sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Leituras Capitais




Refeição Cultural - CartaCapital ed. 1322

A revista semanal liderada por Mino Carta é sempre uma leitura para nos dar noções do que se passou de relevante nos últimos dias na política, na economia e na cultura de nosso país, e ainda traz duas ou três matérias relativas a outras nações do mundo.

Não é toda semana que leio a revista, mas sempre que posso, leio CartaCapital da primeira à última página. Com isso, fico bem inteirado sobre temas relevantes do momento. Eu não leio noticiários em páginas de internet diariamente. Preservo um pouco de minha sanidade fazendo isso.

Nesta edição, li as matérias sobre as eleições da Venezuela e respeito a opinião dos articulistas, porém discordo da análise deles. É assim que funciona o debate respeitoso sobre política.

Uma das matérias mais interessantes desta edição foi o artigo do senador Jaques Wagner (PT) trazendo luz sobre os investimentos públicos no esporte olímpico e paraolímpico.

Enfim, sigamos nos informando em boas fontes jornalísticas e atuemos contra notícias falsas ou com clara intenção de manipular pessoas.

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"E AGORA, MADURO?

A falta de transparência do processo eleitoral coloca a Venezuela em pé de guerra" 

Com esse título, a revista CartaCapital tomou posição e lado, na minha opinião de leitor. Não vejo isso como problema, a revista sempre foi clara com seus leitores. 

Aliás, me posiciono de cara: não é verdade que "a falta de transparência" colocou o país em pé de guerra. É só vermos o comportamento dos EUA reconhecendo a "vitória" de quem não ganhou (outro Juan Guaidó) e seus lacaios venezuelanos, os atuais fantoches Corina e González, que estimulam uma guerra civil em carta dias depois do resultado, para ter claro que nunca foi uma questão de "transparência" ou "atas".

Dito isso, reafirmo que estou do outro lado da opinião de CartaCapital, eu me posiciono em favor da Revolução Bolivariana, do chavismo e da soberania do povo venezuelano. Há um golpe imperialista em andamento, para se apropriar do petróleo do país e não existe mais "perdão" para supostas inocências democráticas. 

Qualquer pessoa minimamente alfabetizada e politizada sabe que é do petróleo que se trata a intromissão dos EUA nas eleições venezuelanas.

Vão pedir transparência ao Biden, Trump, Kamala, Macron, ao genocida Netanyahu e ao raio que parta essa gente e esses países do Norte imperialista!

E repito a minha vergonha e decepção com a postura de nosso governo em não se posicionar a favor de Maduro como os EUA fizeram em favor da oposição bancada por eles, que inventou um resultado e o império decadente e seus lacaios estão aceitando como "verdadeiro".

It's the economy, stupid!... (lembram-se disso?)

Enfim, dos três textos referentes à matéria de capa, só gostei do tom do texto do professor Belluzzo, resgatando a história da Venezuela. O de Sergio Lirio e o do professor Aldo Fornazieri, não gostei. Atenção: não gostei dos textos e das opiniões deles. Sigo respeitando muito ambos, são opiniões diferentes. 

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ESPORTE TAMBÉM É POLÍTICA 

Como disse na abertura, é esclarecedor o artigo do senador Jaques Wagner (p. 29) nos informando sobre os números e resultados dos 20 anos de criação do programa Bolsa Atleta pelo presidente Lula (criado em 2004). 

Além do Bolsa Atleta, o senador informa sobre os outros programas e montantes de recursos públicos que beneficiaram (98%) ou beneficiam ainda (87,3%) a quase totalidade dos atletas da delegação brasileira (276) nas Olimpíadas de Paris, França. 

O Brasil ganhou mais medalhas nesses 20 anos de patrocínio do governo federal aos atletas olímpicos (84) e paraolímpicos (267), em 5 edições com Bolsa Atleta, do que em 80 anos sem apoio governamental aos atletas. Foram 66 medalhas em 15 edições antes de Lula (PT). Isso significa IGUALDADE DE OPORTUNIDADES! Por isso temos visto tantas pretas e pretos e pessoas periféricas levantando medalhas. Nossa delegação tem 153 mulheres em 276 atletas (55%). 

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OUTRAS SEÇÕES DA REVISTA

Gostei da matéria de política falando sobre as estratégias do Partido dos Trabalhadores no Nordeste para ampliar o número de prefeitos nos Estados nordestinos.

Eu compreendo as concepções e práticas do partido por ter passado mais de duas décadas de minha vida de representação estudando um pouco a origem e as características do PT e de suas principais lideranças desde a sua fundação em 1980.

Aliás, sempre votei no PT, mesmo quando não era filiado ao partido. Dia desses, escrevi sobre isso (ver aqui). Neste período de eleições municipais, vou escrever sobre política no blog A Categoria Bancária (aqui) e vou apoiar a candidatura de Guilherme Boulos e Luna Zarattini (vereadora) em São Paulo, cidade onde nasci, e vou apoiar a candidatura de Emídio de Souza em Osasco, onde resido.

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CULTURA

A edição veio recheada de boas reportagens sobre cultura. Os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia em nova turnê após décadas é uma maravilha. Eu me lembro que foi através de CartaCapital que vi o lançamento do álbum novo "Noturno", de Bethânia, durante a pandemia de Covid-19 que ouvi e adorei.

Todas as matérias são interessantes e estimulantes.

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SAÚDE

O artigo "Uma questão de classe", de Arthur Chioro, sobre as eleições no Conselho Federal de Medicina (CFM) é elucidativo para as pessoas que não acompanham o dia a dia do setor de saúde brasileiro.

Chioro cita um certo número de casos na área da saúde para demonstrar o quanto regredimos em relação à ética profissional no setor. Depois dos casos absurdos, ele nos explica a importância do CFM como um órgão público de fiscalização.

"No Brasil, desde 1951, essa responsabilidade é atribuída, por lei, a uma autarquia federal, o Conselho Federal de Medicina (CFM), que possui o papel de fiscalizar e normatizar a prática médica e é formado por dois médicos (um titular e um suplente) de cada unidade federada, eleitos por seus pares".

E as eleições se deram nesta semana que passou e os resultados nos Estados e DF foram muito ruins, o conservadorismo prevaleceu e os riscos seguirão altos, tanto para os profissionais da área quanto para a população brasileira exposta a práticas questionáveis e não científicas.

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É isso! Foi uma leitura que me deixou com noções boas sobre os temas que abordou.

William Mendes

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