sábado, 12 de outubro de 2024

Nada mais será como antes - Miguel Nicolelis (10)



Refeição Cultural 

"(...) Para elas, e para a maioria dos adultos, não haverá mais forma alguma de dizer o que é real e o que é falso. Imagine o quão assustador seria para alguém, criado desde o nascimento ou infância num paraíso virtual, de repente acordar, no meio da sarjeta, cercado de lixo e ratos famintos, sem abrigo, comida, ou meios de sobreviver por si mesmo?" (p. 161)


O ano é 2036. O desemprego no Brasil e no mundo é de mais de 80%. O número de pessoas em situação de rua em São Paulo é de mais de 150 mil homens, mulheres e crianças. 

No Largo do Arouche, centenas de pessoas andam a esmo trombando umas nas outras. São como zumbis digitais. São vítimas de um experimento de controle da mente chamado de Projeto Nirvana.

A necessidade de energia elétrica chegou a um ponto impossível de se suprir com as formas tradicionais que conhecíamos no início do século. Boa parte do consumo de energia é gasto para resfriar milhões de computadores das plataformas digitais que dominaram o mundo.

Esse é o cenário do romance Nada mais será como antes, do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. 

Foi no contexto descrito no romance que os Overlords e seus aliados, os neurocratas e os bankgsters, pensaram no Projeto Nirvana: capturar bioeletricidade de uma espécie animal abundante no mundo: o homo digital...

---

Seguimos na leitura! Estou curioso para saber como vai terminar esta ficção distópica.

William 

ICL - O pobre de direita, curso de Jessé Souza



Refeição Cultural

O POBRE DE DIREITA - JESSÉ SOUZA

Assistir aulas ou palestras do sociólogo Jessé Souza é uma oportunidade única na vida de qualquer pessoa que anseia obter ferramentas e subsídios para compreender o mundo no qual vivemos e a sociedade humana e suas diversas formas de organização social.

O curso no Instituto Conhecimento Liberta (ICL) é dividido em quatro partes e nos esclarece como os donos do poder do dinheiro nos Estados Unidos organizaram um sistema ideológico que naturaliza o domínio de pequenos grupos humanos sobre o conjunto das populações do mundo. 

As explicações do professor são incríveis, Jessé Souza não poupa ninguém na hora de se posicionar em relação aos corruptos da Faria Lima, grupos de latifundiários do "agro pop" etc. O sociólogo explica de forma clara como os poderosos organizam as ideias para manipular os pobres a defenderem que os ricos continuem ricos.

Após conhecer "O pobre de direita" a pessoa terá uma leitura mais clara do racismo brasileiro e da corrupção secular da burguesia canalha do Brasil.

---

Apresentação do curso que consta na plataforma de ensino do ICL:

"Nesta série de aulas inspiradas no livro O pobre de direita, o sociólogo Jessé Souza apresenta, inicialmente, o surgimento da extrema direita nos Estados Unidos, país do qual o Brasil importou a mesma lógica política. Jessé traz também uma análise inovadora do fenômeno do apoio popular à extrema direita no Brasil, explorando as complexas intersecções entre estratificações sociais, fervor religioso e regionalismo.

Afinal de contas, por que uma parcela significativa de pobres decide apoiar políticas que contrariam seus interesses? Convidamos você a esta reflexão sobre o desafio de construir um Brasil verdadeiramente democrático e igualitário.

Aulas:

1. As raízes históricas da extrema direita no Brasil são americanas

2. O branco pobre do Sul e de São Paulo e o preconceito regional no Brasil

3. O negro evangélico

4. Considerações finais"

---

Amigas e amigos leitores do blog, experimentem participar do ICL, vocês terão muitas oportunidades de conhecimentos novos. 

Abraços,

William


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 10 de outubro de 2024. Quinta-feira.


Fim de noite. Estou cansado e vou tentar dormir um pouco mais cedo, coisa que raramente faço.

Estive reunido hoje com amigas e amigos bancários numa pizzaria. É muito gostoso encontrar pessoas queridas que conhecemos há muito tempo. O vínculo entre nós é a agência do BB onde todos trabalhamos um dia: a Vila Iara. Nunca trabalhei ao lado deles, mas por duas décadas fui conhecendo e me tornando amigo de cada pessoa que atuou na agência de onde saí para ser sindicalista. Nunca esqueci minha origem e sempre prestei conta a eles como representante sindical.

Ontem, estive na plenária de arrancada do 2º turno das eleições municipais de São Paulo: vamos fazer o possível para elegermos Guilherme Boulos prefeito de nossa cidade. O encontro se deu na Casa de Portugal, na Liberdade, um lugar que me traz grandes recordações. Lá, conduzi e liderei com meus companheir@s a categoria bancária por muitos anos. Dialoguei com milhares de colegas em assembleias decisivas os rumos do movimento bancário.

Ainda nesta semana, estive na unidade de saúde da Cassi da região onde vivo, a CliniCassi Oeste. Compareci às dependências da nossa autogestão por uma convocação de reunião do Conselho de Usuários. Lamentavelmente, cancelaram a reunião sem avisar os participantes pelo mesmo meio convocatório. Para não perder a viagem, me consultei com a nossa médica de família. A Cassi é outra instituição para a qual dediquei o melhor de mim enquanto gestor eleito pelos associados.

Renovação: tenho sentido pouco pertencimento às instituições e grupos sociais aos quais me vinculei a maior parte de minha vida. Para não dizer que não me senti partícipe de alguma causa, posso dizer que dei alguma contribuição às renovações parlamentares ocorridas recentemente no Partido dos Trabalhadores. A eleição da jovem vereadora Luna Zarattini em São Paulo com mais de cem mil votos é um alento para todos nós. E a eleição de Heber, Gabi e Matheus, do Coletivo JuntOz, em Osasco, também.

Boulos e Marta: eu acredito que a militância do Partido dos Trabalhadores e dos demais partidos de esquerda e dos movimentos sociais organizados pode conquistar votos suficientes para derrotarmos o bolsonarismo e o reacionarismo conservador de direita em São Paulo. Acredito mesmo! Mas para isso, a militância do nosso campo precisa mergulhar de coração na campanha até o dia 27, principalmente a do PT que não sinto estar envolvida ainda neste início de 2º turno. (a militância da região Oeste, do Butantã, é exceção, está bem engajada e nas ruas)

Me incomoda muito ver na boca e no (des)ânimo de gente do nosso campo afirmações deterministas e pusilânimes de que não teríamos chance de vencer, pois o pilantra do prefake atual está à frente nas pesquisas e conta com o apoio da plutocracia que impede a democracia no Brasil. Cara, se nossa militância arregaçar as mangas e for para a conquista de votos, nenhuma máquina de dinheiro e manipulação midiática ganha da gente. A questão é o envolvimento de nossa militância para criar uma onda vira voto.

É isso. Como disse nos últimos textos de reflexão pessoal, provavelmente eu vá me afastar da cena política após as eleições municipais. Como colocamos Boulos no 2º turno, minha missão cidadã vai até dia 27. Depois disso, vou avaliar o que fazer da vida. Minha decepção com as coisas já superou meu compromisso interno de lutar até morrer nas causas para as quais me incorporo. E daria a minha vida por uma causa. Daria. Mas a burocracia matou e ou está matando a esquerda organizada na qual me politizei desde os anos noventa.

William Mendes

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Operação Cavalo de Tróia (13)



Refeição Cultural 

"Como estava longe dessa imagem grave, atormentada e longínqua que nos transmitem tantos dos livros do século XX... Jesus de Nazaré era uma mescla de menino e general; de ingênuo pastor e compenetrado analista; de homem que vive plenamente cada dia e de prudente conselheiro. Mas, acima de tudo, notava-se que era feliz. Muito mais alegre e despreocupado do que seus próprios amigos e discípulos, visivelmente agitados pelas ameaças do sumo sacerdote." (p. 130)


Essa história de Jesus de Nazaré retratada por J. J. Benítez é muito instigante. Sempre achei isso.

Estou lendo minha velha edição dos anos oitenta, que já foi até emprestada e devolvida em péssimo estado. 

Vejam essa descrição que o Jasão faz de Judas Iscariotes:

"(...) Permaneci como que hipnotizado, a contemplar aquele tipo fraco e esgrouviado, de algo mais de um metro e setenta de estatura e cabeça pequena. Seu nariz aquilino destacava-se sobre a pele pálida, quase macilenta, dando-lhe o clássico 'perfil de pássaro' que eu havia estudado na classificação tipológica de Ernest Kretschmer..." (p. 130)

E o homem de nosso tempo infiltrado entre os discípulos de Jesus terminaria sua análise sobre Judas dizendo que ele seria um grande tímido. 

"A verdade é que, à medida que fui conhecendo o caráter desse homem, ia me convencendo de que se tratava, na realidade, de um grande tímido, que não havia tido oportunidade de desenvolver seu imenso caudal afetivo." (idem)

Parei a leitura do Diário do Major, ou o relato de Benítez, ao final do dia 31, sexta-feira, do ano 30, em Betânia, Judeia.

Seguimos a leitura. 

William 


sábado, 5 de outubro de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 5 de outubro de 2024. Sábado, fim de um dia apoteótico.


Estou cansado para grandes reflexões. No entanto, é legal registrar a energia popular que vivenciamos hoje em São Paulo. Este dia 5 foi dia do povo se expressar e sonhar, sim, sonhar. 

Neste sábado, acordei cedo e fui para a Avenida Paulista me reunir a dezenas de milhares de pessoas para uma caminhada da esperança, uma caminhada com gente como a gente, de todas as cores, crenças, origens, pensamentos, classe sociais; gente que sonha com uma cidade e um mundo mais humanizados e que acredita que o amor e a fraternidade ainda podem vencer os piores sentimentos humanos, sentimentos ruins que grupos de direita e extrema-direita tentam impor a todos nós. Não passarão!

A Avenida Paulista ficou tomada pelas tonalidades vermelhas mescladas a todas as cores da multiplicidade de ideias e ideais que irradiam os sonhos de um mundo mais justo e solidário e acolhedor para os seres humanos e todos os seres que habitam o nosso planeta Terra. Nossa gente caminhando hoje pela Paulista e Augusta e por todas as vias e logradouros da região é a mais pura expressão do povo paulistano e brasileiro.

O povo e a esperança na Paulista. 
Foto: Ricardo Stuckert
.

A maré vermelha que tomou a Avenida Paulista e as ruas paulistanas hoje representa o povo trabalhador, é a representação da vida real e concreta que sonha uma São Paulo que inclua o povo no orçamento, que tenha um prefeito e uma Câmara Municipal que façam uma gestão na prefeitura que atue para melhorar todas as áreas que fazem a nossa vida ser melhor, com mais atenção e soluções para a educação, saúde, moradia, transporte, segurança, oportunidades de trabalho e renda, lazer e meio ambiente.

No final da caminhada do povo, após encontrar tanta gente que sonha uma cidade e um mundo inclusivo e humanizado, cada pessoa finalizou o dia à sua maneira. Eu fiquei algumas horas com pessoas queridas, curtindo a vida.

Foi um dia maravilhoso para a democracia. Fechamos a campanha eleitoral paulistana cheios de energia e esperanças, esperanças conquistadas dia a dia nos últimos meses de diálogo com o povo por uma São Paulo mais humana.

É isso! Vamos descansar algumas horas dessa primeira etapa de nossa luta militante. Amanhã, vamos eleger nossas representações e exercer a democracia. A gente merece um mundo melhor.

William Mendes


sexta-feira, 4 de outubro de 2024

ICL - Estudando Língua Portuguesa e Literatura (1)



Refeição Cultural

TIPOLOGIA TEXTUAL, GÊNEROS TEXTUAIS E TEXTOS JORNALÍSTICOS E MIDIÁTICOS

As aulas que estou assistindo do Instituto Conhecimento Liberta são conteúdos formativos da plataforma de estudos e estão disponíveis a todas as pessoas que passam a integrar o projeto se associando ao instituto. Sou associado desde o primeiro ano, renovei minha 4ª assinatura.

O blog Refeitório Cultural recomenda muito a participação e apoio ao projeto de Eduardo Moreira e Jessé Souza e toda a equipe ICL. O conceito é o que pensamos desde o início do blog em 2007, compartilhar conhecimentos de forma gratuita. O blog atua com o conceito WIKI (What I Know Is) e o ICL tem uma mensalidade simbólica para acesso a quase 300 cursos.

As aulas que estou vendo de Português e Literatura da professora Juliana Giannini são de um dos eixos formativos do ICL. Neste caso, do grupo de cursos preparatórios para o ENEM, aulas ministradas em 2021. As aulas são muito didáticas e com muita qualidade.

---

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

Juliana nas três primeiras aulas traz conceitos de Mikhail Bakhtin sobre gêneros textuais. O linguista russo é um clássico para nós que estudamos Letras. Peço licença à profa para citar essa parte da aula dela.

GÊNEROS TEXTUAIS

* São tipos relativamente estáveis de enunciados, caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional.

* A escolha de um gênero se determina pela esfera (contexto), pelas necessidades do tema, pelo conjunto dos participantes (falante/escritor e ouvintes/leitores) e pela vontade enunciativa ou intenção do locutor.

GÊNEROS JORNALÍSTICOS

A professora descreve uma série de gêneros textuais encontrados no jornalismo como, por exemplo, notícias, reportagens, charges, tirinhas, artigos, editoriais etc.

Achei legal a forma como ela explica as diferenças em dois desses gêneros textuais: 

NOTÍCIAIS E REPORTAGENS, ambas com função social de informar, divulgar e relatar fatos e acontecimentos. No entanto, as reportagens são mais detalhadas, longas e aprofundam mais o tema ou assunto tratado. Elas devem ter um caráter descritivo ou narrativo (e não dissertativo ou argumentativo) e devem estar na 3ª pessoa, evitando-se opinião ou comentários explícitos.

COMENTÁRIO - Percebem como essas características NÃO são respeitadas pela imprensa tradicional brasileira! Nossa imprensa golpista faz exatamente o contrário de tudo que se deveria respeitar em notícias e reportagens.

Depois, Juliana explica os EDITORIAIS e os ARTIGOS DE OPINIÃO. O primeiro expressa a opinião do veículo de comunicação. O segundo expressa a opinião de um articulista. A função social dos dois gêneros textuais é exprimir opinião sobre temas.

Achei interessante a professora Juliana explicar o fenômeno da "pós-verdade", algo muito relevante na atualidade das redes sociais e das mídias digitais. As pessoas precisam estar muito mais atentas hoje e preparadas para saber identificar as fontes de informações e os conteúdos em circulação.

Enfim, mesmo tendo boas noções dos temas Língua Portuguesa e Literatura, gostei muito das aulas, do conteúdo desenvolvido pela professora Juliana Giannini e a didática dela.

Só o conhecimento nos liberta!

William


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Leituras Capitais - País em chamas



Refeição Cultural - Revista CartaCapital 1329


Reflexões do blog

-

PAÍS EM CHAMAS 

"O Brasil é refém do crime e da ganância"

Faz tempo que não me disponho a ler uma edição completa da excelente CartaCapital. Confesso que tenho fugido um pouco das verdades factuais por saber serem elas desalentadoras. É um pouco daquele desejo bobo de fazer de conta que a realidade não é aquela que sabemos que é. 

A SEMANA 

Vejam este começo:

A seção informa que aumentou a diferença salarial entre mulheres e homens (estudos do Ministério do Trabalho). O governo Lula tem boa intenção, mas os donos do dinheiro, não. Lugar de mulheres no capitalismo é onde os homens brancos querem. Se insistirem em se meter no mundo dos "machos", que recebam menos pra aprenderem!

Depois vem a cassetada do aumento injustificável de juros pelo Bacen bolsonarista de Campos Neto. O Bacen é "independente da realidade" segundo a revista. Agora a bolsa rentista paga 10,75% aos coitados indinheirados. São 7,33% de juros reais. Só a Rússia em guerra e sob bloqueio paga mais.

Aí vêm as notícias do Libano, da Venezuela e da Geórgia.

Mataram e feriram centenas de pessoas com uma estratégia nova de assassinato: aparelhos de comunicação explodirem na cara das vítimas. O regime sionista de Israel negou ser o responsável. Deve ter sido algum "lobo solitário" que não gosta do Hezbollah.

Prenderam na Venezuela mercenários com centenas de armas de grosso calibre. Tinha militar dos EUA, 4 de lá, mais 2 espanhóis e um tcheco. Vai ver eles foram lá caçar algum bichinho nas selvas do país... não tem relação alguma com tentativa de assassinar o presidente Maduro.

E na Geórgia está proibido ser gay ou qualquer outra forma de ser humano ou humana além da que o parlamento decidiu. No país só pode ser menino e menina; família de papai, mamãe, meninos e meninas. Talvez o rosa e o azul estejam nos artigos da lei...

CAPA: QUEIMA TOTAL 

"Uma dezena de criminosos põe em risco o patrimônio de 200 milhões de brasileiros"

Que dureza ser informado por essa realidade factual. Eu, a partir de agora, defendo pena de morte para quem destroi o mundo como alguns fdp estão fazendo. Se estivéssemos em processo revolucionário, defenderia julgamento e justiçamento aos mandantes e financiadores de destruição dos biomas brasileiros. Os manés seriam sentenciados a passar os dias replantando e refazendo como fosse possível a natureza que destruíram.

VELHO FANTASMA 

"A crise climática ressalta a disfuncionalidade crescente do setor elétrico"

Qualquer pessoa minimamente educada e não idiotizada sabe que a privatização do sistema é uma tragédia. O foco é o lucro e distribuição pra meia dúzia de fdp e milhões de pessoas e o país que se danem!

Segundo Ildo Sauer, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP: "Isso acontece porque a lógica com que as empresas de distribuição e transmissão são operadas busca, acima de tudo, maximizar o retorno para o acionista que, por sua vez, pressiona os dirigentes. E estes, com visão de curto prazo, não tomam as providências de longo prazo de fazer uma manutenção preventiva centrada em confiabilidade". (p. 16)

Privatização = privar o povo de... e tem idiota do povo que defende isso!

FILANTROPIA SOCIOAMBIENTAL 

"No enfrentamento às mudanças climáticas, é fundamental apoiar soluções locais, concebidas pelas próprias comunidades"

Para inglês ver... ditado antigo esse!

A matéria esclarece que 99% dos recursos destinados a eventos climáticos e direitos humanos ficam com países e grupos no Norte global. Os de "baixo" que se lasquem.

SEU PAÍS 

Aí vem a seção que traz informações do nosso país... dá até nojo saber o que tá rolando. 

O Congresso Nacional continuará sendo chefiado pela casa-grande, a questão é qual coronel ficará sentado em cima do poder e do orçamento nacional. 

ARTIGOS - os textos de Pedro Serrano sobre os abusos de Elon Musk (p. 30) e de Maria Rita Kehl sobre os homens abusadores (p. 31) estão muito bons!

E pra fechar a seção "Seu país" um alerta sobre essas desgraças das big techs.

Pedro Markun denuncia "A censura da Meta" que tirou do ar um aplicativo de IA (chamado Lex) feito por ele para ajudar pessoas a buscarem informações sobre processos legislativos. É a sacanagem de sempre!

Outro dia, o site UOL publicou matéria que mostrava que a IA do Google só não falava de Boulos e Tabata, mas rasgava elogios aos candidatos da direita e extrema-direita de São Paulo. 

Eu já falei e escrevi muito sobre essa porcaria de ditadura das big techs

PLATAFORMAS DIGITAIS PÚBLICAS: os Estados nacionais e governos devem criar suas plataformas digitais e disponibilizarem elas ao povo (É a minha proposta de solução para a soberania nacional).

ECONOMIA 

FREIO À COBIÇA 

"Privatizações - O sucesso da interrupção da venda de empresas públicas desidrata o discurso do mercado"

Matéria de Carlos Drummond fala sobre o esforço do governo Lula de retomar o controle de parte da Eletrobras e das cadeias de produção e distribuição de combustíveis pela Petrobras. 

NERDS ENGAJADOS

"Evento: O Sana, maior feira geek do Nordeste, tem na inclusão social uma de suas bandeiras"

Matéria legal! Primeiro, fui ler para saber o que era Geek, gente que gosta de tecnologia e cultura pop como essas de origem asiática.

E gostei de saber que a feira tem foco no Nordeste, ela aconteceu no Ceará. 

Os geeks gostam do Naruto (eu também) e outros personagens de animes e mangás. 

SOBRE ERNESTO GEISEL (p. 38)

"Desenvolvimento: Os méritos do general e algumas comparações com Lula"

Ao ler o artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. eu me lembrei dos ensinamentos de Edward Said sobre o papel do intelectual. 

O articulista colocou o ditador Geisel (março de 1974 a março de 1979) entre os melhores presidentes do Brasil, no que tange a governos desenvolvimentistas, com bons resultados econômicos, junto com Vargas, JK e Lula.

Eu respeito Paulo Nogueira e admiro sua coragem de defender aquilo que pensa e acredita. 

Como alguém que conhece noções de economia, não discordo da opinião dele.

NOSSO MUNDO

A seção internacional traz três reportagens: uma sobre o ser abjeto Donald Trump, outra sobre o clã de Rupert Murdoch e o futuro de seu império midiático de extrema-direita. 

A terceira reportagem é sobre casos de estupros e abusos sexuais, e relata o caso de Gisèle Pélicot, 72 anos, que decidiu expor seu caso em nome de uma causa. Ela foi vítima de seu marido em um caso conhecido na França como "o Monstro de Avignon". (p. 44/45)

PLURAL 

Na seção tem uma entrevista com Felipe Neto, que vem realizando um trabalho interessante de incentivar a leitura entre jovens e adultos no Brasil. Ele está lançando seu livro ""Como enfrentar o ódio".

A reportagem "Isabelle Huppert, a imparável" (p. 52) está deliciosa! Deu vontade de ver e assistir tudo que já foi feito com a participação dela.

Raça , gênero e literatura - A apresentação do livro de Christina Sharpe "Notas ordinárias" deixa leitores progressistas da revista instigados na leitura. 

ARTIGOS 

Fecham a edição de CartaCapital dois excelentes artigos. O de Alfonsinho nos alerta para o excesso de jogos e campeonatos de futebol. Estão "Todos exaustos".

"Toxicidade financeira" (p. 57)

O dr. Riad Younes aborda um conceito novo para mim, que atuei como gestor de sistemas de saúde. 

É um tema dramático! Pacientes acometidos de cânceres identificados ou suspeitos, e seus familiares, acabam se envolvendo em dívidas e gastos que os levam à ruína financeira, mesmo aqueles que têm algum convênio ou seguro de saúde. 

---

COMENTÁRIO FINAL

Que edição instrutiva e informativa essa que terminei de ler!

Obrigado, equipe de CartaCapital!

William 


ICL - Estudando Geografia do Brasil (1)



Refeição Cultural

AGENTES ENDÓGENOS DO RELEVO

É sempre motivador sair de uma aula tendo mais noções sobre as coisas do que antes de ter contato com aquele conhecimento temático. 

Quando era dirigente sindical e secretário de formação explicava isso aos trabalhadores, que todas as pessoas precisam ter noções das coisas, de forma a sermos menos ignorantes, ou seja, ignorarmos completamente algo.

Ao assistir à aula de Geografia do professor Hugo Anselmo na plataforma do ICL, mesmo estando sem grandes pretensões, percebo o quanto adquiri de noções sobre formação de relevos no planeta Terra. 

Nosso relevo tem impactos em sua forma e composição a partir de eventos como o tectonismo, vulcanismo, abalos sísmicos etc (agentes endógenos) e também através da ação das chuvas, vento, gelo, ondas etc (agentes externos).

Me lembrei das explicações que já sabia sobre a Teoria da Deriva Continental, que nos conta sobre o tempo em que as superfícies terrestres estavam reunidas na Pangeia. 

O planeta é composto de placas tectônicas que se movem de forma convergente, divergente e horizontal. A consequência desses movimentos é sentida por nós quando ocorrem terremotos, maremotos etc.

Amigas e amigos leitores, estudar é muito gostoso! É muito legal saber um pouco mais a cada dia de nossas existências. 

Como nos lembra o ICL, a partir de um conceito de José Martí, só o conhecimento liberta.

William


Vendo filmes (XXI)



Refeição Cultural

Assisti a dois filmes dos anos oitenta bem interessantes. Um de ficção envolvendo extraterrestres e dominação da Terra e dos humanos e outro baseado em obras de Stephen King, mestre do suspense e terror.

A estória do Plymouth Fury 1958, o lindo carro vermelho conhecido como Christine, é um clássico, na minha opinião. Li o romance de King na adolescência e achei a narrativa inesquecível.

Já a estória do mundo dominado por ETs disfarçados de humanos endinheirados ou de gente classe média manipulada pelos donos do capital foi uma sugestão de um amigo que gosta de filmes, o Élcio. 

Achei legal a forma como John Carpenter trabalhou a questão da crença na meritocracia e no self made man, tão centrais na ideologia do imperialismo norte-americano. O personagem principal diz "acreditar na América" e depois percebe o que está por trás da dominação do capital.

Enfim, são filmes dos anos oitenta, ambos dirigidos por John Carpenter, muito diferentes dos filmes atuais em relação à produção. Eu gosto de filmes antigos, tanto dessa época quanto mais antigos ainda, dos anos setenta para trás.

William

---

FILMES

Christine, o carro assassino (1983) - Direção: John Carpenter. Com: Keith Gordon, Alexandra Paul, John Stockwell, Harry Dean Stanton.

SINOPSE: o filme conta a história de um adolescente que sofre bullying na escola, Arnie Cunninghan (Gordon), e que tem praticamente um amigo, Dennis Guilder (Stockwell). O garoto vê um carro velho e abandonado e se apaixona na hora pelo carro, um Plymouth 1958. Ele acaba comprando o carro e começa a reformá-lo em um galpão do tipo "faça você mesmo suas reformas". O triângulo "amoroso" se dá quando Arnie começa a namorar a garota mais bonita da escola, Leigh Cabot (Alexandra Paul). O bullying continua na escola e depois que uns valentões destroem Christine, as coisas mudam para todo mundo: Arnie, Leigh, Dennis e os valentões.

COMENTÁRIO: li o livro de Stephen King na adolescência, nos anos oitenta. Achei a estória fantástica! Nunca me esqueci do Plymouth Fury 1958 vermelho. 

Aí veio o filme dirigido por John Carpenter. Também gostei bastante da adaptação dele, apesar de ela ser diferente do livro no final, o que é comum, pois roteiristas e diretores normalmente fazem a versão deles. 

Faz tempo que queria rever o clássico. De repente, achei o filme original na Netflix. Valeu demais rever Christine!!!

---

Eles vivem (1988) - Direção: John Carpenter. Com: Roddy Piper, Keith David, Meg Foster.

SINOPSE: John Nada (Roddy Piper) é um trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho numa fábrica. Durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão, Nada encontra um óculos escuro aparentemente comum, mas que o faz enxergar alienígenas vivendo como seres humanos e mensagens subliminares que estão em todo tipo de propaganda da mídia. Nada e seu colega de trabalho Frank (Keith David) decidem se engajar na luta de libertação da humanidade.

COMENTÁRIO: é um desses filmes B com uma história para entreter as pessoas. Mesmo assim, John Carpenter coloca os espectadores a pensarem na questão temática que o filme traz: a manipulação de massas pelos meios midiáticos. 

Os grandes capitalistas donos do poder e seus servidores cooptados estão entre nós, mas são como se fossem alienígenas de tão distantes da realidade eles vivem. 

E tem uma questão a se pensar também, quando Nada precisa sair na porrada com seu amigo Frank só para que ele aceite colocar os óculos para ver a realidade: ou seja, quem quer enxergar realmente a realidade? É bem mais cômodo viver na ilusão e na manipulação na qual a vida se dá no cotidiano.

---

Post Scriptum: o texto anterior sobre filmes pode ser lido aqui.


quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Operação Cavalo de Tróia (12)



Refeição Cultural 

Lendo algumas páginas do livro de J. J. Benítez, fico pensando a respeito do momento atual: a Palestina tomada pela guerra sionista contra os outros povos que habitam a região há séculos... que dureza!

Os homens sempre se mataram justificando as eliminações dos outros através de religiões e deuses. E, no fundo, o extermínio do outro é só porque o homem é um ser que mata seu semelhante por motivos banais.

---

No enredo do livro, Jasão amanheceu no dia 31 de março do ano 30 na casa do ressuscitado Lázaro, amigo de Jesus. Tomou seu café composto por leite de cabra, fatias de pão tostado, e generosas porções de queijo e mel. (p. 124)

A casa de Lázaro está agitada naquela manhã. Anunciam que Jesus vem chegando. Ele está a menos de 2 Km de Betânia (a uns dez estádios).

Vejam o que o Major diz em seu Diário:

"Posso jurar que, apesar de minha intensa preparação, dos longos anos de treinamento e da minha condição de cético, a família de Lázaro conseguiu contagiar-me com sua excitação. Sem poder evitá-lo, um calafrio percorreu-me a coluna vertebral..." (p. 126)

E, então, nosso personagem do século vinte, viajante no tempo até os dias de Jesus de Nazaré, nos descreve o primeiro contato visual com o homem, que chamará de "gigante".

"Sua extraordinária compleição - no primeiro momento calculei-lhe a altura em um metro e oitenta centímetros - fazia-o, ao lado da quase totalidade dos circunstantes, um gigante. Vestia um manto de cor bordô que lhe cingia o tórax e cujas extremidades envolviam o pescoço e caíam sobre os ombros largos e poderosos. Uma longa túnica branca, de amplas mangas, cobria-o quase até os tornozelos. Não vi faixa ou cinto algum. Na fronte trazia enrolado um lenço branco que lhe caía sobre os cabelos do lado direito." (p. 127)

Emocionante, não é? Até para um cético!

Seguimos na releitura. 

William 


segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 30 de setembro de 2024. Segunda-feira.


Opinião


SETEMBRO

Lá vamos nós registrar fatos, sentimentos, opiniões e leituras de mundo ao final de mais um mês neste mundo mundo vasto mundo.

Setembro foi um mês intenso em tudo, na dimensão pessoal e na dimensão geral, da vida coletiva. Alguns fdp estão destruindo de forma deliberada o planeta e a vida de milhões de espécies e nós não estamos fazendo o suficiente para impedir essa destruição.

No Brasil, estão cometendo ecocídio de todos os biomas. No mundo, está em andamento o genocídio dos povos palestinos e árabes em terras que os sionistas querem colonizar: a Palestina e o Sul do Líbano. 

---

AINDA SONHO FAZER ALGO ÚTIL PARA O MUNDO

No campo pessoal eu não poderia reclamar de nada porque sigo sendo uma pessoa de sorte, privilegiada na existência dura deste mundo de bilhões de seres largados à própria sorte. Tenho o que comer, onde dormir, pessoas que amo, e acesso aos bens do espírito: cultura. Ainda não estou sem acesso a água, luz, comunicação, atendimento médico e sociabilidade. Um privilégio em 2024.

Passei o mês descadeirado, mas parei de me lembrar da lombar, sinal de que estou melhor. Tive um dente quebrado, mas já foi refeito. Minha irmã operou o ombro, mas está bem. Minha mãe está se adaptando aos medicamentos da diabetes. Somos afortunados, estamos bem pra caramba, se considerarmos a situação de nossas irmãs e irmãos brasileiros, palestinos, libaneses, haitianos, argentinos e de tantas outras localidades.

Meu pai estava quase morrendo em casa com pneumonia nos dias em que estive lá. Tive que desacatar sua vontade e chamar o Samu, que lhe salvou a vida e depois eu tive que ficar ouvindo merda porque ele não havia dado permissão de salvá-lo. Como tinha que ir embora, providenciei uma forma dele ir ao hospital ser medicado por uma semana e ele teve a pachorra de negar a solução que arrumei e isso causou um transtorno para várias pessoas. Eu fiquei muito puto com toda a situação e nem sei como vou lidar com essa merda em relação a ele. Estou puto com o cara que admirei tanto tempo na vida.

Essas coisas pessoais todo mundo vivencia. Ninguém sabe da vida dos outros. Quando a vida se resume a essas impotências domésticas, a gente perde um pouco o sentido do viver. Para alguém que já fez coisas grandes como fiz, essas merdas deixam a gente se sentindo um lixo.

--------------------

Tudo bem. Eu sigo querendo viver, aprender coisas novas, passar o conhecimento adiante e mudar o mundo. Entendo que a vida humana só tem sentido quando pensamos para além de nós mesmos, de nosso egocentrismo.

---

TEMOS QUE MUDAR O RUMO DAS COISAS DO MUNDO

No que diz respeito ao mundo da porta de casa para fora, as coisas estão bem mais complexas. Nós humanos e seres vivos estamos fodidos neste instante do mundo. E isso não é uma questão de pessimismo ou determinismo, não é! É uma leitura de alguém que lê o mundo.

Se eu fosse ainda um representante de pessoas, dos meus pares da classe trabalhadora, eu não escreveria as coisas como tenho escrito, porque meu papel seria outro. 

Por duas décadas exerci meu papel de liderar movimentos de luta e aprendi como liderança a levantar o moral das pessoas que representava no dia a dia como, por exemplo, numa greve em momentos difíceis, numa batalha perdida para o patrão ou para nossos inimigos de classe etc. Isso é obrigação de uma liderança popular.

As mudanças necessárias são possíveis, pois os seres humanos são seres históricos, que fazem história diariamente, que fazem seu presente e seu futuro. Precisamos de novas lideranças, é o que vejo. Eu não sinto desejo de mudança nas classes dirigentes que estão aí nos sindicatos e nos partidos de esquerda que conheço há décadas. Falo daquelas e daqueles que estão dirigindo e não da militância.

ELEIÇÕES ANTIDEMOCRÁTICAS NO BRASIL: decidi contribuir de alguma forma no processo eleitoral das eleições municipais deste ano. Honestamente, friamente, eu não acredito mais na "democracia" de faz-de-conta do Brasil desde o golpe de Estado que tirou nossa presidenta Dilma Rousseff, "com o Supremo, com tudo". Sei que não há democracia no Brasil, que aqui é o poder violento da casa-grande que manda em tudo.

Mesmo assim, gostaria sinceramente de ver eleita nossa jovem companheira Luna Zarattini 13131, pois o trabalho dela me lembra a forma como fiz representação por duas décadas. E gostaria de ver Boulos eleito prefeito de São Paulo. Também tenho um carinho grande pelos jovens Gabi, Heber e Matheus do Coletivo JuntOz 13713 em Osasco, e Emidio.

Não tenho ilusão alguma sobre a dificuldade de mudanças e sei que está tudo dominado pelos donos do poder efetivo nesta ainda colônia continental de impérios do Norte. Nossa fragilidade está cada dia mais evidente. Os desgraçados da casa-grande, os vendilhões bancados pelos capitalistas podem tudo, são inimputáveis, as leis são só para foder os não amigos do rei. A impunidade faz com que só acreditemos na justiça feita por guerra ou por mágica, através de invenções de crenças religiosas.

---

POLÍTICA PEQUENA NÃO VAI MUDAR O MUNDO, VAI CONTRIBUIR PARA A VITÓRIA DE NOSSOS INIMIGOS DE CLASSE

A raiva que passei na semana passada com meu pai, a ingratidão e desrespeito dele em relação a todas as pessoas que se preocupam com ele e que querem o bem dele e ele caga pra todo mundo, me causou um esgotamento com relação às coisas que venho vendo serem feitas comigo ao longo do tempo.

Me enchi (empapucei) de um monte de coisas. Posso falhar, sou humano, mas me esforço para não ser injusto ou ingrato com as pessoas e instituições.

Eu cansei do desrespeito da direção do nosso sindicato em relação à mim, e sei que não sou o único cancelado na política pequena da entidade. São muitas pessoas valorosas e com história em nosso sindicato que foram canceladas por qualquer bobagem da cabeça de alguém da direção. 

Sei que tem pessoas que se "magoaram" comigo por não receberem uma ligação ou babação dando parabéns por alguma função ocupada ou bobagens do tipo. O mundo acabando na luta contra nossos inimigos e gente virando a cara para militantes que não deram um "parabéns" fulana ou ciclano! Francamente!

Eu contribuí com um terço da história de nosso sindicato. Entre 1988 e 2024 são mais de três décadas de sindicalização, coisa em extinção no sindicalismo atual. Participei da construção da campanha unificada da categoria, fui grande sindicalizador, liderei os colegas do BB por quase duas décadas, e a direção atual não se dignou a me convidar para fazer uma fala nos 100 anos do sindicato. É uma coisa pequena, ridícula, fazerem isso com lideranças da entidade que alguém não goste na atualidade.

E quando penso a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, me vem de novo um sentimento de desrespeito da direção de nosso sindicato. Eles não têm obrigação nenhuma em relação à minha pessoa, é óbvio! Eu sei o que fiz pela Cassi, o que fiz em defesa dos direitos em saúde de quase 200 mil associados da ativa e aposentados do banco. É público o que estudei e aprendi sobre a autogestão. Um grupo de pessoas sabe o que sofri e o que paguei pessoalmente ao defender o modelo assistencial da Cassi e os direitos da parte de baixo da pirâmide funcional do banco, do povão.

Como fui um coordenador nacional das entidades e da principal força política dos bancários, sei como funciona por dentro a política no movimento sindical e partidário. Às vezes, vejo pessoas que me encontram por aí se lamentarem por mim... e fico imaginando o que inventaram contra a minha pessoa nesta lógica de cancelamento e de assassinato de reputações e histórias. Fico imaginando.

Enfim, sou um cara de sorte. Sou sim. Sempre tive o couro grosso. Já fui ruim, marrento, impossível de ser abatido. Aliás, se não fosse um cara duro como a vida me fez, talvez eu nem estivesse aqui após 2018.

Uma hora dessas, eu consigo esquecer essa gente que me dá pesadelos há anos, que me amargura o viver. Que os deuses me deem forças pra esquecer pessoas e instituições que me causam sofrimento, quem sabe depois de 6 de outubro. 

(Às vezes, vemos companheiras e companheiros adoecerem ou faleceram não tendo o devido reconhecimento pela contribuição que deram à luta histórica que empreendemos rumo a uma sociedade humana mais justa, solidária e sustentável. Registro meu respeito a cada militante que já tenha contribuído para as nossas causas. Uma das coisas mais admiráveis que percebi na sociedade socialista em Cuba é o quanto eles valorizam sua história e tod@s que fizeram parte dela)

Post Scriptum: francamente, se estando bem e lúcido não servi mais para dar minha palavra sobre o que conheço e ajudei a construir, que nenhum hipócrita fale de mim se tiver morrido ou morrendo.

William


ICL - Estudando Biologia (1)



Refeição Cultural

CICLO DO CARBONO E AQUECIMENTO GLOBAL

Assisti à primeira aula de Biologia, de Fernanda Vernier, professora do Instituto Conhecimento Liberta (ICL). Gente, que aula espetacular! Que leveza e que didática para ensinar Biologia para as pessoas!

O tema da aula foi "Ciclo do Carbono e Aquecimento Global". As noções que obtive com as explicações da professora Fernanda são muito interessantes, faz a pessoa ser menos ignorante em questões básicas de um tema extremamente relevante para a nossa vida neste momento da história humana.

A aula fala sobre os processos da fotossíntese e da respiração celular. Ao final, entendi claramente a diferença, por exemplo, de se utilizar o biocombustível etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar, beterraba e outras plantas) ou combustível fóssil em relação aos danos para as mudanças climáticas, por causa do dióxido de carbono (CO2). 

Em linhas gerais, no processo do etanol, o carbono se mantém mais ou menos na mesma quantidade que já estava na atmosfera, pois ele foi capturado na fotossíntese da planta, transformado em etanol e devolvido ao ar. No combustível fóssil, ele estava há milhares de anos sob a terra, e foi liberado para a atmosfera aumentando sua quantidade no ar.

É muito legal aprender noções das coisas. Só o Conhecimento Liberta. Se vocês ainda não são associados, façam parte dessa revolução cultural e participem do ICL.

William