos considerar assim - poderia se unir em defesa de pautas comuns, coletivas, e deixar um pouco de lado as vaidades e personalismos de suas lideranças, burocratizadas em sua maioria.
Nosso governo e nossa esquerda mais "organizada" não andam inspirando muito a gente para seguir nas lutas pelo mundo que defendemos, falo de quem tem mandato e representação, tirando raras exceções, raras.
Eu reconheço minha mediocridade, minha condição mediana, meu papel de mais um tijolinho na luta da esquerda nas últimas décadas. Minha formação política começou com os bancários da CUT, inclusive. Tenho muito que estudar e aprender ainda.
No entanto, sei de minha contribuição como tijolinho na construção das lutas nas quais participei nas últimas décadas. Por isso escrevo e opino em meus blogs.
Vendo o cotidiano do Brasil em novembro de 2024 não me surpreendo com muita coisa. Isso não é uma coisa boa. Não é.
Não vamos mudar o Brasil fazendo as mesmas coisas que fazíamos antes. Até estaríamos melhor, se pelo menos fizéssemos base como antes. Nem isso!
As "conciliações" com os adversários de classe acabaram. Agora são inimigos de classe, são fascistas, e eles matam... e parte de nossas lideranças quer fazer "acordos" com os fascistas que querem nos eliminar...
Nem sei mais o que quero ou não quero em relação à política dos grupos nos quais me politizei. Minha formação me ensinou a importância dos partidos e dos sindicatos.
Se hoje eles se burocratizaram, eu também não vejo muita esperança em voluntarismos episódicos: são bonitos, mas não resolvem.
Tô sem pertencimento algum. Que foda!
William